Vinte & Oito

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P.O.V [RAFAEL] 13h30.

Abri os olhos, o quarto estava bem claro e um pouco abafado.

Olhei para o lado e tomei um grande susto: Sayuri estava na cama, estava embrulhada com o mesmo lençol que eu e com o meu moletom preto.

"Sayuri, o que está fazendo aqui?" Foi a primeira coisa que falei, ela virou-se para mim e abriu seus olhos. "Meu deus, como você dormiu aqui?!"

"Calma, Rafa! Não aconteceu nada. Mas...na noite passada você pediu pra eu dormir aqui. A Flávia ainda não apareceu, achei melhor ficar, mesmo."

Eu estava assustado, pensando na possibilidade de Flávia imaginar que eu estava deitado na mesma cama que Sayuri.

"Olha, eu vou ver se tem algum sina..."

"Por que está com meu moletom? Porque está sem short?" A interrompi.

"Meu deus, Rafael, não fizemos nada! Para com sua neura! Eu estava com um vestido, não estava confortável pra dormir aqui."

Levantei da cama e saí do quarto, na esperança de encontrar Flávia na cozinha, que iria ser tanto bom quanto ruim.

Mas ela não estava lá. O desespero bateu, de novo.

"Rafael, espera, tenha calma!" Sayu veio atrás de mim, ainda vestida apenas com a sua calcinha lilás e meu moletom.

"Por que ainda não se vestiu? Ainda não percebeu que está só com uma calcinha?" Eu a fitava rápidamente.

"Porra, Rafael! Estou tentando te ajudar, eu tenho namorado e você já me viu desse jeito mais de mil vezes!"

"Mas agora é diferente. Eu não sou mais nada pra você."

"Raf..."

A campainha tocou, olhei para a porta, depois para Sayuri.

"Vai se vestir." Sussurrei para ela e corri para a porta.

Ao abrir a porta, meu coração quase saiu pela boca; Flávia estava de volta, mas estava acompanhada.

"Quem é você?!" Agarrei Flávia, a puxando completamente para mim, ela estava desanimada.

"Cuidado com a garota, ela estava quase entrando em um coma alcoólico." E ele saiu andando em direção ao elevador.

Eu ainda estava confuso, Flávia estava quase desacordada em meus braços, a coloquei para dentro do apartamento e a deitei na cama.

"Flávia? Meu deus, responde." Acariciei seu rosto.

Sayuri saiu do banheiro com seu vestido preto, ela olhou para mim e depois para Flávia, ela queria saber o que ocorrera. Aliás, até eu queria saber.

"Ela está quase desacordada, Sayuri, me ajuda, me ajuda!"

"Me...deixem..." Flávia falou com dificuldade.

"Flávia!" A pus em meus braços e a apertei, a aflição de perdê-la era a pior possível. "Fala. Fala comigo." Sussurrei.

"Rafael, a deixe descansar. É o que ela precisa." Sayuri disse e saiu do quarto, depois, eu ouvi o barulho da porta batendo.

"Rafael..."

"Amor. Desculpa, desculpa, eu...me perdoa, por favor." Falei quase chorando, Flávia me encarou, seus olhos ganharam vida.

"Meu deus...Rafael..." E ela fechou os olhos, novamente.

P.O.V [FLÁVIA] 20h12.

Acordei com fortes dores na cabeça, o quarto aonde eu estava, estava completamente escuro e eu estava meio perdida.

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