14h45.
Já haviam passado duas semanas desde que eu fui aceita no meu primeiro emprego, e em nenhum dos finais de semana eu havia me divertido um pouco até então.
Eu estava em minha cama, largada, uma calça de moletom de unicórnios se sobresaltava no meu look.
Suspirei.
Olhei por mais um tempo a conversa de Rafael. Ele não entrou no Whatsapp faz dois dias e eu estou em abstinência, os áudios retardados dele fazem falta. Ele faz falta.
Larguei o celular sobre a cama e caminhei até o banheiro, me olhei no espelho, estava com olheiras, poucas, mas estava.
Meu celular tocou, corri para a cama e o peguei.
Era uma chamada de Rafael, sorri ao atender.
"Oooi" Falei, animada por ele ter feito o favor de ligar.
"Alô" Ele respondeu. "Você tá na sua casa?"
"Sim, porquê?"
"Eu estou em Santa Catarina, quer que eu te visite?" Meus olhos se arregalaram.
"Sério? Tipo, agora? Aí meu Deus, claro!" Falei, quase pulando de felicidade.
Ele riu.
"Me diz o endereço. Aliás, me manda por mensagem, mas não no Whatsapp, porque está meio bugado." Ele disse, me animei mais.
"Ok, ok. Tchau, Beijo!" E desliguei.
Me apressei para checar a caixa de mensagens. Mandei o endereço para Rafael e fui vestir uma roupa mais decente para recebê-lo.
"Tiaaa, Rafa vem me visitar!" Gritei para a minha tia, que estava na sala.
Coloquei um short jeans branco, com detalhes em preto e um moletom preto de capuz. Calcei minhas havaianas e desci, encontrando minha tia sentada no sofá da sala.
"Ooi" Falei.
"Quem é Rafa?" Ela perguntou, sem olhar para mim ainda. "É menina?"
Comecei a rir.
"Menino." Ela passou a me olhar com um sorrisinho sugestivo. "É só um amigo, tá?"
"Uhum. Que horas ele vem? Quer que eu prepare alguma coisa pra vocês?" Neguei com a cabeça e sentei ao lado dela.
Suspirei.
"Não precisa." Falei. "Eu tô bem?"
Ela assentiu.
"Seu cabelo está bagunçado. Mas mesmo assim, você está linda." Sorri.
"Obrigada, tia." Agradeci, escondendo o rosto entre as minhas mãos.
"Está nervosa?" Ela perguntou, Neguei. "É o que parece."
"Ele...me deixa nervosa." Falei rindo.
"Deu pra perceber." Ela riu.
A televisão emitiu uma voz conhecida, olhei para a tela e comecei a ver (de novo) o comercial da GBT, o qual ele participou. Meu sorriso apareceu.
"Credo. Que menino branco." Minha tia questionou. "Parece um vampiro."
"Um vampiro das trevas trevosas." Sussurrei.
Ela olhou para mim, eu estava vidrada na televisão.
"Pra mim não tem essa de game over não!"
Comecei a rir.
"É o cellbit esse aí?" Ela perguntou.
Assenti.
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Separados Por Um Canal
FanfictionUma garota carioca, de 18 anos, problemas em casa mas sempre com um coração gigantesco. Flávia Almirante é e sempre foi bem humorada, até se mudar para Santa Catarina, para se tonar uma "adulta responsável". Mesmo sendo uma "adulta responsável", ela...