Ainda estava com os olhos arregalados com a beleza do homem estirado no chão. Era sinceramente um colírio pecaminoso.
Mesmo pela pouca iluminação pude ver que ele tinha cabelos pretos (eu acho), um nariz reto, lábios cheios (e nossa deliciosos, como seria beijá-lo? Aposto que muito bom, mas o que eu estou pensando? Ficando louca? O homem está agoniando em dor e eu pensando em beijá-lo, sério Anabelle dá pra voltar para a realidade?). Olhando mais vejo quem tem um queixo quadrado com um pouco de barba por fazer, e seus olhos eram contornados por sobrancelhas delineadas e másculas.
Não sei que cor eram seus olhos, já que está com eles fechado. Mas imagino que seriam incríveis. Passando meus olhos por toda a sua extensão pude ver que era forte (bem, parecia ser forte debaixo das roupas), ombros largos e mãos grandes. Humm... Muito bonito mesmo... E ferido Anabelle, lembre-se disso. Pare de ficar só admirando o homem. Santo Deus!
Tirando meus olhos da magnificência a minha frente (ou seja, o corpo escultural) percebi que o homem me encarava agora, com olhos de um tom mel meio acinzentado. Eu na realidade não consegui definir muito o tom por falta de luz, mas era... Exótico, eu acho, por uma falta de palavra melhor. Uma cor estranha, mas incrivelmente cativante e cálida.
Um gemido me jogou fora de meus devaneios e percebi que me encarava com olhos fervorosos transmitindo dor e aflição.
Demorei um pouco para encontrar a minha voz, parecia que minha garganta tinha acabado de passar pelo deserto. Entretanto, quando finalmente encontrei a minha voz o encarei e perguntei a coisa mais idiota do mundo para o homem a minha frente:
- Você está bem? – Não sei o porquê perguntei isso, era obvio que ele não estava bem. Ora! Ponha o cérebro pra funcionar! Ele tá gemendo só porque gosta, gritou sarcasticamente o meu eu interior pra mim.
Tentei, porém o meu cérebro parecia passar por uma pane geral, não estava funcionando direito, a única coisa que pensava era em como era lindo e sexy. Eu parecia que tinha 13 anos outra vez, me derretendo que nem manteiga para o desconhecido ou nos piores casos parecendo uma doida pervertida.
Enquanto brigava com o meu cérebro, notei que havia uma flecha mais ou menos no ombro esquerdo do rapaz. Se ela tivesse ido um pouco mais para a direita ela teria acertado o coração, fiquei pálida ao compreender o quão perto ele estava de morrer e isso podia ser a qualquer momento.
- hummm... – gemeu ele me pegando de surpresa, visto que tinha me esquecido dele momentaneamente com o meu blábláblá interno.
O som de sua voz tirou-me do meu raciocínio, me fazendo lembrar que ele ainda estava estirado lá e que estava realmente sentindo muita dor. Também com uma flecha no ombro, você queria o quê? Comenta sarcasticamente o meu subconsciente.
Tentando tirar todos os pensamentos da minha cabeça, comecei a tentar me concentrar na situação a minha frente. Pensei no que eu tinha que fazer para poder ajuda-lo.
Lembrando-me de uma vez que o Willian se feriu com uma flecha minha, porque estava brincando com ela sem minha permissão e acabou com um furo na mão quando ele estava correndo com ela e caiu.
Recordo-me dele correndo em minha direção pedindo ajuda fiquei espantada e assustada. Não sabia o que fazer já que mamãe não estava em casa, então selei o Aslan e sai correndo com Willian para o curandeiro mais próximo.
Lá na casa do curandeiro ele primeiro tirou a ponta da flecha e depois a puxou e colocou um pano com ervas medicinais e água. Depois deu alguns pontos e fez um curativo bem apertado para parar o sangramento e disse pra Willian com um tom rigoroso para nunca mais brincar com coisas perigosas como flechas.
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Anabelle e a Princesa Perdida
RomantiekA princesa perdida é o primeiro livro da saga Anabelle. Anabelle sempre pensou que era uma garota normal, um pouco pobre de mais, mas com muito amor em sua vida vivendo com sua mãe adotiva e seus adoráveis irmãos. Porém tudo muda quando, em um bosqu...