Capítulo 9: By Brayan

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Então eu respirei fundo, como se o ar fosse me dar coragem, olhei em volta e não havia ninguém, olhei na minha frente e lá estava ela, com os olhos curiosos na minha direção, abri e fechei a boca diversas vezes com medo de que isso pudesse a afastar de mim, ou rir, ou ter pena, porém eu precisava colocar para fora e achei que ela fosse uma boa ouvinte.
- Eu era muito novo não sabia direito o que estava fazendo, mas aquela paixão estava me consumindo, no início os pais dela não me aceitavam, já que éramos muito novos para isso, namoramos escondido no começo e ela parecia perfeita, a gente se gostava muito, depois de um tempo os pais dela descobriram e como não havia nada a ser feito eles consentiram o nosso relacionamento. Tudo era mil maravilhas, passou um ano, passou dois e foi aí que tudo virou um fiasco, ela parecia me evitar, eu gostava tanto daquela garota, a minha família começou a ter alguns problemas financeiros e eu ficava estressado por não poder dar coisas a ela, tudo bem que ela era bem de vida, mas eu era o namorado e gostava de dar presentes, o tempo passava e ela parecia distante de mim e ao mesmo tempo contraiu um ciúmes doentio, o que me sufocava, eu mal podia ir ao banheiro e esquecer o celular em cima de cama sem respondê-la que o telefone de casa tocava desesperadamente, e ela armava um escândalo mesmo quando era minha mãe que atendia! Na igreja dela, a qual eu frequentava a 2 anos, tudo mudou de repente, os meninos se afastaram de mim e me olhavam com pena, eu não entendia o que estava acontecendo, até que um dia eu fui na casa dela, e bom não me lembro bem do que eu vi, porque sai correndo quase sem ar...- Parei de falar, olhando para o nada enquanto algumas lágrimas desciam, não eram mais lágrima de dor, eu parecia ter superado, mas eram de orgulho ferido.
- Continue Bryan, por favor...- Ela me pediu com os olhos atentos, parecia muito interessada e compreensiva.
Tomei coragem e continuei:
- Naquele dia meu mundo caiu, o relacionamento bonito que tínhamos parecia ter entrado em colapso, ela havia me traído, eu não entendi o porque disso, mas aquilo me acertou como um golpe para matar, bom não morri, mas a dor foi tão intensa como um tiro no peito, eu imagino que a dor seja assim! Ela veio atrás de mim, brigamos feio e por fim eu a perdoei, porque eu gostava muito dela, não errei, eu amava ela, e suportei, deixei meu orgulho de lado e decidi recomeçar, ela me prometeu que jamais me faria sofrer e chorar de novo, acreditei, bobo apaixonado! Mas algum tempo se passou, estávamos bem até demais, e pela segunda vez fui traído, e pior ainda levaria uma surra de tabela, porque o cara achou que eu é quem era o "amante", da pra acreditar? Terminamos novamente, meu peito doía o dobro da primeira vez, porque eu agora sentia a dor da traição e a raiva de mim mesmo por ter acreditado, algumas semanas depois ela estava batendo no meu portão com uma caixa cheia de presentes, pediu desculpas na frente dos meus pais, ajoelhou e disse que havia caído em si e percebeu que me amava, e claro, o amor era tanto, que eu acreditei e voltamos, meus pais não se metiam e só observavam a minha vida como meros telespectadores. Um belo dia eu recebi de um anônimo algumas fotos, e lá estava ela novamente nos braços de outro, eu não acreditei, pela terceira vez, então eu meio que fugi, entrei no quarto e lá fiquei 2 dias inteiros chorando e sem comer, até que meu pai entrou e finalmente deu sua opinião, ele me disse que sempre seria assim, que eu tinha que tomar uma decisão e qual fosse ele me apoiaria, e eu tomei...- Parei novamente porque as lágrimas caiam assim como as palavras saiam.
