Ascendendo em Miguel

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- Menos papo e mais ação Bellamy - disse Ezequiel Archejel. - Não tem que ficar desse jeito.

- Você acha que é fácil chegar e pá! - disse Bellamy rindo. - As coisas não são desse jeito.

Os dois começaram a rir ao mesmo tempo. Eles eram melhores amigos, desde sempre. Ambos tinham a mesma coloração de cabelos, castanho escuro. Eles eram de altura media. Bellamy tinha olhos azuis com águas cristalinas, e seu amigo tinha olhos violetas. Poderiam ser facilmente confundidos com gêmeos.

Eles estavam sentados do lado de fora de uma lanchonete ao lado do Public Market - na verdade era uma antiga lanchonete que foi fechada, mas os bancos continuavam lá... - observando o movimento de carro.

- Ok então - Ezequiel disse por fim. - Mas você nunca se apaixonou por ninguém?

- Que papo estranho - disse Bellamy para o melhor amigo. - Você não está se apaixonando por mim ou está?

- Não é nada disso - respondeu ao dar um peteleco na cabeça de Bellamy. - Eu perguntei por que você já está com quase dezesseis anos, e pensei que alguma garota já tivesse entrado neste coração. Ou um garoto, nunca se sabe - disse rindo.

Bellamy entrou no embalo da risada e ameaçou bater em Ezequiel, mas Ezequiel bloqueou os golpes e caindo na gargalhada. O crepúsculo noturno vinha chegando, Ezequiel fez uma expressão de preocupação.

- Que dia da semana é hoje? - perguntou Ezequiel aflito. O que ele tem?, Bellamy pensou.

- Sábado - respondeu. - Mas por quê?

- P- por nada - falou com a voz tremula. - Nós temos que ir, é que eu preciso ir para casa.

- Não temos não. Meu pai não liga se nós...

- Nós temos que ir! - vociferou Ezequiel. - A noite já vai cair.

Bellamy não discutiu nada. Pegou sua mochila e começou a correr atrás de Ezequiel que estava andando muito rápido. Bellamy nunca o viu correr tão rápido. A rua onde estavam era cheia de casas abandonadas, Bellamy olhou para céu e viu a ultima luz do sol, e depois a noite cair sobre eles. Pareceu que foi imediato, a noite caiu e Ezequiel junto.

Bellamy estava muito atrás dele, mas pode ver Ezequiel caindo do chão. Um círculo de fogo violeta se criou em volta dele. Que diabos isso é? Bellamy nunca tinha presenciado essa parte estranha de Ezequiel, ele nem se importava de que Ezequiel não podia sair de casa aos sábados, ele achou estranho ele sair com ele naquele dia.

- NÃO! - disse Ezequiel, mas não era voz de Ezequiel.

Bellamy tentou se aproximar do melhor amigo, mas as chamas o impediram. Ele pediu por ajuda, mas não tinha ninguém. As chamas aumentaram, as pontas das chamas - onde elas terminavam - ficaram pontudas e perfuraram as costas de Ezequiel, criando por asas brancas com detalhes de renda na cor violeta que percorriam todos os dois lados das asas, e esses detalhes se espalhavam pelo peito.

Bellamy achou estranho se sentir familiarizado com aquilo. Uma leve tontura sentiu, como se uma agulha estivesse perfurando sua cabeça.

- O que é isso? - perguntou ao se aproximar realmente do amigo, e ao ver o rosto do amigo pode ver; os cabelos de Ezequiel estavam loiros.

Desculpe, disse uma voz em sua cabeça. Era a de Ezequiel.

A visão ficou escura.

- Temos que contar para ele, Ezequiel. - disse uma voz masculina que Bellamy não reconheceu. - Você tem milhares de anos, e ele tem dezesseis, ele tem que saber de tudo.

Bellamy não estava entendendo nada, tudo estava parecendo um sonho em sua cabeça. Ele tinha observado de longe um tipo de transformação com Ezequiel; agora, depois de ver aquilo achou maneiro.

- Ele não está preparado - disse a voz de Ezequiel. - Nenhum deles está preparado.

- E você acha que eles têm escolha? - disse uma voz masculina. - Eles os carregam.

- Você acha que não sei. Samuel você devia estar cuidando da ? - acrescentou com raiva. Bellamy achou estranho era ira nele.

- Ela está bem. Pelo jeito não ativei a Maldição. E tenho minhas táticas para contar - disse a mulher chamada Haniel. - Eu tenho que ir, mas quero que conte tudo a ele. Tenho que ir.

Ezequiel não disse nada por uns trinta segundos.

- Vou contar a ele.

E Bellamy ouviu o som de asas batendo. E resolveu abrir os olhos. Ele estava em seu quarto, deitado sobre a cama, e Ezequiel estava da mesma forma que no meio da rua.

Eu sei o que não está entendendo nada, disse Ezequiel da mesma maneira que na rua vazia. Ele recua mais assustado, ele parecia estar ouvindo as palavras saindo da boca dele quando estava com os olhos fechados, mas por quê?

- Que diabos...? - olhou com os arregalados para a aparência do amigo. Ele estava diferente do Ezequiel que conhecia, aquele tinha asas com rendas roxas, cabelos loiros, e olhos de cor lilás. - Estou sobre o efeito de drogas.

Não é nada. É uma coisa que tenho que explicar a você, falou num tom de pena. Este sempre foi o meu dever.

Bellamy tampou os ouvido para não ouvir mais nada. Ele não sabia o porquê estava daquele jeito. Onde estavam seus pais naquela hora?

- Onde estão meus pais? - quis saber ao se levantar da cama. Ezequiel queria responder. - Onde eles estão, Ezequiel!? - E avançou para dar um soco na cara de Ezequiel, mas jogado na parede repleta de pôsteres. Bellamy ao se levantar ficou meio zonzo.

Você acabou te tentar matar uma cobra com uma pena, disse Ezequiel na cabeça de Bellamy rindo. Meu amigo. Irei explicar tudo. Mas antes você tem que saber que não é só você que está nesta situação. E quando vê todos irão.

- Ah é!

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