Anariela

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"Eu estava fugindo, do que exatamente eu não sei. Só sei que era algo escuro e que me dava arrepios. Escutei gritos de socorro mas não conseguia saber de onde vinham. Então a força escura tomou conta de tudo. "

Acordei assustada e suada. De novo o mesmo sonho que venho tendo a alguns dias. Me levanto e resolvo ir até a cozinha do castelo para beber água.

É  normal as pessoas terem pesadelos, mas sonhar com a mesma coisa durante noites seguidas em uma terra que sonhos tem significado importante, não.

Se você estiver perdido meu deixe explicar.
Meu nome é Anariela. Tenho 16 anos e faço 17 no próximo mês. Sou a herdeira de um Reino de magias. Meus pais sãos os Reis da Luz, de Catalaria, aqui só existe magia de luz, as trevas foram extintas a algum tempo.
Os bruxos vivem em harmonia com os anões e elfos que habitam a região, e várias outras criaturas mágicas, como as fadas que cuidam dos doentes, das estações e da proteção do Reino juntamente com os espíritos da natureza.
Menos humanos. Humanos não são permitidos numa terra cheia de magias que os olhares de meros mortais não entenderiam.

Chego até a cozinha do Castelo e tomo minha água e sou surpreendida pela minha mãe.

-Você me assutou-disse a mulher de longos cabelos ruivos e olhos verdes parada diante de mim. Da minha mãe só puxei os olhos. Meu cabelo era negro, liso e longo igual o meu pai.

-Me desculpe querida. Não foi minha intenção. Mas o que você faz aqui a essa hora da noite?

-Tive pesadelo.

Ela fez uma cara preocupada. Já havia contado a ela sobre meus pesadelos e ela sempre fazia a mesma cara. Sempre sentia que estavam me escondendo alguma coisa.
Dei boa noite e voltei pro meu quarto e consegui dormir melhor.

Na manhã seguinte acordei mais disposta e me arrumei pra tomar café. Arrumei meu longo cabelo negro em uma trança e coloquei calça, blusa de manga comprida e meu colete de pele,e botas, fazia frio em Catalaria, e não é porque eu era um princesa que gostava de usar vestidos todo dia.
Cheguei até o salão principal e encontrei meus pais na mesa e os guardas como sempre bem posicionados.
-Bom dia pai. Bom dia mãe. -Digo aos dois
-Bom dia-Os dois respondem
Eles pareciam tensos.
-Filha. Antes de você ir até Niriel quero que vá comigo até o oráculo.
Niriel era o meu instrutor em magia. Me encontrava com ele todas as manhãs para aprender a controlar meus poderes.
Se minha mãe queria ir ao oráculo, algo muito errado estava acontecendo. Só íamos ao oráculo quando alguma ameaça se aproximava ou quando tínhamos sonhos estranhos. Espera. Meus sonhos.
-É por causa dos meus sonhos? -Perguntei a ela.
-Sim. Tem uma coisa que você deve saber sobre seus sonhos.
Olhei surpresa pra ela e pra meu pai que só acenou com a cabeça.
O que quer que o oráculo fosse dizer era sério e eles sabiam disso.
Só não sabia que iria mudar minha vida de forma tão radical.

