Capítulo 11

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– Laura?

– Sim! – respondi erguendo a cabeça e dei de cara com o Humberto parado na porta da minha sala no hospital, sim, meu coração disparou como sempre acontecia quando eu encontrava aquele homem.

– Te atrapalho? – Ele perguntou, sua voz era firme e sexy, ai, meu Deus, como ele era sexy.

– Não, de maneira alguma.

– Tem um minuto? Eu gostaria de falar com você.

– Claro, te encontro na cafeteria em um minuto.

Ele se foi e corri para o banheiro ver como estava minha cara lavada. Eu não costumava me maquiar para ir trabalhar e me arrependi profundamente por isso. OK, é só dar umas beliscadas na bochecha para ficar rosada, colocar o cabelo de lado, passar um gloss e pronto. Sai do banheiro e fui direto para cafeteria; minhas mãos suavam, meu estômago se revirava, droga de rabanada do café da manhã. Avistei-o logo que virei o corredor sentado em uma mesa degustando um café, estava calmo, significava que não era nada com a saúde do Otávio e isso me tranquilizava.

– Ei – eu disse já me sentando.

– Oi, desculpe te atrapalhar, é que o assunto é importante. 

– Alguma coisa com a saúde do Otávio?

– Não, felizmente não, é que esta chegando o aniversário dele e eu não sei o que fazer. Eu queria fazer alguma coisa especial mas não sei nem por onde começar. Quando a avó dele era viva, ela cuidava disso para mim, então nunca tive que me preocupar – ele respirou um pouco embaraçado.

Percebi que essa conversa era embaraçosa e difícil para ele, então decidi acabar com esse sacrifício, apesar de estar achando ele super fofo e desconcertado.

– Não se preocupe, posso fazer isso.

– Desculpe, eu não quero te dar trabalho mas não sabia a quem mais eu podia recorrer e ele gosta tanto de você e você dele que eu pensei que seria uma boa ideia.

– Eu vou adorar organizar tudo, não se preocupe.

– Ótimo, muito obrigada, mas você precisa saber de uma coisa.

– O que é?

– Sinto muito mas você tem apenas duas semanas, porque o aniversário dele é no final da semana seguinte.

– Ok, vou fazer o meu melhor.

– Obrigada – ele assentiu, levantou-se e saiu e eu fiquei ali sentada, suspirando.

Agora eu tinha muito o que fazer, meu dia era resumido a muitos telefonemas para buffets, mágicos e empresas de decoração de festa infantil mas não tão infantil porque o Otávio já era um homenzinho. A casa do Humberto era enorme com um jardim fantástico, então decidi aproveitar isso e organizar uma festa ao ar livre, o tema seria Toy Story, com o Woody, aquele caubói fofo como foco principal. Eu não sabia se o Otávio gostava do Woody mas quem não gostava? Eu e todos adultos que haviam visto o filme o amavam, e reparei que o quarto do Otávio era cheio de caubóis e cavalos, então, acho que o tema iria funcionar. 

Era sexta-feira e o grande dia do Otávio estava chegando, seria domingo, o que era perfeito, pois, seria minha folga normal e hoje precisamente, eu havia pedido o dia de folga para ir às compras. Eu precisava de um presente lindo pro Otávio e de roupas novas, definitivamente. Desde que eu havia voltado para o interior, havia literalmente abandonado minha auto estima. Nada como voltar a cidade grande e fazer compras com minhas amigas lindas. Para minha sorte, eu estava economizando e pude me dar o luxo de fazer essa viagem de avião, o que é maravilhoso, assim, eu podia passar o dia comprando e no dia seguinte estar em casa para trabalhar, o que não era nada maravilhoso, eu adorava o hospital mas continuava a não gostar de trabalhar aos sábados.

Algo Grandioso (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora