Cap. 19

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Eis que o tão esperando momento chega! Mãe e filha se reencontram! Descubra o que vai acontecer:

Ronnie

"Eu vi o tempo passar e pouco coisa mudar, então, tomei um rumo diferente."

Enquanto o carro andava em alta velocidade , brecava em algumas curvas e ia seguindo em frente em cada quarteirão eu pude perceber que a paisagem foi rapidamente se modificando mesmo estando escuro. Andamos por um bom tempo até que finalmente passamos por uma área arborizada que James disse ser o Central Park, e então ele entra em um bairro, o Upper East Side. Quando ele diz que chegamos mal consigo acreditar que está chegando a hora da verdade.

No minuto seguinte James pergunta em qual rua eu quero ir e eu confiro rapidamente no pedaço de papel meio amassado que eu seguro na mão desde que partimos.

__ É entre a Eighty-eighth Street e Madison Avenue. – digo a ele.

Então, quando ele para o carro eu pego minha bolsa eu deslizo para fora do banco dizendo para que ele fique a minha disposição esta noite. Me sinto um pouco culpada por fazê-lo trabalhar até tarde e ficar esperando na rua a essa hora, mas tudo isso é culpa do Sr. Black, quem mandou ele ter um motorista 24h a disposição? Agora, James também iria fazer alguns trabalhos para mim já que fica feio fazer desfeita para uma visita, principalmente quando ela vem de Dublin para encontrar a mãe biológica.

Dou alguns passos procurando a residência de Clare até que me deparo com um prédio alto com uma inscrição dourada conferindo com o nome que está escrito no meu papel.

Wow, eu penso. Achei você.

Olho de relance para o relógio do meu celular, mexendo de um jeito nervoso no botão que liga, precisando pressioná-lo várias vezes até que eu consiga algum resultado. Percebo que minhas mãos estão tremendo assim como o resto do corpo. É muito tarde, provavelmente tarde de mais para bater na porta dela e dizer que sou sua filha, mas não consigo e nem quero esperar por amanhã. Me lembro que esta é a cidade que nunca dorme e torço para que ela também esteja acordada.

Dou alguns passos na sombra da calçada, com as mãos ao redor dos braços, me protegendo mesmo não tendo nenhum perigo por perto e nem estar frio, pois graças a Deus a chuva parou e agora eu sentia só um chuvisqueiro fino refrescar meu rosto.

Enquanto ando mais um pouco e chego na portaria do prédio eu penso: Será que Clare não teve condições de ficar comigo, por isso me entregou para a adoção? Mas como seria possível se hoje ela era rica e mora em Nova York? Provavelmente a família dela também deveria ser bem sucedida. Ou ela simplesmente não quis me criar? Será que ela se arrependeu de sua escolha? Será que ela queria me encontrar? Pois, afinal eu podia embaralhar toda sua vida. E se mesmo ainda tivesse alguma ligação comigo teria ela me procurado? Estaria com uma nova família agora? Casada? Com filhos? Meus meios irmãos? Quem poderia ser meu pai? Porque, o orfanato só forneceu informações sobre ela, mas e ele? Encontrar os dois me faria sentir melhor? Ou me deixaria pior? Ela iria gostar de mim? E eu, iria gostar dela?

As dúvidas eram tantas que fiquei enrolando por mais alguns minutos até que finalmente tomei coragem e me forcei a caminhar e espiar o saguão do prédio. Tudo aqui era sofisticado, assim como era no apartamento de Louis Black, tem um piso de mármore branco e preto e um mobiliário bonito, escultural. Meu coração está a mil e de repente um porteiro aparece na minha frente perguntando se eu preciso de ajuda. Por um momento fico assustada, pois nem o tinha visto chegar e logo depois o cumprimento e ele me saúda de volta amistosamente. Seu cabelo é meio cinza talvez por causa da idade e está bem arrumado, ele está usando um uniforme branco com um terno escuro combinando. Vejo no crachá o seu nome, Javier – mas juro que inicialmente eu li "Caviar", talvez a riqueza estivesse me subindo a cabeça e eu estava ficando muito mal acostumada. Eu imagino se um dia irei comer caviar com Clare como fiz com o Sr. Black.

Em busca da felicidadeWhere stories live. Discover now