Nunca tinha ido até o oráculo.
Ficava em uma parte mais afastada do Reino, na floresta mais afastada da vila. Era uma espécie de caverna que só era revelada aqueles que precisavam mesmo de ir até ela. Minha mãe, Mirela, não poderia entrar comigo.
Então eu fui em direção a caverna sem saber o que me esperava.
Era um caminho escuro que de repente se acendeu e eu fui seguindo a luz até chegar a um senhora sentada.
Ela me olhou e fez sinal para que eu me sentasse em frente a ela e assim fiz.
Me ajoelhei e olhei pra ela.
-Estava a sua espera. -Uma voz doce de uma senhora saiu, mas eu sabia que era apenas uma fantasia para o oráculo ficar mais apresentável, afinal ele existe desde que o mundo é mundo.
Eu não falei nada. Só esperava saber o Real motivo de estar ali.
De repente ela soltou uma fumaça com as mãos e eu me senti sugada quando ela começou a falar com uma voz grave.
"A criança da Luz será a responsável pela total destruição das trevas ou a vitoria dela quando algo sombrio retornar ao completar seus 17 anos"
A fumaça sumiu e eu que nem percebi que tinha caído me levantei de joelhos. A senhora me observava como se nada tivesse acontecido.
-Essa criança.... -Falo pela primeira vez-Sou eu?
A senhora só acenou a cabeça em afirmação. Ótimo você acordar e saber que quando fizer 17 anos terá que exterminar as trevas ou acolher ela.
-Que tipo de trevas pode estar vindo?
- Não sabemos. É algo muito nebuloso e escuro para se ver, mas vai chegar.
-Porque eu seria a responsável pela vitoria das trevas?
-Todos podem sucumbir as trevas.
Dizendo isso a velha senhora simplesmente desapareceu e com ela a luz da caverna.
Dei um jeito de me levantar e sair dali o mais rápido possível.
Encontrei minha mãe encostada em uma pedra com seu enorme vestido e cabelos ruivos soltos me olhando.
Contei a ela sobre a profecia.
-Nós já sabíamos. -Foi o que ela falou-Quer dizer, sabíamos que você seria sujeita a uma profecia mas não que era algo tão cruel.
Ela ficou me olhando com o mesmo olhar preocupado quando contei dos meus sonhos e ainda tinha a sensação que estava perdendo alguma coisa.

Voltamos de cavalo pro Castelo e eu fui logo me encontrar com Niriel.
Niriel era um espírito da natureza que habita o bosque próximo ao Castelo, por qual todos os jovens bruxos passavam para que ele nos ensinasse a controlar nossos poderes.
Quando chegeui até a árvore que ele habitava bati duas vezes na madeira e um senhor se materializou na minha frente.
Era mais fácil ele ensinar com sua forma bruxa.
Ficamos praticando o resto da manhã até Elijah, seu próximo aluno chegar. Eu não gostava muito desse garoto. Ele se achava muito só porque já sabia mais magias que eu.
Eu tinha 16 anos e meus poderes ainda estavam aparecendo ele já tinha 18 e sabia como fazer magias.
Me despedi de Niriel e fui embora esbarrando em Elijah.
Ele se curvou diante de mim.
-Majestade.
Até que ele era educado.
Eu o cumprimentei da mesma forma e depois nosso olhares se encontraram. Não podia negar que ele era bonito com olhos azuis e cabelo castanho mel e bem alto.
Deu um sorriso pra ele e segui meu caminho de volta pro Castelo.
Meu pai queria que eu andasse por ai com guardas, mas eu não achava necessário.
Estava saindo da floresta tranquilamente quando fui atingida por uma tontura estranha e de repente cai desmanhada no chão.

"Você deverá seguir o caminho que um dia foi percorrido por um herói em busca da arma que irá destruir o mal. Se fizer o caminho errado, condenará todo o Reino as trevas. "

Acordei assustada com Elijah e Niriel ao meu redor.
-Princesa você está bem? -Niriel perguntou
Eles me ajudaram a levantar.
-Não sei. Eu estava andando e de repente cai desmanhada no chão e tive um sonho estranho.
-Um sonho? -Niriel perguntou confuso
Ele pegou suas mãos e fez movimentos na minha cabeça e fechou os olhos. Senti como se algo fosse sugado de mim e quando vi Niriel me olhava espantado.
- Não foi um sonho minha cara. Foi um aviso que tem relação com sua profecia.

Oioi gente
Pra quem estiver lendo isso, ficaria feliz se pudesse comentar o que achou da história, se tiver algumas visualizações e votos posto o próximo capítulo.
Besos

Anariela e a Profecia Onde histórias criam vida. Descubra agora