Capítulo 13

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Foi a festa mais linda que eu já vi, não porque eu havia organizado, mas porque estava iluminada pelo sorriso do pequeno Otávio, por sua força, coragem e alegria, não só dele, mas de todos os amiguinhos do hospital que puderam comparecer. Era uma festa de pequenos vaqueiros e vaqueiras valentes e eu jamais conseguiria apagar esse dia da minha memória. O ápice da alegria da garotada foi quando o Woody, em versão adulta, trouxe o presente do aniversariante, o lindo Árabe negro que foi logo inaugurado com uma volta pela arena montada para a ocasião.

O aniversariante estava extasiado de tanta emoção e ansiedade que a festa mal acabou ele já estava desmaiado em seu quarto, sem banho e com a roupa de vaqueiro que ele insistiu em usar como pijama naquela noite. Enquanto eu ficava com ele até que pegasse no sono, minha mãe ajudou na despedida dos convidados. No dia seguinte, o Buffet voltaria para desmontar os brinquedos e fazer a limpeza. Quando desci, não tinha mais ninguém na casa, nem no jardim, incluindo a dona Estela que não sei por qual motivo sumiu e me deixou a pé. Fui até o estábulo, a luz estava acessa e eu sabia exatamente quem eu encontraria lá, e por isso minhas mãos suavam e as pernas tremiam, era meu corpo denunciando sua fragilidade perante a mínima hipótese da presença daquele homem.

– Ei, cadê todo mundo? – perguntei.

– Pelo jeito restaram os fortes – ele sorriu – Sua mãe disse que os pés a estavam matando; não entendi bem o que ela quis dizer mas imaginei que estivesse cansada, então eu disse que ela podia ir que eu te daria uma carona.

– Ah – eu quis dizer alguma coisa mas as palavras não saíram, só continuei andando em direção a ele.

– Ele dormiu?

– Sim, estava bem cansado, ele adorou tudo.

– É ele gostou mesmo, estava bem feliz, eu já te agradeci pelo excelente trabalho? – perguntou quando já estávamos a meio metro um do outro.

– Não precisa agradecer, eu fiz de coração, de qualquer modo você já havia agradecido.

– Como eu já agradeci, eu vou elogiar.

 – Estava incrível, não?

– Não estava.

– Não? – perguntei preocupada.

– Ainda está – ele se aproximou e tocou meu rosto suavemente – Você está linda.

– É, obrigada, eu...

Ele não permitiu que eu continuasse falando, me abraçou pela cintura prendendo-me ao seu corpo, podíamos não só ouvir nossos corações, mas senti-los, quando eu ia protestar, um falso protesto é claro, porque eu mais do que ele ansiava por isso desesperadamente, ele beijou-me com intensidade e suavidade ao mesmo tempo. Sentíamos a urgência dos nossos lábios e a necessidade dos nossos corpos e como que lendo meus desejos mais secretos, ele deitou-me em um monte de feno que parecia uma cama perfeita para aquele momento.

– Como eu te quero Laura, como eu te quero.

– Eu também te quero, Humberto.

Algo Grandioso (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora