Em busca da felicidade

Cap. 15

Atenção! Atenção! Preparem seus melhores trajes, pois hoje é o dia do tão esperado baile de formatura de Veronnica Horan!! Muitas surpresas te aguardam, pode acreditar! Confira:

Ronnie

"Fada Madrinha: Mas, como nos sonhos, receio que não possa durar muito. Dançará até a meia-noite.

Cinderela: Meia-noite? Oh obrigada!

Fada madrinha: Oh, não, preste atenção, meu bem: ao soar das doze, a magia cessará e tudo o que era antes voltará."

Cinderela

O último sábado de novembro havia chegado e eu posso garantir que já vi de melhores. O vento lá fora assoviava continuamente levando as últimas folhas secas de outono por todo lado. A temperatura estava agradável, nem muito frio e muito menos quente.

Eu não nutria nenhuma vontade em levantar da cama e me desfazer de minhas cobertas, apesar de elas estarem totalmente desarrumadas e jogadas na cama por cima de mim. Eram 7h da manhã e eu sentia meus olhos pesarem e meu corpo clamando por descanso, coisa que eu não fiz na noite passada por ficar criando hipóteses de como seria conhecer meus pais biológicos. Minha cabeça latejava e eu estava inquieta, meu coração batia acelerado e eu não parava de estalar os dedos, uma mania que não ajudava em nada.

Passei a noite toda me revirando pela cama e andando silenciosamente no escuro, tomando cuidado para não esbarrar em nada, tanto para não acordar ninguém e nem para não me machucar. Mas todo esse cuidado foi em vão, acabei batendo o dedinho do meu pé na pé da cama e reprimi um gemido baixo. Meu dedo ficou latejando por um bom tempo mas eu ignorei e continuei minha excursão noturna pelo quarto, indo até o banheiro e voltando, me dirigindo ao meu armário e folheando alguns livros, voltava para a cama, sentava, deitava, levantava outra vez e recomeçava tudo de novo. Não conseguia parar em lugar nenhum, corpo e mente estavam a milhão.

As horas pareciam não passar e eu já não estava aguentando mais aquilo. Tinha vontade de correr até a casa de Bella e pedir que me ajudasse, queria encontrar logo com minha mãe biológica, queria que tudo se resolvesse. Mas nada disso eu podia fazer. Nunca havia me sentido assim em toda minha vida. Era um sentimento que eu desconhecia até o momento e agora eu não estava sabendo lidar.

Fui em direção a janela e a abri devagarinho evitando fazer barulho e deixei o vento fresco da noite me envolver e me acalmar, me trazer sensação de alivio, liberdade. Mesmo assim eu não parava de pensar no que fosse, tudo passava pela minha cabeça.

Depois de muito tempo esperando, lendo livros com a lanterna do meu celular, ouvindo músicas no meu iPod e dedilhando na minha perna tentado vencer o sono que me abrangia foi que vi o primeiro raio de sol se estender tímido pelo céu, no mais foi só isso mesmo, alguns poucos resquícios de luz que vieram acompanhados de vento.

Então, decidi me deixar vencer pelo sono e tentar dormir. Foi só encostar a cabeça no travesseiro e me afundar nas cobertas macias que eu apaguei no mesma hora. Estava morta de cansada, precisava pelo menos dormir até noite para sentir meus ossos e cabeça no lugar.

Enquanto eu dormia sonhei que estava embarcando em um avião e pouco tempo depois estava aos pés da Estátua da Liberdade, então a visão se embaraçava e eu voltava para dentro do avião. Eu me via dormindo serenamente e voando em direção a algum lugar que deduzi ser Nova York, pois foi lá que estava momentos antes.

De repente senti como se o avião estivesse passando por uma turbulência, havia barulhos ao meu redor, alguém me chamava várias vezes e aos pouco a voz se tornou mais real como se estivesse do meu lado, falando no meu ouvido.