Sozinha outra vez.

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   Logo após seus convidados irem embora, a mãe de Clarice foi para o quarto e em seguida seu pai.

   E a ilusão de uma família que começava a se concertar, desmoronou.

   Charlie começou a gritar com sua mãe, e sem conseguir ouvir de seu quarto Clarice se aproximou da porta, foi quando ouviu passos pesados e apresados!

_ Garota nojenta, sua desgraçada!- Entrou seu pai, gritando com a cara estremecida de raiva.

_ O-O quê foi papai?
Pergunta Clarice sem entender e com muito medo.

_O que foi sua bastarda? Ainda pergunta? Olha aqui, da próxima vez que eu fizer uma festa nessa casa e você se esconder seja lá onde for, quando eu ti achar eu vou ti matar garota nojenta!
E com um gesto mais que depresa tira o cinto de sua calça e a chicoteou 3 vezes com muita força e desprezo, logo em seguida sai do quarto batendo a porta com tal força que até as paredes estremessem.

   Clarice sem saber como agir, e o que fazer, começa a chorar desesperadamente quando percebe em sua boca um corte enorme que seria difícil parar de jorrar sangue, ela deitou e ficou pensando em tudo o que tinha acontecido. Na festa, no afeto mentiroso, e naquela pancada que nem sabia se merecia.

   Foi quando ela percebeu que não importava a quantidade de festas que fossem feitas naquela casa! Não importava o quanto eles fingissem serem normais, nada ia mudar aquela rotina, aquela vida que eles já tinham criado.

   E então ali sozinha ela percebeu que de nada ia importar, ela tentar ou querer mudar, se o seu destino já estava programado a ser daquela forma, totalmente solitário. Sem família, sem amigos, sem ninguém em quem ela pudesse contar.

Menina Dos PesadelosOnde histórias criam vida. Descubra agora