CAPÍTULO 10 - CONVIDADOS INESPERADOS

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Uma semana depois...

Fico pensando será que esse homem é se quer um ser humano? Como ele pode estar vivo, ou ainda melhor, correndo despreocupado por aí depois daquele ferimento? Se ele fosse "normal" estaria mais uma semana na cama. Bem, bom pra ele. Assim pode correr para seu príncipe mais cedo, diz meu subconsciente amuado.

Essa semana foi, sinceramente, uma coisa de outro mundo. Ter que guardar segredo sobre Alan de todos é bem difícil, mais difícil ainda é guardar da sua melhor amiga. Principalmente se esse seu "segredo" fica perambulando pela casa como se fosse dele e finge que não te escuta quando o manada se esconder. Ô homem teimoso, suspiro com o pensamento.

Uma vez, há uns quatro dias atrás, Mel e Mike quase descobrem sobre o nosso convidado/segredo ao chegarem de surpresa para uma visita.

Sim, realmente foi uma surpresa entanto, reclama meu subconsciente.

Juro que devo ter sofrido pelo menos uns três minis ataques cardíacos sucessivos naquele dia. Você sabe... Daqueles que quando você está andando tranquilamente pela escada, erra um pé, escorrega e em menos de três segundos você já está segurando a coisa sólida mais próxima, respirando pesadamente com o coração disparando que nem louco na garganta.

Penso naquele dia e declaro que com certeza sou realmente muito sortuda. Certo, isso dependendo do seu ponto de vista.

Eles chegaram na hora do almoço (tudo minuciosamente planejado é claro). Chris ainda não tinha se recuperado do resfriado. Estávamos todos comendo tranquilamente na cozinha quando, por pura sorte, eu ouvi passos de pessoas se aproximando da casa.

O meu primeiro pensamento foi que os guardas do rei tinham descoberto sobre Alan (primeiro mini ataque), até que escutei as vozes de Mel e Mike à distância.

Já estava relaxando até me lembrar de que eles não podiam saber de nenhum modo sobre Alan (segundo mini ataque).

Assim que me levantei bruscamente assustando todos da mesa, que não tinham ouvido os nossos visitantes. Peguei o braço de Alan e, com toda a minha força, o puxei escada a cima pedindo silêncio, quero dizer, mais ordenando silêncio do que pedindo, mas vocês entenderam.

Ao chegar ao segundo andar, parei subitamente por não saber aonde poderia enfiar Alan para se esconder. A minha primeira opção seria o meu quarto, mas Mel adorava entrar e xeretar nele; a segunda seria o quartos dos meninos, mas Mike (igual a Mel) também entra muito no quarto deles.

Então, me deixando uma única opção. A terceira opção que seria o sótão. Na qual seria um minúsculo espaço entre o assoalho do teto e o telhado, com ratos, morcegos e tudo que você possa imaginar de desagradável (eca!). Mel e Mike jamais subiriam até lá sem que fossem pedidos, mas até assim eles nem iriam.

Pegando a mão de Alan o levei até o finalzinho do corredor, o qual existe um alçapão no teto, que assim que puxado descia uma escada de corda. Puxei o alçapão e mandei Alan subir rapidamente. Ouço o som de paços se aproximando, chegando cada vez mais perto, Senhor eles logo estarão aqui (e chegamos assim ao terceiro mini ataque).

Desesperada começo a empurrar Alan pela bumba que nem maluca sussurrando para ele se apressar. Acabo subindo com ele e tropeçando em alguma coisa. Caio em cima dele, batendo com tudo a minha testa no seu queixo.

Ui! Isso vai deixar um galo. Coloco a mão na minha testa, esfregando o lugar dolorido.

Olho para cima e me vejo muito próxima de Alan, exclamo assustada com a proximidade, caindo de costas no chão e batendo minha cabeça de novo.

Anabelle e a Princesa PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora