Menina Dos Pesadelos

Piores? Talvez não hexista!

   Depois de dois dias sem falar com ninguém, Clarice já estava boa o suficiente para perambular no hospital, não boa totalmente, mais mesmo assim saiu do quarto.

   Ela foi andando pelos corredores, e em cada sala que passava, olhava para ver a situação do interno, ela tinha a necessidade naquele momento de esvaziar a cabeça de seus problemas e olhar para frente, e seguir o conselho de Carlos, pareceu a melhor maneira, "Sempre há piores" e era isso que ela procurava.

   Cada quarto era uma situação diferente, no primeiro era um velhinho, com tubos respiratório, no segundo um acidentado de trânsito, cheio de talas e gessos, e muitos vários outros, de mal estar, acidentes, e doenças curativas. Quando faltavam apenas 3 quartos para ela ver, e ela olhou, uma menina com uns 5 anos ( só identificou como menina por tudo lá dentro ser rosa) com um rostinho tão cansado, com as veias todas á mostra, e com a cabeça toda branca, sem nem um fiozinho de cabelo, ela nunca tinha visto aquela infinidade de aparelhos em um único quarto, e funcionando tudo de uma só vez, não tinha ninguém lá dentro a não ser a menina, então Clarice entrou.

   A menina a olhou assustada, mais não disse nada, Clarice sentou ao seu lado, na beira da cama, e ficou a olhando.

_Oi.
Clarice disse sorrindo.

_Oi.
A menina a respondeu.

_Como é seu nome?

_Alice. E o seu?
A menina dizia com um pouco de medo.

_Clarice. Olha só, nossos nomes rimam.

_O que é rimam?
A menina pergunta.

_Hã.. Termina com a mesma letra.
Nem Clarice sabia o que era uma rima.

_Ha. O que você quer aqui?
Alice pergunta sem escrúpulos.

_Queria saber de ti.

_Saber o que de mim?

_Quantos anos você tem Alice?

_7.

_7? Não parece! Você se sente bem?

_Não te enteressa!
Disse querendo ser grossa.

_Nossa, você é sem educação assim mesmo?

_Não, você que é enche saco. Não ta vendo que eu tenho câncer, e que eu quero ficar sozinha, não preciso que tenha pena de mim!

_Mais o que é câncer?

_Você não sabe? Não me fale, quem não sabe sobre câncer.

_Eu! Bem, eu não sei de quase nada, mais se você quer ficar sozinha tudo bem eu respeito.

_Mas como você não sabe? De que mundo você é?

_Do mesmo que você! Só que eu.. era, tipo, uma prisioneira dentro da minha própria casa, e não me explicaram sobre nada de câncer, nem de muitas e muitas outras coisas!

_Ha, que dó, então eu ti explico.
Câncer é uma doença, que mesmo existindo tratamento, não tem cura, os tratamentos agem com lentidão nas células que irão me matar, dando mais tempo de vida pra mim. Mais apenas tempo, pois a morte é irremediável.
Disse irônica para Clarice.

_Mas porque tratam como doença se todos nós vamos morrer um dia?

_Morrer vamos, mais você preferia morrer passando os últimos dia no hospital sabendo que isso vai acontecer, ou morrer sendo livre sem nem se quer saber?

_Livre!

_Essa é a questão querida.

_E essa doença deixa todos que a tem de mal humor sempre?