Capítulo 15

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A vida foi passando de leve, era extremamente fácil viver, pois, eu tinha uma família linda e completa; minha mãe amava o Otávio como seu próprio neto e os dias dela eram dedicados a ele. Vivia comprando presentes, fazendo os doces que ele gostava; sim, ela estava feliz, e eu também, todos nós estávamos exceto por um pequeno acerto que eu precisava fazer e seria hoje. Meu namoro com o Humberto era ótimo, exceto pela falta de sexo, toda vez que a coisa esquentava ele se afastava e sumia para algum canto da casa inventando alguma coisa importante para fazer, no começo eu não desconfiei que era desculpa, mas, agora estava muito claro que ele não queria se envolver mais que beijos e amassos e eu estava decidida a entender o porquê. Fazia quase seis meses que estávamos passeando na floresta enquanto o seu lobo não vinha, e como eu queria que o seu lobo chegasse, mas, nada de lobo.

– Amiga, você não tem de se preocupar com isso – disse Júlia ao telefone – Isso significa que ele é um cavalheiro, só isso.

 – Acho ótimo ele ser um cavalheiro, mas cavalheiros também tem necessidades, principalmente quando estão apaixonados, então, claro que isso me incomoda – eu disse.

– Então conversa com ele sobre o assunto, conversa abertamente.

– Vou fazer melhor, vou pedir para minha mãe convidar o Otávio para dormir em casa e vou levar o Humberto para jantar. Vou usar uma roupa bem atrevida, e se não funcionar, parto para uma intervenção.

– Não acho que ele seja o tipo de gostar de roupas atrevidas – disse Júlia rindo.

– Todos os homens são do tipo de gostar de roupas atrevidas – eu disse rindo e não muito certa de que estava com a razão.

– Boa sorte então, e me liga para contar.

Tudo havia saído como o planejado. Otávio dormiria em casa e eu sugeri ao Humberto jantarmos fora, ele como bom caipira sugeriu cozinhar para mim o que achei ótimo, assim já estaríamos ali bem próximo ao quarto dele para encerrar a noite do jeito que eu queria. Estava saindo de fininho, pois, não queria que o Otávio me visse com aquela roupa ousada, mas, antes de cruzar a porta, ouvi minha mãe soltar um "Pelo amor de Deus menina, está indo fazer striptease em alguma despedida de solteiro"?

– Que isso mãe, está tão ruim assim? – perguntei com um olhar de desespero.

– Minha querida, o Humberto não é o tipo de homem que gosta de vestido preto de couro. Se quer despertar alguma coisa sexual nesse homem não será vestida como uma prostituta.

– Mãe! – protestei indignada – Eca, não quero falar disso com você e não estou parecendo uma prostituta.

– Desculpa mas está, e se não falar disso comigo vai falar com quem? Venha, vou dar um jeito nisso – disse enquanto pegava minha mão e me forçava escada acima.

Quando voltei a sair pela porta eu estava totalmente diferente, usava um vestido floral azul e branco, botas e cabelo trançado. Cheguei e ele me esperava na sacada, vestindo calça creme dobrada no tornozelo, camisa branca e segurava um taça de vinho, a visão mais angelical e sexy que eu já havia visto.

Algo Grandioso (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora