19h35.
"Flávia, você tá bem?" Rafael bateu na porta, limpei minhas lágrimas.
"Estou." Suspirei.
"Eu tenho que sair. Você pode ir comigo?" Ele perguntou.
"Onde você tem que ir?"
"Vou no shopping. Antes de você perguntar, é porque eu preciso comprar um presente." Ele respondeu, puxei ar para os meus pulmões e abri a porta.
Ele ainda estava sem camisa, sua cueca estava à amostra por sua calça estar sem um sinto para segurá-la.
Parei para observá-lo. Ele é diferente. É tão bonito, é tão importante para tantas pessoas. É fofo e...tem uma namorada. E a namorada não sou eu.
"Eu não vou não." Falei, indo em direção à minha cama.
Ele veio atrás.
"Mas eu preciso de você..."
"Como é?" Perguntei.
"Eu não sou bom com presentes." Ele respondeu, pegando sua camisa e a vestindo.
Suspirei.
Meu Deus, socorro.
"Por favor." Ele fez uma carinha triste.
Assenti.
"Ok." Falei. "Eu vou colocar outra roupa." Andei até o meu guarda roupas, escolhi o primeiro vestido que vi pela frente.
"Obrigada mesmo." Rafael falou.
Fui até o banheiro, coloquei o vestido vermelho e vesti minha jaqueta de couro preta, saí do banheiro.
"Vamos." Peguei minha bolsa na cômoda.
Rafael me olhou da cabeça aos pés.
"Não acha que esse vestido tá muito curto?" Ele perguntou, talvez um pouco baixo demais, mas sem transmitir nenhum sinal de ciúme.
"Não. Tá ótimo assim." Respondi, seca.
Minha tia nos parou na sala.
"Aonde vão?" Ela perguntou com as mãos na cintura.
"Shopping." Rafael respondeu, sorrindo. "É só um presente, a gente volta rápido."
Ela riu e me deu um dinheiro para o táxi.
Saímos e pegamos o primeiro táxi que vimos.
O clima estava tenso entre nós, estava pesado. Tudo porque eu queria mais do que eu poderia ter.
"O presente é para a Sasa." Ele sussurrou.
Suspirei e rolei os olhos, sem ele perceber.
"Hm. E eu tenho que te ajudar a escolher?" Perguntei com uma certa ignorância.
"Sim..."
"Rafael, eu estou magoada com você." Fui direta até demais, larguei minha timidez para falar o que eu estava tentando esconder desde o nosso primeiro beijo. Ele me encarou, as luzes da rua refletiam nos seus olhos. "E, talvez, você não possa reverter essa situação."
Ele olhou para baixo.
"Me perdoa." Ele falou, voltando seus olhos para os meus. "Não queria te magoar, juro."
Suspirei.
"Mas magoou. Ok, vamos esquecer isso. O shopping é bem ali."
23h12.
Estávamos no táxi, eu tinha escolhido como presente para a Sayuri, uma saia florida e colorida. Achei que ela iria gostar, porque ela parece meiguinha com essas coisas.
Estávamos quase perto de casa, ninguém estava na rua, Rafael estava cochilando ao meu lado e meus pensamentos estavam agitados demais.
Como será que ele se sente quando está me beijando? Será que pra ele eu sou igual à sayu?
Eu não sei.
O motorista para em frente à minha casa, chamo Rafael, que acorda como se estivesse em um sono completamente profundo.
Entramos em casa, um silêncio tomava conta de todos os cantos, subimos rápido para o quarto, sem fazer barulho algum.
Eu ainda estava irritada e magoada com Rafael, mas todas as vezes que ele falava comigo, eu não deixava de responder.
"Eu vou dormir na sua cama?" Ele perguntou, eu assenti.
"Se quiser, pode dormir no chão." Ele riu, continuei séria, pra ele ver que o negócio tava preto para o lado dele.
Ele deitou na minha cama, relaxando todo o seu corpo na mesma.
Passei a observá-lo assim que vi que ele caiu no sono. E, assim, eu dormi também.
Ooooi. É a primeira vez que eu escrevo para falar com as pessoas que lêem SPUC. Então, eu agradeço à vcs pelos comentários, eu adoro todos! Eles me incentivam a escrever mais. Obrigada ♡ esse cap ficou curtinho, mas foi só pra eu ter o que postar hj ^.^ Até mais.
#Kitkat
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Separados Por Um Canal
FanfictionUma garota carioca, de 18 anos, problemas em casa mas sempre com um coração gigantesco. Flávia Almirante é e sempre foi bem humorada, até se mudar para Santa Catarina, para se tonar uma "adulta responsável". Mesmo sendo uma "adulta responsável", ela...