Sete adagas postas sobre a mesa de pedra. Duas delas sendo de utilidade mortal a alma.
- Temos que fazer isso? - perguntou Jofiel para os irmãos. - Não podemos apenas deixarmos de sermos anjos, ou arcanjos, tanto faz.
Os cinco irmãos celestes estavam de frente para cinco caixões brancos e dourados. Cada caixão tinha um símbolo, estes símbolos respectivos a cada irmão:
Miguel uma lança e uma folha.
Gabriel um espelho.
Rafael um jarro e um escudo.
Uriel uma espada em chamas.
E Jofiel uma espada e um escudo.
- O corpo deu um jovem está fazendo você falar como um - acrescentou Uriel desgostoso. - E não vamos deixar de ser o que somos. O que você quer tem um pequeno, ele é blasfêmia
Miguel estava quieto. Não ia dizer nada, era melhor isso do que morrerem. Ele não tinha o que fazer, tinha que proteger os irmãos do mal que um dia chamou de irmão. As estalagmites da caverna estavam pingando, as gotas de água quando caiam no chão ecoavam pela caverna
- Temos que fazer isso - disse Miguel com autoridade. - Cada um pegue sua adaga. E o resto vocês sabem.
E eles fizeram.
Cada um pegou sua adaga deixando apenas duas na mesa de pedra, uma com adornos vermelhos e outra com adornos azuis. Os cinco irmãos abriram as asas, brancas como neve. Quando seguraram as adagas com força os cabelos ficaram loiros, como ouro, exceto os de Gabriel que já eram da cor. Colocaram a palma das mãos sobre o metal e apertaram.
O sangue escorria pelas adagas, e pingava no chão de pedra. Um rugido cortou as palavras em latim que diziam. Eles foram interrompidos pelas sombras que tomaram a caverna. Estas pegaram todos e os sugaram, exceto Miguel que fechou os olhos e não viu os irmãos serem levados, quando os abriu viu só uma caverna vazia sem caixões, sem os irmãos as Adagas; a do Céu e a do Inferno.
Miguel não entendeu o que acorreu, mas quando se virou para ir para entrada da caverna, viu um brilho em sua frente e logo uma dor em seu peito, uma adaga.
- O que é isso? - disse ao puxar a arma, e viu que era a Adaga do Inferno. - Meu Senhor!
- Antes clamava por esse senhor - disse uma voz linda mais diabólica que Miguel reconheceu. Estrela da Manhã. - Eu tenho que admitir, eu faria a mesma coisa que você tentou fazer com nossos irmãos.
- Lúcifer. - disse meio zonzo se apoiar na mesa de pedra. - O que está fazendo aqui? - a dor em seu peito era insuportável, ele estava sentido o sangue ferver. - Você não irmão de ninguém. O que fez comigo?
- Você sabe muito bem o que o efeito da Adaga do Inferno faz em um corpo de um anjo - falou com um sorriso sínico. - Você venceu naquela batalha, mas nessa você não vai ganhar. E pelo jeito, já está perdendo - ele gargalhou alto. - Aquela sua lança está sendo usada contra você.
- Do que está falando? - disse olhando para o chão, não podia olhar no rosto do irmão.
- Não me diga que não sabe - disse e mexeu nos cabelos loiros. - As duas das sete adagas foram fundidas, e consagradas pelas armas dos Arcanjos. E as Adagas, em especifico, foram forjadas do metal de sua lança. O feitiço foi contra o feiticeiro.
Miguel não sabia o que dizer. Resolveu encarar o irmão. Para os anjos, ele tinha a mesma beleza, mas para os mortais um mostro horrendo sem descrição. Os olhos do irmão estavam num tom âmbar, eles viviam alternando as cores. O mais belo, e temível dos anjos, Miguel lembrou.
- Temo que não passe dessa hora - disse Lúcifer sorrindo. - Eu quero seus mundos.
- Mas não somo os governantes - levantou o peito. - Ser dono de algo é diferente de ser governante. Você vai se arrepender pelo que fez, você vai morrer por isso.
- Já estou morto - disse Lúcifer irado. - E pare de bancar o herói de filme jogando ameaças para o inimigo. Você não é nada. Vocês não nada em comparação ao meu poder.
- Convencido - afirmou retirando a Adaga do Inferno do peito, o sangue escorreu. - Pode me matar, mas o Céu vai acabar com você. Disso estou certo, se não temos poder, mas conheço alguém que pode.
- Pensei que fosse mais inteligente do que isso - falou ao se aproximar da mesa de pedra. - Você não sabe mesmo que vocês foram rejeitados pelo Céu. Estão aqui por desobediência. Fiquei admirado que com o que Ele fez com os filhos amados.
- Não fomos rejeitados! - exclamou com raiva, mas a dor era mais forte, e aumentou mais com o berro.
- Verdade - falou com firmeza na voz. - Expulsos seria melhor dizer - acrescentou. - Banidos, é uma ótima característica.
- Ora seu! - Virou-se, pois estava de costas para Lúcifer, e o tentou atacar ele. Mas Lúcifer com um pequeno movimento de mão jogou Miguel contra a parede da caverna. Miguel sentiu o anjo da morte o tocar. Ele estava morrendo.
Ele se levantou e disse:
- Eu sei que vou morrer, mas isso não motivo para me atacar - as asas brilharam e Lúcifer riu. E logo a Adaga do Céu do entrou no peito de Miguel, pela mesma abertura que a Adaga do Inferno fez. Miguel rapidamente tirou a Adaga e lançou ela contra Lúcifer perfurando o crânio.
Miguel sentiu a morte o puxando. Não sabia o que iria acontecer com ele depois de receber as duas adagas.
Ele só queria proteger os irmãos. Deixou a escuridão tomar ele.
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Haven
Fantasy"E o inimigo que o semeia é o Diabo. A colheita é o fim desta era, e os encarregados da colheita são anjos." Miguel, o guerreiro dos Céus sempre quis proteger seus outros quatro irmãos do mal do mundo, mesmo sendo fortes para fazer isso. Por vol...