#10 Segundo Encontro

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Sexta-feira,6h40 AM.

O despertador me acorda dos pesadelos terríveis, levanto ainda suando frio, enquanto a chuva caía lá fora incontrolável e não dando trégua.
Hoje tenho  teste de biologia e não posso faltar a escola,me preparei a semana inteira para fazer essa prova e nessa correria toda acabei ignorando boa parte das pessoas, como por exemplo o Thomas, evitei o máximo contato com ele mas o mesmo não desistia de falar comigo e fazia questão de me dá carona para a escola e o trabalho,mas eu disse não  em todas as vezes. Minha mãe voltou de viagem na terça-feira à noite e continuava misteriosa, porém tentava transparecer tranquilidade como se nada tivesse acontecido. Quanto ao estranho das mensagens, bom, ele não deu as caras desde domingo aquela noite. Só o João que mandou uma mensagem ontem pela tarde falando sobre nosso tal encontro de sexta. Oh my god!! Hoje é sexta-feira !  Havia esquecido literalmente.
Nem havia pensado no que vestir...

O pior ainda estava por vim,meu guarda chuva estava quebrado e o desespero começou a crescer na minha garganta.

Abrir a porta e um vento gelado soprou minha pele, arrepiando o meu corpo inteiro. Por um momento pensei que ia nevar mas isso não aconteceu.

Flávia: Cadê seu casaco querida? Está muito frio lá fora e você pode ficar resfriada.-diz atrás de mim com uma xícara de café na mão.

Samantha: Não precisa mãe. Não estou com frio.- Respondo sorrindo para ela e na verdade, eu não estava sentindo mesmo.

Um carro preto parou em frente a minha casa,desceu o vidro fumê mostrando a identificação do motorista. É o Thomas que então sorria para mim.

Thomas: Vizinha, acho que você não irá rejeitar minha carona dessa vez-disse hilário – não  esqueça do teste de hoje.–comentou dando um sorriso de lado.

Reviro os olhos  aceitando a minha única saída.

Samantha: Mãe estou indo. Espera! Cadê a Larissa? -me lembrei da mesma. Será que já tinha ido? Sem mim?

Flávia: Está de cama,não vai poder ir, não se sente bem é melhor ela ficar em casa.

A chuva não dava trégua e hoje seria um dia daqueles. Fui as pressas para o carro antes que ficasse ensopada por questão de quarenta centímetros da porta de casa para o carro do Thomas. Ele ligou o aquecedor e fechou as janelas,seu perfume era inalado pelo meu nariz e que maravilha de perfume.

Thomas: Então, cadê a Lari?-perguntou quebrando o silêncio.

Samantha: Mal estar. Não vem hoje.-disse curta evitando assunto com ele.

Thomas: Estou ferrado nesse teste. Você estudou? -perguntou sem desviar a atenção do caminho.

Samantha: Bastante,a semana inteira posso dizer.– respondo encarando a rua através do vidro.

Thomas: Por isso tem me evitado tanto?- pousou sua mão sobre a minha e um calor subiu meu corpo.

Samantha: Não sabia que tenho a obrigação de falar com você. -respondo seca retirando grotescamente sua mão da minha.

Ele parou o carro no estacionamento da escola e virou o rosto para mim. Ele precisava dizer algo,sua expressão demonstrava isso. A chuva caía mansa  ainda do  lado de fora,apenas uma garoazinha. Sair do seu carro e seus olhos ainda estavam em mim e havia um brilho especial neles.
Acompanhei alguns alunos que entrava na escola, na verdade peguei uma carona no guarda chuva de um desconhecido que por sua vez parecia contente por isso.

O Garoto Da Casa Ao Lado (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora