Fantasma Com Corpo

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POV.: Bi Stevenson

Diferente de Kate, eu não precisava ficar com aquele lengalenga de conquista e encontros, eu já tinha meu namorado, ele poderia ser bem recente, mas era bonito, gentil, e era romântico comigo. Aquela tarde minha aulas terminaram cedo, duas horas, e eu pude ir para a biblioteca estudar, não que eu fosse conseguir. Vlad se sentou ao meu lado, quieto, ele nunca falava nada a não ser para responder se o perguntava algo, mas parecia se importar comigo e com minha irmã. Annaelly sentou do lado dele, essa também não falava, nem se falássemos com ela. O melhor foi Fred, sentando do meu lado, pegou minha mão e se pôs a ler um livro, sem me soltar nem um minuto.

Ficamos ali, um curtindo o outro, Vlad analisando as cenas à nossa volta e Annaelly estudando calmamente. Na verdade para eu ficar mais feliz só faltava Kate.

Depois de vários minutos, já devia ser quase três horas, Fred se inclinou para mim me dando um beijo no rosto e sussurrou:

– Isso aqui está tão bom...

– Eu sei, não tem nada que me tire daqui.

Naquele momento, Helena entrou afobada pela parede oposta, me procurando com os olhos. Ela parecia apavorada. Me coloquei de pé, sendo observada por Fred, mas eu não me importei, poderia ser algo com Kate.

– Beatrice! – ela agarrou meu braço com força, gelando meus ossos, e me arrastou para fora da biblioteca, à toda velocidade, praticamente me carregando. Fred tentou acompanhar, mas o pobrezinho teve que soltar minha mão ou bateria em alguma parede por ai.

– Helena! – gritei quando vi meu namorado cair sentado no chão com uma expressão abismada – O que é que está acontecendo?

Ela não se dignou a responder, apenas continuou me arrastando.

Por onde passávamos as pessoas paravam para olhar (olha! A irmã louca da menina louca!). Severus parou, com um pergaminho na mão, e observou enquanto passávamos voando por ele, não pareceu nem um pouco surpreso. Percebi, quase rindo e quase chorando, que tínhamos transformado nossas loucuras em rotina no castelo.

Notei que estávamos indo para o dormitório da Corvinal, o que me deixou mais apreensiva, porque tudo que era meu estava lá.

Quando chegamos à entrada, eu achei, lamentando ter ido para Hogwarts, que ela simplesmente esqueceria que sou de matéria e tentaria atravessar comigo, e eu me preparei para a pancada.

Por sorte Helena estava só louca, não louca, então gritou uma resposta sem sentindo para a estatua e entrou comigo à toda, subindo as escadas, me levantando a cima dos degraus.

Quando ela me arrastou para meu quarto, pude ver o porque de seu nervosismo. Minhas coisas, as roupas, os instrumentos, os livros, e tudo mais, estavam jogadas pelo chão, espalhadas e bagunçadas. Até com Almofadinhas tinha sido tirado de seu lugar, estava tremulo, e ofegante em cima do armário.

– O que foi que foi que aconteceu aqui? – olhei em volta, percebendo que Helena revirava os olhos.

– Bem, eu estava procurando você, não tínhamos mais conversando, e tem tanta coisa acontecendo na sua vida que achei que precisava desabafar. Mas quando vim para cá e vi esse... Homem, fantasma, eu não tenho ideia do que era! Ele estava jogando tudo o é seu para cima, procurando alguma coisa. Quando me viu fez as lâmpadas se apagarem e sumiu na parede.

Eu ia falar algo como: "Por que um fantasma ia querer minhas coisas", mas Helena indicou que eu ficasse quieta.

– Primeiro me perguntei porque um fantasma iria querer mexer nas suas coisas, depois percebi que ele não estava flutuando, e seus passos fizeram ruído quando se retirou, então não era um fantasma. Depois pensei que ele provavelmente descera em uma passagem secreta, mas estamos me uma torre e não há passagens secretas nas torres. Bi, como ele passou pela parede?

Herdeiros  E O  Filho Do LordeOnde histórias criam vida. Descubra agora