~Capítulo 11~

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Henry tem um duplex enorme próximo da faculdade e como não tem ninguém em casa eu geralmente passo por aqui para perturbar ele. Como o porteiro já me conhece minha passagem é livre e também eu tenho a cópia da chave mesmo. Um refúgio quando as coisas estiverem muito sufocantes em casa como Henry costuma dizer.

Passei boa parte das minhas férias aqui, o clima fúnebre achando que o pior poderia ter acontecido ao Nath estava me fazendo mal. Não que tenha feita muita diferença aqui, eu só me trancava no quarto mesmo.

-Henry? - chamo para ver se ele está em casa mas não obtenho resposta.

Vou em direção a sala deixando minha bolsa no sofá mas estranho ao ver outra nele.

-Henry! - volto a chamar, se tem visita em casa talvez não seja uma boa hora.

Não tem ninguém na cozinha então subo para o quarto o encontrando impecavelmente limpo como Henry nunca deixou o que já é mais que estranho. Mas ao voltar para o corredor dou de cara com uma moça morena vestindo uma blusa do Henry com um short jeans mais do que curto.

-Quem é você? - pergunto sem gostar nada nada da situação.

Ela está claramente surpresa em me ver, abre a boca diversas vezes olhando para todos os lados. Que Henry não esteja me escondendo uma namorada!

-Então? - insisto.

- Eu... Quem é você?

Cruzo os braços diante da tentativa fracassada dela de assumir o controle e a analiso bem, talvez só uma resposta vá me dá o que eu quero.

-Dependendo da sua resposta a ex namorada do crápula que vive aqui!

Ela se espanta mais ainda - Não por favor, não é nada disso que você está pensando - ela se aproxima agoniada tentando explicar - Sou...a empregada?

-Boa tentativa - viro de costas revoltada com isso.

-Tudo bem eu não sou a empregada! - diz vindo atrás se mim.

-Jura? - desço a escada

A escuto choramingar ao resmungar alguma coisa e acho que vou sair sem minha resposta.

-É sério moça ele só está me ajudando.

-Sei muito bem o tipo de ajuda que ele está te dando.

-Sou a irmã! - ela solta e eu paro na mesma hora.

- Henry não tem irmãos - viro para ela diante da desculpa idiota. Qualquer pessoa sabe que ele é filho único.

Ela se encolhe inclinando a cabeça com uma expressão preocupada. Não há nada nela que pareça com ele a não ser os cabelos negros e pele alva mas isso é irrelevante, e tão pouco tem o nariz da tia Ane que o Henry tem!

- É uma história complicada, Henrique também está se acostumando com a ideia - sorri tristemente passando a mão nos cabelos sem jeito- Talvez por isso não tenha lhe contado.

Tá brincando comigo?!

-Se você esperar e quiser sentar eu te conto tudo - diz com calma como se eu fosse surtar com a descoberta.

E com razão! Como assim Tio Márcio e tia Ane tem uma filha??

-Quer um café? - pergunta quando eu sento.

-Não, quero que você me explique toda essa história absurda!

-Não quer esperar o Henrique chegar?

Como é estranho ouvir alguém chamar ele pelo nome, todos que conheço chamam apenas de Henry e pronto.

-Acho que se ele fosse me contar já teria feito não é?

Romance InesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora