Se distraindo com mortos

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Pov: Bi

Eu estava de mal humor? Não, e não era problema de ninguém se sim. Ok... Talvez eu estivesse um pouco zangada com o mundo. Severus simplesmente aceitou que eu não estava para gente e me deixou em paz, gostaria de dizer o mesmo de todas as outras pessoas do planeta.

Escondi-me na Torre de Astronomia por dois dias, nas aulas fiquei no meu canto, não falei com ninguém, e nem me envolvi em nada alem do necessário.

Kate achava que eu ainda estava possuída pelo Maligno, Fred II, meu amor, simplesmente se contentou com uma auto depreciação saudável, Severus relaxou como um bom pai adotivo (peguei-o duas vezes nos chamando de filhas, o que é doce da parte dele) e o mundo continuou.

Eu estava na Torre pela manha, com horários livres, talvez Kate estivesse certa, por tudo o que eu consegui pensar, o tempo todo, sonhava com isso e acho que estava obcecada, em como provar que Neville era um traidor. Mas ali em cima tudo parecia estar longe demais. Sinto a brisa bater em meu rosto. Nao penso em Dumbledore sendo morto ali, nem consigo imaginar uma coisa tão infeliz em um lugar tão lindo.

— Eu cansei! — Helena entra na sala braços cruzados sobre o peito e olhar magoado — Cansei de me fazer de difícil, cansei de só cumprimenta-lo, de me manter distante, eu vou dar um jeito de me aproximar dele. Com a sua ajuda ou não, Beatrice.

Levanto-me da borda e sorrio pra ela. Eu poderia juntar o útil ao agradável.

— Helena... Você é esquisita, uma hora se fazer de difícil para ser levada a serio, agora quer ser levada a serio para deixar disso... — pare para pensar — Eu tenho um plano. Que pode matar dois coelhos com uma cajadada só.

Achei que Helena não ia concordar com o plano, mas percebi, ficando bem feliz com isso que ela faria de tudo para falar com o Barão. Descemos da torre, eu não falei nada, e ela pareceu notar meu estado de não enche meu saco.

Barão estava nas masmorras, o que era bem entendível. Flutua no meio do corredor, as luzes fracas projetam sombras nas paredes, não sambra dele, ele não era físico para ser sombra, mas eu podia distinguir as correntes  que o mantiam preso em sua culpa.

— Barão? — ele se volta para nós e quase caio para trás. Seus olhos estavam fundos e raivosos, sua boa estava contorcida em ódio. Toda sua postura corporal era violenta e dolorida.

— Beatrice... — ele sussurra e não parece notar a mulher ao meu lado — Vá embora o dia de hoje não é bom.

— E porque, Barão? — Helena avança. O rosto do homem (fastasma? Espectro? Patrono? Foda-se) se ilumina e as correntes ficam bem nítidas em seus pulsos.

— Helena... Só estou triste, só isso... — o encaro incisivamente por trás dela. Abre e fecha a boca duas vezes — Mas o que as senhoritas querem?

— Sua ajuda — ele se coloca em meu nivel, o frio do ar a sua volta me arrepia — Precisamos invadir um lugar.

Era o plano mais idiota que eu já tinha bolado na vida, eu sempre bolava os planos, mas Kate eu conhecia. Aqueles dois? Eu não fazia ideia no que fantasmas eram bons! Alem de atravessar paredes... (Fantasmas são transparentes, como diria meu bom e velho Harry Potter). E ainda tinha que armar um plano em que os dois ficassem juntos.

Era o seguinte: nós invadiriamos três lugares. Primeiro eu queria a sala dele. Era onde ficavam os aposentos dele. Se tivesse algo suspeito seria ali. Depois iriamos às estufas. Se não tivesse nada suspeito ali... Bem, eu ia pensar em outra coisa.

Os fantasmas e eu nos esgueiramos ate a sala do professor de Herbologia, era fácil para eles dois se esconderem das vistas de todos, ficavam invisíveis, atravessavam as paredes... A única coisa que eu podia fazer era me esconder e rezar pra ninguém notar a ruiva baixinha andando por ai.

Herdeiros  E O  Filho Do LordeOnde histórias criam vida. Descubra agora