4h12.
Eu contei as horas para o dia 16 chegar, e cá está ele.
Eu mal dormi, estava parecendo um zumbi, mas por incrível que pareça, eu não estou cansada.
Tomei um longo banho, vesti uma blusa preta com o símbolo do Nirvana uma jeans preta e um all star.
Peguei meu celular e enviei uma mensagem para Mila.
Flávia 》juro que nunca fiquei tão nervosa como estou agora. Por favor, torça por mim.
Ela não me respondeu, bloqueei o celular e fui para a cozinha, tomar café.
Sentei-me na cadeira à frente da minha tia que me lançou um sorriso e disse "bom dia".
"É hoje, tia. Estou tão feliz." Falei entre sorrisos, com uma caneca de café nas mãos. "Muito obrigada, tia."
"Que nada, amore."
5h00.
Eu estava na rodoviária com minha tia, o ônibus ia sair em torno de uns 5 minutos.
Eu estava com uma mochila pequena, com apenas uma muda de roupa e algumas coisas que eu ia precisar.
"Acho que o próximo é o seu, Flavi." Titia disse, com os braços cruzados.
Sorri ao ver meu ônibus chegando, seria uma longa viagem.
Abracei minha tia, fui em direção ao ônibus e dei minha passagem.
"Flávia Almirante?" O homem que estava conferindo a minha carteira falou. No que eu olho para ele e levanto minha mão. "Você precisa atualizar essa foto, ok, senhorita?"
Apenas concordei e entrei no ônibus.
Atualizar? A foto da minha carteira de identidade é a mesma desde que eu tinha uns 14 anos. E olha, ninguém nunca disse que eu mudei. A D O R E I saber que alguém disse que eu pareço mais velha (mesmo que indiretamente).
Me acomodei em uma das poltronas do ônibus e esperei todos entrarem para a partida.
A ansiedade toma conta de mim, novamente, criando expectativas sobre o evento.
"Licença, mas você está sentada no meu lugar, moça." Um rapaz falou, me tirando dos meus pensamentos, me voltei à ele e pousei meus olhos nos seus.
Castanhos.
Não parei de encará-lo por um só segundo, os olhos dele estavam me hipnotizando.
"Moça?" Ele tentou de novo, com o tom meio impaciente.
"Ahn, desculpa!" Eu falei, minhas bochechas começaram a arder e eu me levantei tão rápido, que bati minha cabeça no local aonde se colocavam mochilas.
"Você tá bem?" Ele perguntou, parecia estar segurando uma risada. "Desculpa, eu..." e começou a rir.
Olhei para ele novamente e pus a mão em minha cabeça.
Aí. Filho da puta.
"Seu lugar é do meu lado, seu idiota. Não aqui, aonde estou sentada." Falei na grosseria mesmo, ainda com a mão na cabeça.
Ele parou de dar risadas e sentou ao meu lado.
Sentei-me como se nada tivesse acontecido e olhei para a janela de novo.
"Qual seu nome?" Ele perguntou, no que eu me voltei para ele, levemente puta da vida.
"Não interessa para você."
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Separados Por Um Canal
FanfictionUma garota carioca, de 18 anos, problemas em casa mas sempre com um coração gigantesco. Flávia Almirante é e sempre foi bem humorada, até se mudar para Santa Catarina, para se tonar uma "adulta responsável". Mesmo sendo uma "adulta responsável", ela...