5 - Marie

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Narrado por Marie

Estávamos todos entretidos na casa até escutarmos um barulho de mensagem vindo de fora. Fizemos silêncio e saímos para verificar.

- Paul?! - era Jenny, surpresa.
- O-oi.
- O que faz aqui? - a pergunta foi feita por mim. - Estava nos seguindo?
- Não! Eu...
- Fala logo!
- Vocês sabem que essa casa também pertencia a mim. - disse ele ainda conturbado.
- Mas justo hoje resolveu vir aqui?
- Vocês tinham que ter me chamado também, poxa! A Emily que está em perigo!

Jenny o encarou com fúria nos olhos.

- Como você ficou sabendo?
- Eu.. Eu ouvi a conversa de vocês pela janela!

Todos nós o encaramos perplexos. Ele tinha ouvido tudo o que se passara la dentro?
Jenny encarou o chão com uma mistura de vergonha e tristeza.

- Eu peço desculpas! Mas acho que devíamos nos juntar para investigarmos isso.
- Você anda muito ocupado ultimamente! - retruquei.
- Eu quero muito ajudar vocês! Eu também gostava dela.

Nos entreolhamos. Connor olhou como quem dizia "dá uma chance para ele". Mas o olhar de Jenny implorava para recusar sua oferta. Mas eu nem sequer mandava nisso aqui. Então levantei as mãos para o alto.

- Vocês que decidem! Não estou com cabeça!

Connor, que obviamente queria seu amigo de volta, olhou pra Jenny e disse:

- Jen, ele pode nos ser útil!
- Mas nem pensar!
- Dê uma chance pra ele!
- Quer saber, Connor, o problema é seu! Quer deixar, deixa! Mas lembre-se que isso foi ideia sua!

No fundo, ela quis dizer algo como se ele magoasse ela, a culpa seria toda de Connor. Mas seria inevitável ela se magoar. Ela ainda gostava dele. Tudo o que ele faria dali em diante causaria algum dano ou impacto para ela, ainda mais tão próximo assim.
Paul pareceu animado e Connor também.

- Amigos de novo?
- Amigos!

E os dois se abraçaram como se não se vissem a anos. Eu e Jenny só observávamos de longe.

- Que tal um lanche na minha casa? Tem brownies recém-assados da minha mãe.

Proposta irrecusável! Estava morrendo de saudade dos brownies da mãe de Connor.

- Por mim tudo bem!
- Se ela vai, eu vou! - Jenny emendou.

Todos olhamos para Paul que parecia pensativo.

- Você vai, cara?
- Não sei! Tenho umas coisas para resolver.

Jenny revirou os olhos e saiu do portão.

- Mas ta bom! Eu resolvo o resto depois.

E partimos pelo rumo contrário ao da minha casa.

Ao chegarmos em sua casa, a mãe dele tinha deixado um bilhete que tinha ido ao supermercado, então tinhamos a casa só para nós.
Jenny pegou uma tigela e foi para sala assistir televisão, enquando eu e Connor ficamos conversando na cozinha. Paul tinha ido ao banheiro.

- O que você acha sobre tudo isso? - perguntou Connor.
- Uma terrível loucura! É estranho saber que minha irmã gêmea pode estar viva, mas não sei se isso é bom!
- Por que?
- Minha vida tinha praticamente se estabilizado! E agora vem essa de detetive particular e mensagens bizarras. É demais para minha cabeça!

Ele segurou minha mãos e eu corei como um pimentão.

- Eu te entendo!

Paul abriu a porta e em um gesto súbito, tirei minhas mãos das de Connor enquando ele passava para a sala, onde estava Jenny por sinal.
Connor ia começar a falar mas pus o dedo em meus lábios e sussurrei:

O Terrível Caso de Emily Katzen (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora