Anjos e suas Virtudes

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Bellamy não foi muito receptivo ao ouvir o que Ezequiel tinha a dizer. Bellamy ainda estava se recuperando da batida na parede que tinha sido muito forte. Ele estava dentro de um avião viajando para Portugal junto com Ezequiel – que só disse que era naquele lugar que irão se encontrar.

Durante toda a viagem não se falaram, devido ao temperamento de Bellamy que falou mais alto. Bellamy ficou a viagem inteira olhando pela janela do avião, e se espantou ao ver pessoas com asas no céu.

- Eles são... – perguntou depois de horas de viagem.

- Anjos? – olhou pela janela. – Sim, existem vários anjos na Terra. Não somos os únicos. Ultimamente muitos estão morrendo devido a influências mortais – disse com desgosto, como se não gostasse de tocar no assunto.

- O que seria "influências mortais"? – perguntou já imaginado o que seria. – Eles morrem de tanto fumar, ou beber.

- Se isso fosse o real motivo – disse esboçando um sorriso. – Copulação.

- Está me dizendo que eles fazem filhos e somem do mundo? – questionou, achando isso meio estranho. – Que idiota.

- Muito bem, xingando Ele de idiota – falou com autoridade. – Os anjos já nascem ésteres, não podem procriar. Quando caímos podemos assim procriar, mas não podemos viver para ver nossos filhos. Como vocês acham que os Nefilim nascem.

- E mais uma pergunta – disse. – Porque só agora está falando comigo com sua voz saindo pela boca?

- Porque eu quis – disse seco. – E naquele momento, você estava se adaptando ao ouvir os anjos.

Bellamy não perguntar mais nada. Ele não ainda estava pesando do que tinha visto naquela rua, a transformação de Ezequiel em anjo. Desde aquele dia Ezequiel não quis voltar para a aparência antiga, continuou com os cabelos loiros e as linhas que davam voltas no rosto e no corpo. Os pais de Bellamy foram convencidos por Ezequiel que Bellamy precisava viajar um pouco, então eles acreditaram e deixaram Bellamy ir.

- Então vou conhecer outros como eu?

- Sim – disse com uma certeza na voz. – Iremos nos encontrar com Anthony e April lá Algarve. Eles também estão indo para lá. Iremos explicar tudo a vocês.

- Porque tem que dizer o nome deles? – retrucou em tom de ignorância. – Não os conheço.

- Mas vai conhecer, e é melhor que vocês saibam uns dos outros.

- Eu preferiria não ter nascido.

- Não diga uma coisa dessas! – Ezequiel vociferou para Bellamy em voz alta. Bellamy teve quase certeza de que todos começaram a olhar para eles.

- Relaxa ai, senhor Ezequiel – caçoou Bellamy.

Logo depois a aeromoça anunciou que estavam prestes a pousar e para colocarem os cintos, Bellamy notou certa inquietude e também notou que as linhas que percorriam todo seu corpo começaram a brilharem em sua nuca.

- O que foi? – perguntou em alterar a voz. – As linhas estão brilhando novamente – e olhou para o cabelo. – E seu cabelo está como uma lâmpada.

Ezequiel não disse nada, se levantou com rapidez puxando Bellamy pelo braço para a porta do avião. Ninguém parecia notar que eles estavam indo para porta nem mesmo os funcionários que estavam trabalhando naquele avião notaram.

- O que você quer fazer?

Ezequiel virou o rosto para Bellamy e deu um sorriso malicioso. Bellamy estava achando muito estranho essas mudanças de humor de Ezequiel, ele sempre foi um amigo legal, gentil e engraçado. Agora estava dizendo as coisas como uma obrigação, e não com vontade.

Ezequiel com muita força abriu a porta do avião, e abriu as asas. Naquele momento um dos funcionários passou sem notar a porta a aberta – sendo meio impossível de não notar devido ao forte vento que entrou. O som da voz de Ezequiel foi abafado pelo vento, mas Bellamy entendeu que era para ela fechar a porta devido aos sinais que Ezequiel fazia.

- Está pronto?! – gritou com Bellamy para que ele pudesse ouvir.

- Pra quê!?

- Isso!

E se jogaram para fora do avião.

***

Os pulmões de Bellamy estavam sem ar e o suor escorria pela testa. Ele tinha acordado de um sonho com Ezequiel onde eles estavam em um avião e, eles haviam pulado do avião.

Ele olhou em volta ainda tonto e viu que estava dentro de um quarto com paredes altas e iluminado por velas. Ele não se lembrava de nada. A última lembrança que tinha era que estava andando com Ezequiel pelo Public Market recebendo as devidas explicações e duas pessoas os param.

Aquelas pessoas tinham marcas como as de Ezequiel por todo rosto. Segundo Ezequiel eles eram Servos da Estrela, anjos escravos de alguém. Eles tentaram imobilizar Bellamy e Ezequiel, disto era só o que se lembrava. Depois vinham flashes, comidas sendo jogadas para o alto junto com as prateleiras, vidro se quebrando. E por fim dentro deste quarto com o sonho horrível.

Bellamy pensou por um minuto que essa poderia ser uma das explicações de Ezequiel, ou seja, Ezequiel estava tentando se comunicar com Bellamy pelos sonhos.

Quando se viu forte o suficiente para levantar, Bellamy correu para porta para ver em que lugar estava, só que a porta não abria. A porta não tinha maçaneta, somente a fechadura. Bellamy sentiu um leve cheiro metálico ao chegar na porta. Sangue, lembrou-se das aulas na escola que aprendeu que devido ao ferro do sangue sentimos esse cheio e gosto metálico. Ele bateu na porta sem parar gritando por socorro. E sendo Bellamy, socou algumas vezes a porta.

- Alguém? – chamou, mas ninguém respondeu. Com a certa indignação sentou-se na cama novamente. – Por ter a alma de um Arcanjo dentro de mim sou raptado. Arcanjo Miguel, se você estiver ai no lugar onde você estiver tenho uma coisa a te dizer do fundo do coração. Vá se ferrar!

Logo um silêncio foi cortado por uma voz dócil.

- Que isso meu jovem? – a voz se questionou. – Você tem certeza que tem a alma do Arcanjo Miguel em seu corpo? Está me parecendo, pelo seu palavreado que não gosta muito dele.

- Quem é você? – perguntou para a voz dócil. – Porque me prendeu aqui?

- Sou a voz do outro lado da porta – respondeu. – E você é quem, o John Lennon?

- Sou Bellamy Albertnat – disse com raiva. – E porque me prendeu aqui? Abra a porta!

- Eu sei que você seu nome é Bellamy – afirmou a voz do outro lado da porta. – Você só irá sair quando todos estiverem aqui. Você e seu amigo Ezequiel já têm seus lugares reservados à mesa.

- Do que está falando?

- Eu nomeie de Jantar dos Serafins e Querubins – disse. – James Morningstar. Serei sua companhia até eles chegarem.

- Eles quem?

- Você gosta de perguntar não gostar as coisas, não é? – afirmou com um sarcasmo no tom da voz. – Você e eles perderam seu livre arbítrio a partir do momento em que nasceram.

- Como?

James não respondeu. Havia sumido.

Logo Bellamy concluiu que as pessoas à qual James estava se referindo eram os outros que tinham as almas dos Arcanjos. No sonho dois deles tinham sido citados, Anthony e April. Será raptaram eles também? Disto Bellamy não sabia. 

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