Vinte

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2h56.

"Flávia!" Ouço um sussurro, um arrepio percorre minha espinha.

Viro para o lado, sinto a respiração de Rafael no meu rosto.

Como foi que eu acordei? Que horas são?

"O que foi?" Sussurrei de volta, desentendida e sonolenta.

Ele mexeu o braço, que estava sobre o meu e tocou meus lábios com seu dedo indicador.

"Eu preciso te contar um segredinho." Ele deu uma risadinha.

?????????????

Por Deus, ele me acordou pra contar um segredo?

"O que foi?" Voltei à perguntar.

Ele suspirou.

"Eu gosto de você." Ele falou. Meu sorriso apareceu no meio da escuridão.

Isso me tocou, não posso negar. Me afetou de uma forma inovadora.

"Eu preciso dormir. Me acordou só pra isso?" Perguntei.

"Não." Ele respondeu e suspirou. Ele segurou meu queixo com a ponta do dedo indicador e me deu um selinho, eu sorri. "Agora sim. Boa madrugada." Eu fechei os olhos e voltei para o meu lugar.

"Falávia."

"Puta que pariu." Sussurrei. "Quer parar?" Ele riu baixo.

"Desculpa. É que eu amo te perturbar."

"Percebi." Fechei os olhos novamente e dormi.

10h30.

Acordei com uns barulhos na cozinha, saí do quarto e fui até a mesma.

Rafael estava na cozinha, sem camisa, uma bermuda preta e uma caneca em mãos, seus olhos estavam voltados para a caneca, ele parecia hipnotizado, e eu, estava hipnotizada por aquele maravilhoso ser na minha frente.

Ele suspirou.

"Por quê que tem que ser assim hein, Rafael?" Ele perguntou.

"Oi?" Falei.

Ele olhou para mim e riu.

"Tava falando comigo." Ele respondeu, vindo em minha direção.

Ele me abraçou, tocar a sua pele era algo sublime demais.

Ele me apertava contra o seu peito, o que deixava seu abraço mais gostoso.

"Flavi..." Ele me chamou. "A Sasa quer vir aqui."

Soltei ele.

É o quê?

"Ahn? Ela quer? Como assim quer?"

"É. Desculpa, o nosso aniversário de namoro é hoje e...eu preciso vê-la, dar o presente e beijar ela..."

Beijar ela? Vá à merda, Rafael.

"Ah. Tudo bem." Falei, pegando uma caneca e enchendo-a com café. "Ela vem que horas?"

"Não sei. Acho que de tarde." Deu de ombros.

"Ok. Me avisa." Falei e voltei para o meu quarto.

Me tranquei no quarto, deixando a caneca sobre a cômoda e me jogando na cama.

Socorro, eu preciso de uma clínica de reabilitação, preciso tirar o Rafael de mim, preciso.

Mas são anos, não dias, Flávia. Não é tão fácil.

Separados Por Um CanalOnde histórias criam vida. Descubra agora