Conhecendo do passado!

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Toledo a leva para a sala onde sua mãe, Carlos, Lana e Ruivo estavam conversando, sem saber que ela estava presente, diziam o quanto ela estava diferente, e antes que ela ouvisse algo que não a agradasse Clarice se manifesta.

_Oi.

_Ha! Agora você fala! Lana debocha dela.

_Eu nunca fui muda! É claro que falo!

_Haram! Na hora de conversar com quem...

_Para não começa por favor! Além de eu vir aqui, ainda tenho que ouvir sermões? E ainda os seus Lana? Qual é a sua moral. Diz sentando ao lado de sua mãe.

_Pelo menos eu não fico desfazendo das pessoas que gostam de mim.

_E pelo visto você tem muitas não é? Cadê seus pais? Dréia não vai vir me ver? Ou o remorso não deixa?

_O que você ta querendo dizer com isso? Tá jogando na minha cara que eles gostam mais de você do que de mim? E começa a chorar.

_Não, disso não tenho dúvidas. Você é a filha deles. É a você que eles amam. Imagine nem pais eu tenho, quem sou eu pra falar de amor!

Ruivo se levanta antes que Lana diga mais alguma coisa e pede para as duas pararem, depois Clarice percebeu que Adrile ficou sem graça com o que ela tinha dito.

_Desculpe mãe! Foi sem querer!

_Ta tudo bem! Já ta na hora de você saber.

_Saber o que?

_Da sua história.

Clarice fica de boca entreaberta.

_A verdade é que eu tive um filho, mais era um menininho, ele nasceu muito fraco, e não resistiu, então eu fiquei doente, realmente muito doente, e tava começando a ficar louca, quando me disseram para adotar, e como eu era nova e inexperiente, queria um bebê de colo, e só tinha você lá Clarice. Charlie foi um pouco contra mais ele era contra a tudo, então passei minha fortuna meia a meia, no nome dele e no seu, por que ele não queria sabe? Então eu o paguei pra deixar ficar com você, só que ele  pensava que o dinheiro todo era dele. Mas era só metade, por que a outra metade era sua meu anjo! Tinha medo de algo me acontecer e ele te devolver para o orfanato.

Clarice não teve respostas nem perguntas.

_ Eu só queria alguém para alegrar a minha vida, e me desculpe se não fui uma boa mãe, mas é que nesse tempo todo não deixei de pensar no bebê que perdi.

_Entendo! Você foi uma ótima mãe, eu amo você por ter me criado, me educado em casa, pelo aniversário e agora amo ainda mais. E a abraçou.

_Que bom saber que vocês se...
Lana ia dizendo.

_Fica quieta Lana. Ruivo fala para ela.

_Lana, me desculpa, nada do que eu disse foi pra ti fazer ficar mal. Só era pra saber se alguém ia vir, seu irmão pelo menos, na próxima visita talvez. Eu sinto falta deles, da mesma forma que você é uma irmã, eles são também. Não quero roubar nada de você, eu já tenho uma mãe maravilhosa.

_Ha muito obrigada por lembrar. Fala e vai para um canto.

Clarice não entende aquela reação, a parte da família era mesmo mentira, Clarice só os queria ver para saber se eles eram capazes de olhar nos olhos dela, mas fora isso todo o resto era real.
Clarice vai até onde ela estava.

_Lana, eu sei que você tem uma dor tão grande que só poderá ser diminuída se falar para alguém. Tá tudo bem agora, já passou, não vai mais acontecer, ninguém vai te fazer mais nenhum mal.

_Você não sabe nada sobre mim Clarice, nunca se importou de verdade, só fingiu ser minha amiga e só se importava com você mesma.

_Se você me considerava sua amiga, então por que não me disse?

_Disse o que? Na onde você quer...

_Você sabe do que é! Eu também passei, eu entendo como é.

_Você ta começando a me irritar.

_Você não vai querer ser ajudada? Eu sei do seu abuso.

Lana se levanta e olha em Clarice por um tempo assustada, depois ela começa a chorar.

_Por favor não fala pra ninguém! Não fala pro Ruivo, quem mais sabe? Quem ti falou? Aí meu Deus, isso agora nã...

_Calma, ninguém sabe! Só eu..

_Mas quem ti contou Clarice. Ela grita sem perceber e nisso chama atenção de Carlos e Ruivo.

_Psiu! Eu só soube porque eu sei como se comportam pessoas com essa tragédia.

_O que que ta acontecendo aqui? Ruivo pergunta.

Nenhuma das duas respondem. Clarice abraça Lana e ficam assim por um tempo, depois Clarice sai e deixa Ruivo com ela.

Ela vai até Carlos.

_Oi amor! Ela fala entusiasmada.

_Quem vê pensa que você nem ta presa. Responde sem olhar para ela.

_O que você tem Carlos!

_Eu pedi pra você não vir!

_Como se eu pudesse escolher! Acha que é fácil pra mim?

_Você? A questão é sempre você não é? Você ta sempre pensando na sua dor, no seu mal, na sua vida, e enquanto aos outros? Me fala? Você pensou em mim quando veio pra cá?

_É claro que eu pensei!

_Sei. Tô vendo.

_Carlos o que esta acontecendo? Por que ta me tratando assim? O que eu fiz?

_Nada Clarice, nada!

_Clarice? E o que ouve com o Clari?

Ele não a responde.

_Me desculpa, eu juro que tô tentando ser melhor, ser mais forte, e não é por mim, não é pra mim!

_Você sempre foi tão verdadeira Clarice! Por quê esta mentindo agora?

_Eu não estou mentindo, tô tentando arrumar as coisas!

_Se entregando para morrer na cadeia?

_Você não entende!

_Não, é você que não entende! Acha que vai ser fácil pra mim? Ficar pensando em alguém que eu não posso ver todos os dias? Demonstrar o quanto te amo sem estar por perto? E você, essa é sua prova de amor pra mim? Me deixando sozinho? Você jurou estar sempre comigo Clarice! E você  não vai estar.

_Clarice Patrison, para a cela agora! Um policial entrou e falou.

Nem deu tempo de Clarice se explicar ou responder algo, apenas se inclinou para se despedir com um beijo e ele recuou. Sem poder fazer mais nada, deu um abraço em sua mãe, e voltou para a cela.

Menina Dos PesadelosOnde histórias criam vida. Descubra agora