Capítulo 12

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Minha mãe estava mais animada para a festa do que o próprio aniversariante, quando chegamos, ela estava praticamente na porta com o presente do Otávio nas mãos.

– Que demora, quase que o jantar esfria. Otávio querido me dê um abraço, eu estava morrendo de saudades.

Otávio correu abraçá-la, era fascinante vê-los juntos, era mútuo o carinho que sentiam um pelo outro, estava bem claro. O Otávio devolveu a vida aquela casa e eu estava grata a ele e a Deus por isso, se bem que não era só por causa do Otávio que a alegria havia voltado, eu tinha suspeitas que no dia seguinte eu conheceria meu futuro padrasto, pois, minha mãe havia pedido permissão para levar um acompanhante para a festa e eu tinha uma leve desconfiança que esse alguém era o romance secreto do cruzeiro que ela e a tia Isa insistiam em manter em segredo, mas preferi não comentar e aguardar.

– Quer ver seu presente? – ela perguntou ainda abraçada ao Otávio – Espero que goste, foi difícil achar um presente digno de um homenzinho, quanta tranqueira é vendida nessas lojas de crianças, meu Deus.

Ela entregou uma caixa enorme ao Otávio, precisei ajudá-lo a segurar, enquanto ele desembrulhava, seus olhinhos brilhavam, nessa hora me dei conta que ele era somente uma criança disfarçada de adulto para suportar a doença que pesava-lhe sobre os ombros. Ele estava muito bem e reagindo ao tratamento, o que era ótimo, mas o fato de ele ter consciência do que se passava e ainda assim, seguir como se fosse uma coisa simples me causava espanto e orgulho ao mesmo tempo.

– O que é isso? É tão grande!

– Abra e vamos descobrir.

Quando ele terminou de rasgar todo o papel, pude ver a foto de um belo helicóptero estampado na caixa.

– Nossa, que legal, é um helicóptero, ele voa?

– Claro que ele voa, acha que eu te daria um helicóptero que não voa? Ele voa e voa alto, é pra você sentir o quanto longe pode ir.

– Obrigada, muito legal, você gostou Laura? 

– Adorei, quero pilotar, me ensina?

– Claro, deve ter um controle remoto em algum lugar - disse vasculhando a caixa - achei, vou precisar entender como funciona, meu pai pode ajudar, e depois te ensino, tá?

– Combinado! Podemos jantar agora? Estou morrendo de fome.

Jantamos nós quatro, eu, mamãe, Otávio e o Nick. Ele não comeu na mesa, claro, mas sua tigela de ração estava bem ao lado da cadeira do Otávio, eles gostavam de fazer as refeições juntos e como o Humberto não deixava, minha mãe fazia questão de liberar, como se fosse a avó que ele precisava, para mimar e estragar toda a educação que o pai deu em casa. Terminamos de jantar e ficamos na sala por um tempo tentando entender como funcionava o tal helicóptero.

O dia amanheceu lindo, ensolarado e eu corri para a casa do Otávio para me certificar de que tudo ficaria maravilhoso. Quando cheguei, todos estavam a pleno vapor, a pequena arena que seria palco para o show do Woody estava pronta, o jardim encantador do casarão estava cada vez mais parecido com um faroeste.

Algo Grandioso (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora