Criando suspeitos.

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Até que enfim tinha acabado, nunca fora tão desejado algo por Clarice como sua festa, mais depois do ocorrido, se não fosse Carlos estar ali, com certeza ela também não faria questão de estar!

Ela ficou por um longo tempo lembrando sem parar nele, e "Clari" como preferia agora ser chamada, não sabia bem o que era aquilo que sentia.

Por que sem motivos, sonhava com ele? Via ele em todos os lugares? E só queria pensar nele?

Mais nem todo sentimento que ele a fazia sentir, tirou a dor de seu abuso. Clari queria explicações, motivos, culpados.

Por mais que ela não quissese, ela se esforçava a lembrar, pois queria justiça sob o que havia acontecido. Ela chegou a pensar em todas as hipóteses, e em todas as possíveis loucuras.

Sebastian, seu pai postiço, poderia ser o agressor, pois por mais que tivesse mulher, coitada! Agora com 51 anos, não teria muito para satisfaze-lo.

Gabriel com os seus 19 anos, e com os hormônios a "flor da pele" teria razões para usar uma tola e medrosa como Clari para apoderar-se e se "acalmar os ânimos".

Seu pai, nunca fôra alguém de confiança. E justo por que logo no dia seguinte teria uma viagem?

Ela chegou a duvidar até de Carlos, foi justo no dia em que havia o conhecido, justo no dia em que passou seu número para ela, que tinha acontecido aquilo, e era óbvio que Lana poderia ter falado onde era sua casa! Ou ele poderia ter as seguido.

Eram tantas coisas que rodeavam sua cabeça e, ela não queria acreditar em nenhuma de suas suposições, todas aquelas pessoas, eram gente em que ela conhecia, confiava, que eram importantes para ela. Nenhuma delas poderiam ter feito aquilo.

E nem se quer em Carlos, que ela não conhecia tão bem assim, não queria colocar um peso desse sobre sua pessoa, não poderia e não queira, era ofensivo de mais, ele era bom de mais. Ou talvez só não queria porque preferia acreditar que ele fosse bom o suficiente para continuar em sua memória.

"Ela mal sabia,
Mais o amava!"

Enfim, Clarice nunca fora forte mesmo, e se sentando em sua varanda, começa a chorar.

Foi quando ouviu um barulho estranho vindo do terraço, subiu até lá, e viu um gato branco que andava tranquilamente, até que se assusta com Clarice e sai correndo.

Clarice lá de cima fica observando os passos do gato ligeiramente fugindo dela, até que, ele passa por um enorme buraco nas estroncas que separavam os quintais.

_Mas o que é isso? Que buraco é esse? Clarice conversa lá de cima.

_Han? Quem esta aí em cima?
Lana grita lá de baixo.

Clarice descendo em direção a ela, vai explicando o que tinha visto, e pede para que Lana vá até lá com ela ver!

_Ta vou sim! Na verdade estava mesmo querendo ver você! A tanto tempo você tem fugido de mim!

Clarice a olha, e vê uma tristeza em seu rosto (não grande comparada a dela própria).

_Desculpa. Ando distante mesmo!
Foi o que conseguiu responder.

_Você esta chorando Clarice?
Lana pergunta.

Sem obter resposta alguma de Clarice, apenas um olhar tristonho, decide não insistir na pergunta e segue seus movimentos.

Menina Dos PesadelosOnde histórias criam vida. Descubra agora