Desconectados

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Era maravilhoso dividir o dia todo com Luke. Ele já estava morando comigo há uma semana e eu me sentia com num sonho. Acordava ao lado dele e seguíamos para aula. Quando voltávamos, comíamos algo e passávamos a tarde inteira no quarto, fazendo tantas coisas que a hora parecia voar.

Ele ligava para a mãe todos os dias, e pelo que ele falava, ela estava melhorando e logo voltaria. Eu ficava feliz por ela, mas não queria que ele fosse embora da minha casa. Não queria dormir nenhuma noite sem sentir o cheiro dele.

- Que droga ! A luz tinha que acabar logo agora que o filme estava no final ? – Luke disse emburrado.

- Você já assistiu esse filme Luke... E não está com medo do escuro ?

- Não tenho medo quando estou com você.

- Então não preciso levantar e abrir a cortina ?

- Não se atreva a sair dessa cama Clifford.- ele se encolheu ainda mais em meu peito, e deixei um beijo em sua testa.

Uma chuva forte caía do lado de fora, e podíamos ouvir o som dos relâmpagos e ver seu brilho super iluminado. Aquilo de certa forma me agradava bastante. Ter Luke em meus braços com o som da chuva era incrível, e ainda mais estando sozinho e no escuro.

Durante as noites que dormimos juntos, chegamos muitas vezes bem próximos de nossa primeira relação, mas sempre parávamos antes. Talvez por ainda não estarmos preparados para aquilo, ou qualquer coisa do tipo.

O beijo de Luke é carinhoso e delicado. Nossas línguas se acariciam tão cuidadosamente que não dá vontade de parar. Seus dedos deslizam em minha pele, sempre causando um arrepio que seu próprio toque dá conta de acalmar.

Eu gosto de sentir a pele dele em meus dedos. De percorrer seus traços e sua coluna. A linha de seus braços, sentir seus cabelos macios. Seu corpo sobre o meu, me aquecendo enquanto seus lábios percorrem meu pescoço, e fazem meus olhos fecharem automaticamente.

E ainda com tudo isso, não consigo enxergar Luke com alguma malícia. Eu simplesmente não quero corrompe-lo, ou fazer algo que o deixe magoado. Eu não paro para pensar em como vai ser quando acontecer ou como iremos nos sentir depois.

- Mike ? – ele sussurrou me tirando de meus pensamentos e pude sentir seu hálito próximo a minha boca.

- Sim...

- Eu amo você. – ele deixou uma mordida leve em meu queixo.

- Eu te amo também. – passei os braços sobre sua cintura, deixando mais próximo á mim.

- Seu celular está com bateria ?

- Está sim, por que ?

- Você pode deixar em alguma musica ?

Dei o aparelho para que ele escolhesse o que pedia, e então selecionou With me do Sum 41 e colocou o aparelho em cima do criado mudo. Passou o corpo sobre o meu iniciando um de seus magníficos beijos.

Ele se livrou da regata que usava, permitindo ainda mais contato com meu corpo. Minha respiração já estava irregular, e começava a sentir que estava ficando excitado. E ele também.

- Luke...

- Eu quero muito Michael. Eu tenho certeza. – ele disse ainda com os lábios próximos aos meus. – Você ainda não quer ?

- Eu não sei Luke. – disse fazendo com que ele parasse.

Eu odiava aquela parte. Odiava aquele clima que ficava entre nós, como se eu estivesse fazendo algo de errado, enquanto tudo que eu queria era evitar machucá-lo. Eu sabia que teríamos de fazer aquilo hora ou outra, mas não queria que ele se sentisse pressionado em fazer algo para me satisfazer. Por outro lado, mesmo que eu não me sentisse totalmente pronto, eu tinha muita vontade de me unir com ele daquela forma.

- Lukey.

- Sim.

- Você está mesmo pronto ? Não está fazendo nada apenas para me agradar ?

