Ascendendo em Rafael

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- Mikael - chamou Augusto. - Temos que ir para casa.

- Não temos não - disse Mikael e depois quase tropeçou e uma pedra que estava no meio da calçada numa rua de Los Angeles. - E como essa pedra apareceu aqui?

- Eu não sei - disse. -Está ficando tarde. As luzes da cidade já estão acesas.

- Mas eu sou maior de idade. E seus pais confiam em mim. Relaxa - disse mexendo nos cabelos desgrenhados.

- Como seu tivesse escolha.

Eles viraram em uma rua deserta no centro de Los Angeles - que de principio Augusto achou estanho aquele lugar estar deserto, pois era no centro, e ainda de noite.

- Por que temos que passar por essa rua? - disse Augusto com medo.

- O que está acontecendo com você hoje? - Mikael questionou olhando para Augusto. E logo o céu recebeu um brilho enorme, e os prédios sumiram junto o clarão. - Meu Deus!

Augusto sentiu o coração subindo pela garganta, e viu no que aquela rua tinha se tornado. Um pasto limpo com o céu azul. Augusto ficou se perguntando o que tinha acontecido para eles irem parar ali.

- Onde nós estamos... - parou quando uma dor súbita cortou suas costas, e no peito que se espalhou pelo corpo. Ele ajoelhou no chão e o vômito de sangue foi jorrado com muita agressividade.

- Augusto! - exclamou ao se ajoelhar perto do amigo. - Eu sinto muito. Tem que ser feito, não tem outra maneira.

- O quê?

E naquele momento sentiu pontadas nas costas, e o sangue começou a escorrer pelas costas dele - devido duas aberturas que se abriram em suas costas. Augusto nunca sentiu nada como isso. E logo sentiu algo cortando sua pele literalmente. E deitou-se no chão e sentiu o peso da dor. Ele olhou para ver o que era. Eram asas.

- O que é isso?

- Cada uma descobrirá de uma maneira - disse Mikael. - O que irá carregar a Cura vai sentir a dor do mortal em questão a graça angelical.

- O que está dizendo? - perguntou com dificuldade devido a dor que ainda estava sentido.

- Eu sei que é muita coisa - respondeu ao se levantar e olhar para o pasto. - Você tem que saber isso era para acontecer. Para ser mais rápido na explicação vou dizer as palavras e tente adivinha. Anjos. Depois de Cristo. Estrela da Manhã...

- Fala logo de uma vez.

- Não posso. Preciso levar você a eles - aquele não parecia o Mikael que Augusto conhecia, ele nem estava olhando na cara de Augusto. -Mas antes temos que sair daqui, Rafael.

- Rafael? - franziu a testa.

- Augusto, quis dizer, como vamos sair daqui?

- E você acha que eu sei.

Augusto não estava entendo nada do que estava acontecendo; asas, dor, um lugar desconhecido e seu melhor amigo o ignorando. Ele pensou que alguns poderiam estar passando pela mesma coisa, mas esse pensamento logo o deixou.

O pasto começou a pegar fogo, se engolido por chamas de coloração verde, e o ar começou a ficar mais denso, foi o que Augusto sentiu, mas ele percebeu que Mikael parecia não ver as chamas, e o ar denso. Os cabelos morenos de Mikael eram movidos pelo vento.

Augusto não sentia mais ar em seus pulmões, todo o ar que inspirava era quente e fazia o peito doer. As chamas tinham aumentado, ficaram mais altas, e isso deixou Augusto preocupado.

- Não está vendo as chamas? - perguntou para Mikael.

- Não... - disse e dessa vez olhou para o melhor amigo, e pareceu ficar espantado. - Ah meu Deus! Essas chamas são coisas da sua cabeça. Você pode controlar...

As chamas tocaram os braços de Augusto indo até as asas, queimando-as. Por incrível que pareça, Augusto não sentiu as chamas queimarem sua pele. Era como se estivesse marcando sua pele. O êxtase tomou conta de seu corpo, mas logo cessou. E depois das chamas seus braços ficaram marcados por um desenho de asas.

Seus braços estavam tatuados, assim pode se dizer, por penas de asas que davam voltas no braço. Observando de longe, ou de perto, não importava o lugar de se ver, parecia que cada braço tinha sido marcado com as asas de Augusto.

Junto com as chamas eles voltaram à rua vazia. Trazendo as tatuagens nos braços de Augusto, e preocupação de Mikael.

- Temos que ir para a Caverna de Algarve - disse e levou Augusto para longe daquela rua.

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