P.O.V {RAFAEL}
23h50
Meus olhos ainda ardiam por causa das lágrimas. Foram muitas.
Eu estava sentado ao lado de Sayuri, Milena e Luís. Todos estavam em silêncio, a sala de espera era comprida e fria, totalmente branca, os detalhes em azul eram os assentos.
"Quando poderemos vê-la?" Perguntei, no tom mais brando possível, para Milena.
Ela suspirou e olhou para mim, com pena.
"Rafael...eu não sei, sinceramente." Por fim, ela respondeu. "Assim que eu souber, você poderá ver ela por primeiro." Completou.
Luís me encarou.
"Não. Eu que tenho que ver ela primeiro. Preciso saber se ela quer realmente se reencontrar com esse..."
"Luís!" Milena o repreendeu. "Para...estamos em um hospital."
"Eu acho melhor vocês dois se acalmarem, sabe." Sayuri finalmente falou. "E acho, também, que ela preferirá ver Rafael. Tenho certeza, aliás."
Luís bufou e levantou, caminhando para um dos corredores do hospital. Milena correu atrás dele.
"Acha mesmo?" Indaguei a Sayu.
Ela assentiu. Não demorou muito e um médico estava em nossa frente. Nos levantamos de imediato.
"Acompanhantes de Flávia Almirante?"
"Sim." Falei, no que Sayuri assentiu.
"Ela acordou e me parece bem. Ela parece não estar muito nutrida, por isso os desmaios." Ele disse, me deixando muito ansioso para vê-la.
"Quando podemos ir até ela?" Perguntei, nervoso.
"Agora, mesmo." Ele disse e saiu, o seguimos, Milena e Luís desapareceram.
Chegamos na porta do quarto em que ela estava, o nervosismo estava me fazendo suar frio. Sayuri segurava em meu braço, tentando me acalmar.
Ao entrar, observei todo o quarto, até chegar a um cortinado verde. O médico o retirou e vi o rosto de Flávia; ela estava acordada e olhava, atordoada, para mim.
"Flávia." Sussurrei.
Andei rapidamente até ela, me encostando em seu leito.
Ela me observava atentamente. Sayuri permaneceu à distância.
"Rafael...Você está aqui." Ela murmurou, sua mão esquerda indo ao encontro de meu rosto. "Que bom." Ela sorriu.
Ela estava pálida e seu cabelo azul estava realmente muito desbotado. Não parecia a minha Flávia. A minha melhor amiga. Eu a perdi..mas ela quis voltar. E eu a agradeço eternamente.
"Flávia, eu te amo." Eu sorri pela primeira vez nos 10 dias que eu passei longe dela.
"Você falava assim, no sonho que eu tive." Ela murmurou e sorriu. "E depois, me beijou."
O sorriso dela iluminou meu coração, como sempre fazia.
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Separados Por Um Canal
FanfictionUma garota carioca, de 18 anos, problemas em casa mas sempre com um coração gigantesco. Flávia Almirante é e sempre foi bem humorada, até se mudar para Santa Catarina, para se tonar uma "adulta responsável". Mesmo sendo uma "adulta responsável", ela...