Doze

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10h00.

Acordei no quarto de Bruno com a luz do sol queimando meu rosto.

Bruno estava abraçado à mim, tirei seu braço de cima de minha cintura e saí da cama.

Peguei meu celular e desbloqueei o mesmo.

Rafael 》Ei. N fala mais não?

Rafael 》não?

Flávia 》oooi, desculpa não te responder.

Rafael 》aleluia, achei que tava morta Pqp kkkkk

Flávia 》tá né. Eu vou sair hj com o Bruno, talvez vcs pudessem se conhecer, que tal?

Rafael 》uhum, pode ser.

Flávia 》 tá agr vou falar com ele

Bloqueei o celular e fui para o banheiro.

Tomei um longo e relaxante banho, pensando sobre o meu tal namoro com Bruno.

Saí do banho, vesti um vestido preto justo mas não curto, uma bota preta e minha jaqueta de couro preta.

"Nossa." Bruno falou, eu virei e ele agarrou minha cintura, me dando um selinho. "Você tá muito linda."

Assenti, tirando suas mãos da minha cintura.

"Você quer conhecer o Rafa?" Perguntei. "Falei de você com ele...vamos sair."

Ele me encarou, sua expressão de ódio era evidente.

"Rafa?" Ele perguntou, sua voz soou como uma explosão de ignorância. "Quem é Rafa?"

"Meu amigo...ele tem um canal no YouTube." Respondi, ajeitando o cabelo. "E aí? Vai querer ir com a gente?"

"Com vocês? Então eu sou só um convidado de vocês?"

"Bruno, eu só quero que vocês se conheçam." Falei e saí da frente do espelho para pegar minha bolsa.

"Eu não vou." Ele falou e voltou para a cama.

Olhei para ele.

"Não?"

Ele negou com a cabeça.

"Ok, nos vemos no jantar, Beijos!" Falei, saindo do quarto.

"Ei!" Ele gritou do quarto.

Ele veio atrás de mim.

"Você também não vai." Ele disse, olhei para a cara dele e dei uma risada irônica.

"Tá doido?" Ele assentiu e me agarrou de novo, me colocando contra a parede da sala.

Meus olhos se arregalaram e ele me forçava mais contra a parede com violência.

"B-Bruno, achei que..." Ele me interrompeu, me beijando.

Eu tentava escapar dele, mas ele era forte demais para mim, ele conseguiu me levar para a cama e lá estava tentado outras coisas comigo.

"Para de fazer isso, Flávia, eu sei que você quer!" Ele disse e eu o empurrei mais um pouco, tentando escapar.

"Me larga, Bruno, porquê quer isso de mim?!" Gritei.

"Porque você é a minha namorada!"

Dei um grito alto e estridente, quando ele tentou levantar meu vestido.

Meu celular começou a vibrar ao meu lado, olhei para o mesmo, o rosto de Rafael estava estampado na tela.

Bruno me soltou, pegando meu celular e saindo da cama.

"Bruno!" Gritei. "Por quê está sendo tão filho da puta comigo, porra?!"

Ele desligou o meu celular e o deixou em cima de sua escrivaninha.

"Não quero mais você falando com esse merda. Você é minha." Comecei a chorar.

"Pensei que você era meu amigo..." Comecei a soluçar, ele parou para me olhar.

Ele suspirou.

"Desculpe. Mas agora quero que seja minha..."

"Não sou a porra da sua namorada, seu idiota!" Levantei da cama e o empurrei, pegando meu celular e minha bolsa.

Saí da casa dele e, felizmente, ele não veio atrás.

Fui até a casa de Rafael, toquei a campainha, ele mesmo atendeu.

"Flavi...o que houve?" Ele perguntou e me abraçou, as lágrimas passaram a descer mais rápido.

"Aí meu Deus" Murmurei.

Rafael me levou para dentro e fomos para seu quarto.

Sentamos em sua cama, ele acariciando meus cabelos.

"Flavi, o que foi?"

"Rafael...ele..." Falei entre soluços, tentando controlar minhas lágrimas. "O Bruno...como, aí meu Deus..." Continuei a chorar.

Ele voltou a me abraçar, eu tentava proferir o que eu tinha passado, mas não conseguia.

"O que ele fez?" Rafael perguntou.

"Ele tentou..." suspirei. "fazer coisas comigo contra a minha vontade."

Rafael me soltou, olhando para mim.

"Puta que pariu, sério?" Ele levantou. "Vamos lá com ele, isso não pode ficar assim!"

Segurei seu braço.

"Não." Falei e suspirei. "Ele vai se arrepender. Ele não é assim, eu sei que não."

"Flávia, se ele fez, ele é sim!"

"Eu aceitei o pedido de namoro dele." Falei, encerrando o choro.

"Quê?" Ele perguntou, surpreso. "Sério?"

Assenti.

"Caraca, cê nem tinha me falado que você gostava dele e..."

"Eu não gosto dele." Falei. "Eu gosto como amigo. Mas é muita pressão só pra mim e ele fica perguntando sobre vo..." Fiquei em silêncio.

"Sobre mim?" Ele perguntou. "Ele tem ciúmes de você comigo?" Ele riu.

"Eu já falei que somos só amigos." Falei e ri um pouco também. "Mas eu não gosto dele assim, só aceitei para ele parar de pegar no meu pé...e parece que não mudou nada."

Ele ficou sério.

"Estou confusa. Pensei que ele gostasse da nossa amizade, nunca achei que ele tentaria tal coisa." Falei, olhando para o chão.

"Você quer ficar aqui até a hora de ir pra sua casa?" Rafael perguntou, me fazendo olhar para ele, talvez eu tenha ficado muito surpresa.

Assenti.

"Se sua mãe deixar..." Ele assentiu.

"Tenho certeza que ela vai deixar." Ele falou, eu sorri.

Vou ficar junto à ele. A pessoa que eu...amo (?) Não. N Ã O.



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