- Eu quero muito fazer isso com você. Porque eu te amo muito Mike. Eu quero fazer por nós dois. – seus olhos azuis eram intensos apesar da escuridão.

Puxei-o para mais perto, beijando seu pescoço. Me aproximei de sua orelha sussurrando que poderíamos tentar. Ele voltou a ficar sobre meu corpo, e minha excitação já estava me incomodando. Deslizei minha mão para livrar-me da boxer. Ele fez o mesmo, e todo nosso corpo agora estava em contato.

Não vou conseguir descrever o quão bom era senti-lo daquela maneira. Beijei-o carinhosamente, e ele passou a afagar meus cabelos.

Outra música iniciou em meu celular, enquanto eu acariciava suas costas. Ele respirou fundo pedindo permissão para que pudesse sentar em meu membro.

- Pode parar a hora que quiser babe. – disse enquanto ele se ajeitava.

Ele tentou se encaixar mas parava e respirava, e tentava novamente. As vezes soltava alguns gemidos de dor, e estava me torturando. Não agüentava mais vê-lo daquela forma. Mas ele estava se esforçando tanto que tudo que fiz foi apoiá-lo.

- Talvez você tenha que relaxar mais. – disse por fim tirando-o de cima de mim, e seguindo em direção a seu membro.

Deslizei minha língua em sua virilha e aos poucos ele foi relaxando. Brinquei com sua ereção, ora lambendo e ora chupando até que ele estava completamente relaxado. Então voltamos novamente a posição anterior e ele conseguiu por fim se encaixar.

Ele se movimentava devagar e eu sentia aos ondas de um prazer imenso percorrer meu corpo. Segurei sua cintura e quanto mais ele se movia melhor era a sensação. Ele aumentou a velocidade e fechei os olhos.

Não ouvi mais o barulho da chuva, nem dos relâmpagos. Não ouvia mais a musica que tocava em meu celular, ou qualquer outro som que estava por ali antes. Eu só conseguia ouvir a respiração ofegante dele. Podia escutar nossos corações num ritmo acelerado. Podia ouvir o som de nossos corpos suados em contato. Estávamos desconectados do mundo. Estávamos conectados apenas um com o outro.

- Mike. – ele chamava meu nome em meio a gemidos.

- Pode falar amor.

- Eu estou fazendo certo ?

- Você está perfeito. Como sempre – disse sorrindo. – Eu te amo Luke.

- Eu amo você Michael. – ele riu ficando mais relaxado ainda, e se movimentando ainda mais rápido.

Luke saiu de cima de mim, deitando-se ao meu lado. Passei o corpo sobre o dele, beijando seu pescoço e sua boca, e me encaixando novamente nele. Controlei os movimentos, tentando ser o mais carinhoso que podia. Ele me beijava e acariciava minhas costas e de repente seu corpo estremeceu e pude sentir o liquido escorrer entre nós. Aquilo serviu para que a mesma coisa acontecesse comigo.

Ficamos deitados ali por algum tempo.A luz voltou e quando nossa respiração foi controlada, seguimos para o banheiro para nos livrar de tudo aquilo. Eu ainda o beijei enquanto a água caia sobre nossos corpos.

Abracei-o,sentindo sua pele molhada e a água morna caindo sobre nós.Beijei seu pescoço e uni nossas testas. Nossos cabelos pingando, e seu sorriso tão branco e perfeito fazendo covinhas em suas bochechas. Desliguei o chuveiro e seguimos novamente para a cama, onde ficamos apenas de cuecas, debaixo do edredom.

- Lembra de uma vez que você me falou algo sobre ter um refúgio ? – perguntei deitado sobre seu peito.

- Sim. – ele respondeu afagando meu cabelo.

- Você é o meu. – falei sentindo uma lágrima de emoção percorrer meu rosto e ele me abraçar ainda mais forte.

E então apenas desejei que ficássemos juntos para sempre.



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