PUTA MERDA!

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Eu já estava cansada, mas a fúria ainda ardia dentro de mim, por está exausta voltei a minha forma humana e me encostei no tronco de uma grande árvore e chorei...

Chorei porque pela primeira vez na vida senti a dor da humilhação, a dor que eu sempre temi e lutei contra com a ajuda de Théo, por isso eu sempre planejei rejeitar meu companheiro e quando contei pro Théo meus motivos ele me apoiou, e disse que estaria ao meu lado e que se eu quisesse ele casaria comigo, e eu sei que ele nunca seria o que eu tanto temo em um companheiro.

Eu cresci vendo esse tipo de situação e revoltada sempre perguntava ao meu pai o motivo de quase não termos o direito de voz, não que ele tenha sido um monstro com minha mãe, até porque eu nunca a vi dá motivos, sempre doce, sempre tão submissa, mas eu não sou assim, nas minhas veias corre a sede por liberdade, sempre lutarei pra me impor, nem que eu morra, mas o que ele fez comigo nunca mais acontecerá e se acontecer eu não ficarei muda, não outra vez.

Meu pai sempre temeu por mim, ele sempre teve medo desse dia chegar, sei que meus pais devem está assustados com o que pode acontecer por eu teimar em ser ouvida e vista, até eu temeria pois sobre o supremo não são ouvidas muitas histórias bonitas, ele é visto como arrogante e as vezes até mesmo cruel, mas eu prefiro morrer do que me submeter a uma situação que tanto odeio, que tanto tenho asno.

Me levantei com muito esforço, o céu já não estava tão claro, olhei ao redor e vi que estava um tanto longe de casa, então achei melhor procurar uma caverna e por lá mesmo descansar, amanhã eu voltaria.

Procurei e por sorte achei, me deitei no chão frio da caverna, mas isso era o que pouco me importava, depois de tanto pensar e jogar maldições no supremo, apaguei.

Acordei com o canto dos pássaros e já podia sentir as dores que eu tanto evitava, mas sorri porque por dentro eu já estava calma, minha loba também estava em paz.

- Acho melhor voltarmos agora Judith.

Por mim ficávamos aqui até parti pra outra.

- HAHAHAHA pode ter certeza que eu também minha loba, mas nada é perfeito, então...pronta?

Nasci pronta, baby

Sorri por saber que minha loba tinha o gênio forte como eu, me transformei sentindo-me mais forte pra enfrentar quem quer que fosse pelo meu sonho de ser livre e feliz.

Corri, corri com vontade, ignorei minhas dores e uivei sentindo-me viva novamente.

Eu estava feliz em ouvir o canto dos pássaros e vê nos olhos dos outros animais a curiosidade e o medo de vê seu predador ali tão perto, eu amava me sentir temida, eu amava me sentir respeitada e não deixaria ninguém me impedir de me sentir assim de novamente.

Quando dei por mim já estava no meio da minha alcateia, chamando a atenção de todos, podia vê alívio nos olhos deles por me verem ( o que achei estranho).

Me direcionei sobre o olhar de todos para minha casa, abri a porta e dei de cara com olhares preocupados, minha mãe chorava, seus olhos já estavam vermelhos e levemente inchados.

- Filha!!??

Ela gritou em alívio e correu em minha direção, me transformei em seus braços enquanto ela me cobria com um lençol.

- Fiquei tão preocupada, meu amor...

Dizia enquanto ajeitava o lençol sobre meu corpo, logo depois se afastou e antes mesmo de eu respirar fundo senti o forte aperto dos braços de meu pai.

- Eu temi tanto por esse momento, por esse maldito dia

Sussurrava com a voz embargada em meus ouvidos

Até que o Supremo desceu as escadas batendo palma.

- ENTÃO A NOSSA REBELDE RESOLVEU VOLTAR?

- Jason...

Sussurrou TOM tentando impedir o supremo com o olhar.

- O QUE É TOM? VAI ME DIZER QUE TAMBÉM APOIA ESSA PALHAÇADA!?

Ela falava alto, parecia descontrolado.

- Não!, mas eu acho melhor vocês conversarem depois que estiverem mais calmos...

- DE FORMA ALGUMA! NÓS VAMOS CONVERSAR AGORA!.

Falou alto vindo em passos firmes e com o olhar raivoso em minha direção, ele me agarrou pelos braços tentando me arrastar.

- ME LARGUE!

Eu gritei tentando me manter calma.

- JÁ DISSE QUE IREMOS CONVERSAR! E ASSIM VAI SER, NÃO TE DEI OPÇÃO!

- Já mandei me largar...

Sussurrei séria sentindo o meu alto controle se perdendo aos poucos.

- NÃO LHE DEI PODER DE ESCOLHA!

Meu auto controle se acabou e eu ainda não tinha me tocado do que tinha feito.

Eu me assustei ao ver Jason com a face avermelhada e virada pra esquerda ele estava em choque e minha bendita mão estava levantada o que me fazia perceber a grande merda que eu tinha feito.

Maldita falta de controle...

O silêncio reinava...

Só se ouvia nossas respirações ofegantes e foi quando vi seus olhos que eu tranquei.

Eu já vi seu olhar furioso, mas aquele eu não sabia qual era, mas eu sabia que era o pior.

EU ESTAVA EXTREMAMENTE FERRADA.

- PUTA MERDA, ANA! 

gritou minha loba em minha mente.


SUBMISSÃO AO SUPREMO (SEM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora