Capítulo 21

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A notícia de que ia ganhar uma irmã ou irmão deixou o Otávio super agitado. Após a confirmação pelo exame de sangue, começamos a projetar o quarto do bebê e preparar o enxoval, com ele dando palpite em tudo.

– Acho que devemos pintar o quarto com essa cor – Otávio apontou para um lilás pálido – E também colocar umas borboletas e flores.

– Essa cor é lilás, mas, e se for menino? – perguntei.
– É menina – ele sempre respondia com convicção. 

Chegou o tão esperado dia da certeza, estávamos na recepção do hospital aguardando para fazer o ultrassom da décima sexta semana, no qual seria possível ver o sexo do bebê. Entramos os três, a família ansiosa. A médica aplicou um gel na minha barriga e deslizou o aparelho gelado, ela havia explicado que a tecnologia havia evoluído muito e que o aparelho emitia sons de alta frequência e veríamos na tela imagens em 4D.

– Todo mundo fica ansioso para saber o sexo do bebê – disse a doutora – se ele não estiver de perninhas fechadas vocês sairão daqui hoje com a certeza se serão pais de um menino ou uma menina.

– Qual o tamanho da minha irmã, doutora?

– Como você sabe que é uma menina, mocinho? – Ela perguntou.

– Eu sei.

– Vamos fazer o seguinte, que tal você dar a notícia a mamãe e o papai? Fazemos os dois fecharem os olhos e quando descobrirmos, você conta pra eles, o que acha?

– Legal!
– Muito bem, papai e mamãe fechem os olhos - pediu a doutora.

Fechamos os olhos, e ficamos na expectativa dos sons. De repente ouvimos uma batida apressada de coração, Humberto apertou minha mão, sua mão suava, pude sentir que estava nervoso.

– Que coraçãozinho acelerado – eu disse.

– Não se preocupe, é perfeitamente normal os batimentos cardíacos fortes. O coração do bebê bate de 120 a 160 batidas por minuto.

– Legal .... – era só o que o Otávio sabia dizer.

Uma eternidade de minutos se passaram e eles em silencio ainda.

– Então Otávio, vamos contar logo para eles, assim eles podem abrir os olhos e ver o que estamos vendo?

– Vamos garoto ou vai matar seu pai de curiosidade! – reclamou Humberto.

– Eu disse que seria um quarto de borboletas e flores.

– É menina, meu amor – Humberto disse.

– Nossa pequena Esperança – eu disse beijando sua mão – Obrigada por esse presente lindo.

– Parabéns pais, é uma menina – confirmou a doutora. 

Ficamos ali nós três a observar aquela imagem linda, nossos olhos vendo aquele corpinho ainda informe; a imagem borrada daquela ultrassonografia era perfeita para mim, a primeira foto da nossa pequena Esperança. Havíamos decidido que se fosse menino se chamaria Eduardo, como meu pai mas o Otávio falava com tanta convicção que seria menina que um dia, enquanto jantávamos ele disse que tinha esperança que fosse menina, não sei se ele sabia o significado e a força daquela palavra, mas, daquele dia em diante, tínhamos claro que se fosse menina, se chamaria Esperança.

Algo Grandioso (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora