Capítulo 11.

79 3 0
                                    

    Quero aproveitar o máximo possível. 

   Me levanto da cadeira, animada. Corro em direção ao meu quarto para me trocar o mais rápido possível. Thomas está acordando agora e acabo esbarrando com ele no meio do corredor.

-Nossos pais estão vindo! –Aviso, toda contente.

   Thomas não respondeu, só seguiu seu caminho. Nem me importo, porque ontem foi um dia péssimo e ele só precisa esfriar a cabeça.

   Meu irmão nunca se importou muito com meus pais e não sei o motivo. E nesse momento, essa é a última coisa que quero saber.

   Entro no meu quarto e separo a roupa que irei vestir. Não quero nada casual, porém nem tão desleixado. Tiro do armário um vestido florido e um casaco jeans. Jogo tudo na cama e invado o banheiro.

   O banho é ligeiro. Lavo meus cabelos e depois os enrolo. Me troco instantaneamente e calço minha sandália nova que comprei à alguns dias atrás.

   Fico na expectativa que meus pais cheguem logo. É praticamente raro eles virem aqui e sempre que vêem é uma enorme alegria. Normalmente, meus pais ficam uma semana ou cinco dias, por isso estranho o fato de aparecem sem dar noticias e rapidamente, como se estivessem fugindo de alguém.

   Nosso relacionamento é bom. Eles sempre ligam e mantém contato quando possível. Gosto das coisas assim. Gosto dessa rotina e quase nunca reclamo. Obviamente seria melhor que estivessem por perto sempre, mas acho viável eles terem que trabalhar em outra cidade, pois precisamos deles para viver.

   Precisamos.

   Palavra forte. Na verdade, não precisamos, somente eu preciso. Thomas tem seu emprego e não aceita ajuda de ninguém. Na minha opinião, isso é ridículo, mas se meu irmão gosta das coisas dessa maneira, então assim seja.

   Depois de me arrumar, desço as escadas e fico no sofá aguardando. Ligo a TV para passar o tempo.

   Margaret está limpando a casa com aspirador de pó, o que dificulta na audição, mas não reclamo porque nada pode estragar meu dia. Pelo menos mereço um dia comum, sem nada que possa estragá-lo.

-Você está muito animada, não é Georgia? Nem foi pra escola hoje. –Maga comenta.

   Faço uma cara de espanto. Eu me esqueci completamente. Esqueci de novo de mais um compromisso super importante que eu não deveria ter esquecido. Me preocupo, e já me levanto do sofá, correndo em direção as escadas para então ir para meu quarto pegar minhas coisas. Sei que estou atrasada e vou levar uma bronca ou algum tipo de advertência, mas tenho que ir mesmo assim.

-Calma, Georgia. Hoje é sábado. –Agora ela está gargalhando. –Eu devia ter filmado sua cara de espanto!

   Indignada, jogo uma almoçada em suas costas. Estou aliviada. Por alguns segundos eu já me imaginava pulando de uma janela.

   Sábado. Por esse motivo meus pais estão vindo.

-Maga, você sabe quando eles vão vir? –pergunto, já acalmada.

-Disseram que na parte da manhã. Vão almoçar com você.

   Fico um pouco desconfortável porque eles somente me mencionaram e não colocaram Thomas nos planos. Na verdade, meus pais nunca colocam Thomas nos planos. Sempre os excluem e não o adicionam nos momentos felizes que passamos. Meu irmão também nunca se importou com isso e sempre faz questão de não participar. São raras as fotos de família que estamos nós quatro reunidos. São raras nossas fotos de família.

   Meu irmão deve estar no trabalho. Ele trabalha como assistente na pequena empresa dos meus pais. Thomas não tem um cargo adequado porque ainda está aprendendo e entrando nesse mundo de negócios. Ele fica a maior parte do dia lá e tem folga nas sextas. Nos finais de semana a empresa não abre, o que significa que ninguém trabalha também.

   Não quero servir na empresa dos meus pais. Quero seguir outra profissão, procurar coisas diferentes. Mas eles insistem em me levarem para esse caminho, e se dizem que é bom pra mim, então estão certos. Sempre estão certos.

   Meu estômago já começa a roncar e a fome já me atormenta. Não tomei café da manhã e Margaret já organizou toda a cozinha. Levanto e vou até a geladeira ver se encontro algo. Tem iogurte, frutas, suco e leite. Coisas para café da manhã. Eu não vou comer pizza e nem torta há essa hora.

   Pego essas coisas e levo até a mesa. Me sirvo e imediatamente coloco tudo na pia. Lavo, para não deixar trabalho acumulando para a Maga.

   Sento novamente no sofá, e nesse exato momento a campainha toca.


*NOTAS DO AUTOR*

O que estão achando da história? Se estiverem gostando, curtam e comentem. Ah, e não se esqueçam de compartilhar em suas rede


GeorgiaWhere stories live. Discover now