Sete

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11h27.

Já estávamos andando na praça, que por sinal, era realmente mais bonita do que eu pensei.

Bruno arrastava sua mão na minha enquanto andávamos.

A brisa fria e gostosa me fazia cócegas no rosto, eu me sentia até um pouco livre ali. Meus pais sempre me mantiveram na linha do que eles achavam certo. E fazer um passeio desses sem eles, não era uma coisa certa para eles.

Bom, eu iria voltar para a minha nova casa na manhã seguinte, fazer faculdade no outro dia e seguir como uma novata em Santa Catarina. Então, eu tinha que aproveitar.

Enquanto eu andava refletindo sobre o que aconteceu no Carrazo Café, Bruno estava silencioso e sua mão roçava na minha, até que eu resolvi tocá-lá com a ponta do polegar, como se eu estivesse dizendo: pode segurar, não há problema nisso.

Mas ele não fez isso. Ele simplesmente cruzou os braços e continuou andando, em silêncio.

Ok, aceito isso de boa.

Fale algo, Flávia. Ele quer, você está assustando quem pode ser seu melhor amigo no futuro!

"Bom, de onde você é, Bruno?" Perguntei, finalmente o olhando e quebrando o silêncio.

Ele olhou para mim e deu um suspiro.

"Carazinho..." Ele respondeu.

Soltei uma risada.

"Sua terra natal é carazinho mesmo?"

Ele me olhou e sorriu.

"Não, eu sou Paulista. Fui morar em carazinho por conta da minha mãe." Ele respondeu, olhando para o chão.

Indiquei um banco para sentarmos. Sentamos e continuamos a bater papo.

"Flávia, você é uma moça incrível, sabia?" Ele disse, senti minhas bochechas arderem, estavam levemente ruborizadas.

"Você também é uma pessoa incrível, sabe. Me ajudou bastante até aqui." Falei tentando não demonstrar tanta timidez, ele sorriu, olhando para minhas bochechas.

"Flávia...eu posso te falar um negócio?" Ele perguntou, com um pouco de insegurança em sua voz. "Mas prometa que não vai me odiar. Por favor."

Assenti e pedi para ele prosseguir.

"Eu..." Meu celular tocou, o interrompendo.

Suspirei pesado e pedi licença para ele, me levantei e saí um pouco dali.

Atendi, era Mila.

"Maninha!" Ela gritou, alegre. "Como foi com o cellbit???"

Eu dei um sorriso, mas meu sorriso se desfez quando lembrei da tal Say.

"Ahn...Foi muito bom." Falei quase sem ânimo. "Preciso ir agora, Mila. Eu estou com o Bruno. Tchau"

E desliguei.

Voltei para o banco e pedi desculpas pelo ocorrido.

Ele suspirou e me olhou, seus olhos carregados de algo indecifrável.

"Flávia, acho que estou me apaixonando por ti." Ele falou, o que me deixou boquiaberta na frente dele.

Senti não só minhas bochechas, mas meu rosto inteiro arder com as palavras proferidas por ele.

O quê?

Eu estava perplexa. Acho que ninguém nunca se apaixonou por mim.

"B-Bruno...a gente se conhece a tão pouco tempo...você..."

Separados Por Um CanalOnde histórias criam vida. Descubra agora