Dedico este cap. para minha querida Patricia P., amiga para todas as horas e para sempre <3 Obri por estar sempre comigo!
Ronnie
"Amigos de verdade não são aqueles que falam o que você quer ouvir. Eles te falam o que você precisa ouvir. Eles falam de seus defeitos em sua frente, não pela suas costas. Eles sempre estarão do seu lado, nas suas loucuras e nas suas tristezas. Se você tem amigos assim, você tem um tesouro."
O fato de eu ser adotada nunca tinha me privado de nada, eu tinha sim curiosidade em conhecer meus pais biológicos, mas não sabia como meus pais iriam reagir quando perguntasse sobre quem me gerou. Tudo o que sabíamos era que ela morava em Nova York, isso a 17 anos atrás. Quem sabe agora o que ela estaria fazendo e onde estaria fazendo, muitos anos se passaram mas eu ainda me pergunto se ela algum dia pensou em mim, se algum dia arrependeu-se de ter me abandonado. Mas apesar de tudo eu não sinto ódio talvez sinta sim, um pouco de rejeição, mas sei que fui acolhida pelos Horan de uma maneira inenarrável, não podia ter família melhor.
Um dia, esta dúvida sobre minha adoção tornou-se mais frequente e sempre martelava em minha cabeça. Estava no 6º ano quando a professora pediu para fazer a árvore genealógica da família e contar um pouco sobre o país de origem familiar. Sempre gostei de fazer pesquisas e trabalhos, mas esse em especial iria me fazer despertar mais dúvidas que o normal. Então simplesmente informei a turma que não sabia nada sobre meus pais biológicos a não ser que minha mãe supostamente morava em Nova York. Não sabia seu nome nem tinha visto nenhuma foto dela, mas baseada em meu cabelo loiro e olhos verdes, imaginei que ela era de origem irlandesa, assim como meu pais de verdade. Meus colegas de classe pareciam satisfeitos com essa teoria, a não ser o inoportuno Derek Fisk, que levantou a mão e sem esperar ser chamado, perguntou se eu tinha raiva de minha mãe e se eu já tinha planejado ir atrás de quem ela era. Olhei em volta e vi todos os meus colegas esperando por uma resposta então, pigarreie e respondi calmamente:
__ Eu já tenho uma mãe. E não tenho raiva de ninguém.
A semente foi plantada. Talvez eu devesse ter raiva; obviamente os outros estariam – pelo menos Derek estaria. Ele continuou com seu interrogatório intrometido.
__ Será que você conseguiria encontrá-la se quisesse?
__ Não. Eu nem mesmo sei o nome dela. Então como iria encontrá-la? – respondi pensando na quantidade de mulheres que deram a luz no mesmo dia 22 de novembro de 1998 e levaram a criança para um orfanato em Indianópolis.
Terminando meu relatório, me sentei e continuamos a ouvir tudo sobre os descendentes dos outros colegas. Porém, durante o restante de aula, e o dia todo na escola, eu não conseguia deixar de pensar sobre minha mãe biológica.
Então, durante o jantar daquela noite tomei coragem e falei:
__ Humm... Hoje na escola fizemos um trabalho sobre nossos ancestrais – comecei – E.... surgiu o assunto de minha adoção.
Minha mãe me olhou, mastigou, engoliu e esperou.
__ E fiquei pensado...será que existe uma maneira de eu saber quem é minha mãe biológica ou algum modo de encontrá-la? Se eu quisesse? Quer dizer, pelo menos saber o nome dela?
Pude perceber que aquela pergunta foi um erro hediondo e irreparável. O ar ficou pesado, meus irmãos ficaram em silêncio absoluto e minha mãe começou a ficar com os olhos marejados, meu pai me olhou de maneira severa. Rapidamente pedi desculpa e sai correndo para meu quarto. Não toquei no assunto no dia seguinte nem nos outros dias que se passaram.
Aquele foi um dos nossos últimos anos em Indianópolis antes de vir para cá e eu nunca mais ficar sabendo de nada sobre meus pais biológicos.
Como em todas as escolas em que estudei, seja nos Estado Unidos ou seja aqui em Dublin algumas pessoas as vezes me olhavam torto e fofocavam sobre mim pelos cantos, isso me deixava muito irritada, por que afinal tinha uma família incrível e que me dava tudo o que precisava, inclusive e principalmente muito amor, não precisava ficar dando bola para os comentários alheios e maldosos das outras pessoas. Mas apesar de tentar ficar alheia a isso acabei me tornando uma adolescente fria e fechada por dentro, meus gostos eram diferentes de meus amigos e eu virava uma aberração para meus pais.

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Em busca da felicidade
RomanceLIVRO 1 Veronnica Victoria Horan, ou mais popularmente, Ronnie é uma garota sonhadora que está prestes a completar os tão esperados dezoito anos. Essa idade, além de ser um marco inicial para a vida adulta lhe dá a grande oportunidade de conhecer...