Ela me olhava diferente, mas não era pena, parecia me compreender, Mel estava na minha frente e eu pude notar que ela estava muito interessada, mesmo ela não falando e não demostrando nada eu decidi continuar:
- Abri meu guarda-roupas, peguei tudo o que pertencia a ela, todos os presentes que ela havia me "dado", só ai percebi que fui comprado, e coloquei em uma caixa de papelão, pedi ao meu pai para me deixar em frente à casa dela, fiz o que tinha que ser feito, terminei tudo, só que dessa vez era pra valer, não queria mais aquilo pra mim, devolvi as coisas a ela e tive que ouvir ameaças inúteis da parte dela, virei as costas e voltei pra casa com a sensação de liberdade... - Mel me interrompeu.
- Ok Bryan, mas não entendi o porque daquilo que sua mãe me disse, afinal desilusões são normais não são? - ela disse com curiosidade.
Então respondi:
- Sim Mel, mas aí que entra o sofrimento:
- A parti daquele dia eu a bloqueei das redes sociais, no celular e na minha vida, só que aí a sensação de liberdade veio à tona, e eu a abracei, comecei a me relacionar com todos os tipos de garotas, a ir em festas, fazer malcriações dentro de casa e até... - Abaixei minha cabeça sem coragem de falar, nesse momento eu sentia a curiosidade no rosto dela, mas eu poderia assusta-la e ela me ignorar depois, mas eu precisava daquilo.
- Até que eu comecei a usar drogas e beber, parecia que aquilo sanava a minha dor, mas não tinha coragem de contar pra ninguém e nem pedir ajuda, mesmo sabendo que eu precisava, já tinha um caso na família assim e eu sei como minha mãe sofria, até que ela descobriu, eu vi o sofrimento nos olhos dela, meu pai me deu uns bons socos no rosto e até hoje não dirige a palavra a mim, minha mãe queria me mandar para a reabilitação, mas eu garanti a ela que conseguia parar, e desde que eu vi ela sofrer eu parei e hoje estou aqui pela vontade dela, mas como sempre as mães estão certas eu estou feliz e me reencontrando com Deus! - Terminei a minha história com um sorriso de satisfação e muitas lágrimas nos olhos.
Mel estava bem perto de mim, ela sorriu e chorou, disse que me entendia e que também já passou muitas coisas até encontrar Jesus, só aí percebi o quanto ela era incrível, ela parecia compreender minha dor. Segundos depois Mel já estava saindo da piscina de costas para mim, e se secando com a toalha me encarou e disse:
- Bryan?
- Sim Mel? - respondi em tom de pergunta.
- Como é o nome dela? - Ela perguntou de olhos baixos e sussurrando.
- É Bárbara, porque? - Perguntei.
- Pra eu orar por ela! - falou e foi em direção ao alojamento.
Eu sabia que estava tarde e precisava me arrumar assim como a Mel foi, mas me permitir ficar ali mais um pouco pensando no que tinha acabado de acontecer. Por fim conclui, que garota incrível, ela realmente estava vivendo a essência do primeiro amor, não é à toa que a minha mãe vivia falando com orgulho da garota, segundo ela, Mel era a queridinha do Pastor, também pudera, ela era um doce de menina com todos, um pouco mandona claro, mas só porque tentava fazer as coisas certas. Fiquei ali mais alguns minutos com a imagem dela na mente, talvez tivesse ganhado uma amiga.

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Olá pessoal, estou tão feliz, da ultima vez comemorei as 100 leituras, e agora estou aqui comemorando as 400 leituras, Uaaaaaaaal, vocês são demais! Estou feliz por estar conhecendo esse mundo novo de escrita e leitura, por favor me envie comentários dizendo o que estão achando! Desculpem qualquer erro de português não revisei todos os capítulos ainda. Estou postando todos os dias agora que estou de férias, não vejo a hora de chegar o primeiro 1k! Obrigada princesinhas e principezinhos, aliás tem meninos acompanhando a história?
Beijos fui ❤️😘

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