Cinco

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10h30.

Hoje, me dei o luxo de acordar tarde, porque ontem eu acordei às quatro da madrugada.

Me levantei da cama, eu estava num hotel, que ficava bem perto de onde aconteceu o evento que eu fui.

Fui para o banheiro e tomei um banho quente, vesti uma calça de moletom cinza e uma blusa verde, de mangas compridas e colada ao meu corpo.

Assim que ajeitei o cabelo, liguei para o Bruno.

Ele atendeu na terceira chamada, com uma voz de sono.

"Ooi, Bruno, ainda lembra de mim??" Perguntei, meio que com um sorriso bobo estampado no rosto.

Ele suspirou e pude sentir que ele sorriu.

"Como esquecer da garota que me deu uma bronca, por eu ter chamado a atenção dela no ônibus?" Ele falou, no que eu ri. "Como vai, Flávia? Está perdida?"

"Não, eu achei o hotel facinho, mas não vai ser fácil sair daqui para ir à algum lugar sem alguém." Falei, ele suspirou.

"Esse alguém, é óbvio, que sou eu. Não é?" Ele falou com convicção.

Eu soltei uma risadinha.

"Claro!" Respondi.

Marcamos de nos encontrar em um café ali perto, claro que eu ia ter que me virar pra achar, mas não seria tão difícil perguntar pra alguém.

Enquanto arrumava meu cabelo (de novo? De novo.), fiquei pensando na manhã de ontem. Parece que foi um sonho. Sério.

Lembrei da carta que eu dei para Rafael.

"Talvez você nem vá ler isso aqui, mas...eu vou escrever porque, agora, eu não tenho nada mais importante para fazer (não que você não seja importante, você é demais), bom, eu admiro tanto o seu trabalho, há tanto tempo eu te acompanho e me identifico muito com várias loucuras suas. Eh...eu não me considero Langer...ou talvez me considere, eu não sei. Mas admiro você e seu trabalho. Bom, eu também ficaria muito grata se você me seguisse no twitter, como prova de que você leu isso aqui. @Flaavialmirante.
Eu te adoro <3 By: Flávia Almirante."

Ficou tão...sei lá, sem graça. Acho que se ele ler, vai dizer pra si mesmo "que garota estúpida, eu hein." Aí, aí, preciso terminar esse cabelo.

Terminei de pentear o cabelo e pus minhas botas pretas, coloquei um gorro e desci, pronta para perguntar para qualquer um na rua aonde ficava o Carrazo Café.

Separados Por Um CanalOnde histórias criam vida. Descubra agora