Medo de Plantas

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POV.: Kate Stevenson

Ted foi a companhia mais perfeita do mundo, ele era educado, gentil, divertido, atencioso, lindo... E não parecia ter papas na língua, como eu, então falou mal de Neville a cada vez que eu olhava em seu relógio;, riu toda vez que eu jogava alguma coisa no lago, gritando para os sereianos deixarem de ser covardes e revidarem; uivou para o céu quando eu o chamei de Lobinho; fez os olhos brilharem dourado e fingiu brilhar ao sol quando ri de Crepúsculo. A cada vez que eu ria de suas bobagens seu cabelo ia do rosa ao roxo, do roxo ao laranja, e assim por diante. Sua ple também ia nessa, cada vez mais vermelha com o passar das horas. E os olhos verdes ficaram azuis aos poucos assim que me viu chegar perto no começo da tarde.

Quando faltavam dois minutos para as seis eu olhei o relógio dele e entrei em pânico. Lhe dei um beijo na bochecha (seu cabelo berrando mais que a Murta que Geme) e corri para a sala de Neville, que ficava do outro lado do castelo. Se eu chegasse um minuto atrasada ele sem duvidas me daria um sermão, falaria coisas horríveis e me daria mais detenções.

Lamentei profundamente ainda estar de detenção por Sev ter dispensado Ted da dele, disse que tinha assuntos importantes à resolver, eu adoraria ter podido ficar com Ted até tarde, observado as estrelas, e conversado sobre nossas vidas. Eu mal sabia sobre ele, não tínhamos chegado no passado ainda, estávamos ainda no presente, depois de falar um pouco do futuro.

Mas eu tinha Neville em minha cola, se eu faltasse à detenção ou falasse qualquer coisa, ele me daria uns tapas, o que eu não queria, definitivamente. Por dois motivos: eu não sou masoquista e tenho medo do lado comensal do Sev.

Quando cheguei na porta de Neville, estava completamente sem folego, sem estrutura para continuar e sem vontade para bater na porta. Me encostei na porta, apoiando minha mãos nela, já era seis em pontos, mas eu nem queria saber. Meus pulmões não queriam saber.

Por sorte ou azar, eu era pontual, ou seja, previsível. E Neville queria ser mau comigo, me assustando e se fazendo de muito foda, o que ele não era. Então a porta se escancarou, como na noite anterior, mas, já que meu peso estava todo nela, eu fui com tudo ao chão, caindo aos pés de um professor de Herbologia muito surpreso.

– Ai – resmunguei, com a testa entre os sapatos dele, sapatos cheios de graxa, só para constar. Minha cabeça rodou – É péssimo ser previsível.

– De onde você esta vindo, garota? – ele nem se dignou em tirar os pés.

– Lago – apontei na direção e deixei a mão cair de novo. Me sentei de pernas cruzadas, curvando o corpo para frente, quase tocando o chão com a testa – É longe, eu corri, porta, chão... Eu quero morrer – me deixei cair para trás, respirando em arquejos.

Quase pude sentir seu revirar de olhos. Suas mãos agarraram minhas roupas, me puxando de supetão para me colocar sobre os pés. Nossos rostos quase se tocaram, se seus lábios não estivessem recuados sobre os dentes em um rosnado, eu teria tido meu primeiro beijo com Neville Longbottom, nunca, nem nos tempos depois da guerra e das coisas fodásticas que ele fez, isso foi uma coisa boa.

– Infelizmente eu não posso realizar seu desejo, seria incrível fazê-lo, mas eu não posso, quero muito manter esse emprego – seus olhos pareceram ficar maiores, percebi que sua barba já podia ser realmente considerada uma barba – Agora você vai se recompor e entrar. Agora.

– O senhor é tão gentil.

Ele me jogou para dentro, quase me jogando de volta ao chão. Não era um dia para ser engraçadinha, obviamente. Me endireitei e olhei em volta, procurando alguma pista sobre o que ele faria comigo hoje. Ou o que aquele elfo colocara no chá.

Herdeiros  E O  Filho Do LordeOnde histórias criam vida. Descubra agora