Em busca da felicidade

Cap. 8

Voltei!! E claro, trazendo mais um capítulo de EBDF (Em busca da felicidade)! Nesse cap. irão acontecer mais reviravoltas, exatamente porque é esse o tema do livro: O destino! Espero que vocês gostem!

Ronnie

"Brigas, desentendimentos? Cuidado! Pense antes de falar para não se arrepender depois. Magoar alguém que você ama é como apedrejar seu próprio coração."

Na manhã seguinte acordei com a cabeça latejando e o corpo doendo, olhei em volta e tudo começou a girar, senti fortes pontadas na barriga e uma ânsia de vômito incontrolável, rastejei devagar até a lixeira e nela despejei tudo o que restava no meu estômago da comida de ontem, depois me dei conta de que a última vez que tinha me alimentado foi na tarde passada: um cappuccino e bolo de mel, lembrar da cena que vi no café me fez ter mais náuseas e colocar para fora mais uma golfada, o hálito em minha boca era horrível, me senti fraca e desorientada. Me encostei na parede por um momento e fechei meus olhos me permitindo respirar um pouco, mas o espaço estava tomado pelo cheiro do meu próprio vomito, tinha que dar um jeito naquilo. Levantei com dificuldade e ainda cambaleante fui em direção da minha bolsa que estava atirada no chão, peguei meu celular para ver a hora, mas percebi que podia ter olhado para o relógio em meu pulso e encontrado a resposta sem sair do lugar, novamente me sentei no chão e olhei para meu celular, nele encontrei várias mensagens de Bella e de Dan, pedindo se eu estava bem, se precisava de alguma coisa, pensei em responder mas acabei mudando de ideia, era melhor deixá-los fora disso por enquanto, antes teria que organizar meus próprios pensamentos.

Eram 10 horas da manhã, nesse horário como de costume ninguém estaria em casa então, me levantei devagar e fui até a janela, puxei a cortina de veludo alguns centímetros e olhei para fora, continuava chuviscando só que dessa vez mais forte. Fiquei parada observando como o dia lá fora transcorria mesmo com o tempo ruim, os carros iam e vinham assim como as pessoas com suas botas, roupas pesadas, capa de chuva e guarda-chuvas seguiam sua vida. Abri o vidro e respirei um pouco de ar puro, me fazendo perceber o quanto eu estava cheirando mal, até que senti algumas gotas frias pousarem sem pretensão sobre meu rosto e fechei calmamente o vidro, soltei a cortina e andei com passo incertos até a porta do estúdio, eu não tinha coragem de sair de lá, mas também não podia me trancar e me isolar para sempre iria ter que enfrentar as coisas de frente, atuando na linha de ataque quanto na defesa, eu era meu exército inteiro e estava lutando contra minha família, precisava ser forte. Me agachei descuidadamente sentindo uma leve tontura e apanhei a lixeira torcendo o nariz, peguei minha bolsa e celular e abri uma fresta da porta tentando fazer o mínimo de barulho possível mesmo sabendo que estaria em casa sozinha, mesmo não ouvindo e nem vendo ninguém no corredor ou próximo, saí na ponta dos pés, com todo o cuidado, andei por alguns metros e logo entrei no meu quarto. Coloquei a mão na maçaneta da porta, estava aberta. Girei-a e espiei, nenhum invasor, entrei com cuidado observando metronomicamente cada canto e vi que tudo estava normal, meus livros e filmes estavam lá, desmentindo a possibilidade de meus pais terem ficado com raiva e feito uma fogueira com eles.

Sentei-me no divã, tirei as botas e descobri o motivo de meus pés estarem frios, minhas meias encontravam-se encharcadas, provavelmente ainda por causa da chuva de ontem, tirei-as e as deixei no chão, fui andando sem nada nos pés até meu banheiro e despejei o conteúdo da lixeira na privada dando descarga sem olhar, deixei a lixeira lá mesmo e fui até o pia lavar meu rosto, minha mãos tremiam assim como todo meu corpo. Assim que senti a água fria entrar em contato com minha pele um arrepio percorreu toda minha espinha, levantei a face e me olhei no espelho enquanto gotas da água fria ainda escorriam por todo meu rosto e pescoço, molhando meu casaco. Estava com uma aparência horrível, meus olhos afundados e com olheiras escuras, meus lábios pálidos e rachados, minhas bochechas sem cor, meu cabelo desgrenhado.