CAPÍTULO 11 - SONHO OU PESADELO?

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Algo está errado, muito errado, penso em meio a uma escuridão.

Não sei como vim parar aqui, nesse breu em que nada enxergo. Meus sentidos estão todos confusos. Não sinto nada, tudo que noto é somente a escuridão abrasadora. Olho para todos os lados, não vejo nada, tudo está preto.

Onde diabos estou? Olho para baixo e vejo que estou... Flutuando? Sério? Flutuando? Só posso estar louca ou pior será que morri? Tive um aneurisma e nem percebi?

Preocupada continuo a olhar para baixo, e a cada segundo começo a me apavorar mais e mais. Senhor, onde diabos estou? Tenho, sinceramente, pavor de altura!

Quando acho que vou ter um ataque de nervos começo a sentir cheiro de fumaça. Aos poucos o breu se tornava um cinza escuro, fumaça começava a me rodear. Noto que ela é diferente da normal é mais densa, na realidade até parece possível segura-la. Estico minha mão para tocá-la, não consigo. Assim que, dou um passo hesitante em sua direção com a mão ainda esticada tentando pegá-la, com um profundo medo de acabar caindo nesse abismo sem fim.

Ela foge de mim. Pareci um filhotinho, me rodeado não me deixando tocá-la até que se afasta ainda mais de mim. Não sei por que, mas pressinto que devo segui-la.

Fumaça parecendo um filhotinho? Rá... Devo estar realmente ficando louca... Seguir fumaça? Aonde já se viu? Meus instintos devem estar me pregando uma peça.

A cada passo que dou, ela se afasta mais e mais. Até que subitamente surge uma luz intensa, na qual machuca meus olhos. Fecho os olhos por instinto e coloco minha mão direita tentando tampa-los, porém mesmo assim vejo fleches de luzes pelas minhas pálpebras.

Fico assim por alguns minutos, até a luz abaixar a sua intensidade. Com cuidado retiro minha mão do rosto e abro meus olhos bem devagar. Pisco varias vezes e bem rápido até que me acostumo com a luminosidade do ressinto.

É quando percebo que estou de pé na cozinha da minha casa. Bem, eu acho que estou, pois tudo está uma bagunça. Tem panelas jogadas no chão, a mesa está virada, comida para todo lado, umas cadeiras estão quebradas. Parece que um furação passou pela cozinha.

Estranho, como ela ficou assim? Não, mais importante... Como vim parar aqui?

Fico observando tudo em estado de choque. Meus sentidos todos entorpecidos, até que sinto novamente o cheiro de fumaça. Porém o cheiro está mais forte que antes e vejo a fumaça dominar toda a cozinha.

Ela está diferente. Está parecendo muito mais como uma fumaça normal.

Um grito de dor me tira dos meus devaneios. O grito continua sem parar, algumas vezes intercalando com suplicas. Chocada, noto que a voz pertence a minha mãe.

- Não! – grito apavorada.

Subo até o segundo andar, de onde eu acho que os gritos da minha mãe estão vindo. Desesperada tropeço na escada e quase rolo para baixo, machucando os joelhos na quina. Levanto-me, e corro para o corredor. Os gritos param.

No corredor paro por um minuto, escutando. Tentando ouvir alguma coisa, mas não ouço nada. Cada vez com mais pânico, corro para o nosso quarto e não encontro ela.

Viro-me e corro para o quarto dos meninos. Porém a centímetros da porta, escuto vozes. Acho que são três pessoas. Duas falando em tons de ordens, e outro num tom mais repulsivo.

Devagar vou me aproximando do quarto, paro na lateral da porta com meu coração batendo a mil por hora. Escondida, espio o quarto. Vejo somente as costas de dois homens altos e robustos.

Anabelle e a Princesa PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora