Cap. 22

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Hey guys! Today is Saturday and is day of a new chapter of EBDF!

(Hey galera! Hoje é Sábado e é dia de capítulo novo de EBDF!)

Com esta chamada inovadora, aproveito para dizer que hoje a Ronnie volta a narrar a história apresentando seu ponto de vista. Espero que gostem!



Ronnie

"A vida é como o estado de embriaguez, hora vivemos a euforia, hora a reflexão; uma não existe sem a outra."

(Rafael Silveira)


Eu não tinha palavras para descrever o que havia acabado de acontecer em minha vida nesta noite. Enquanto olhava fixamente para o espelho do elevador e via meu reflexo nele, flashes do meu reencontro com Clare, minha mãe biológica passavam rapidamente em minha cabeça, alguns deles eram mais demorados se prendendo aos detalhes, mas todos me deixavam extasiada. No fundo eu sempre tive esperanças de que isso acontecesse, mas não sabia que iria ser desse jeito. Ela era uma pessoa boa, gentil mas percebi que estava retraída, assustada, com medo e não estava pronta para me receber mesmo depois de tantos anos, o que me conforta e talvez também me deixa confusa é que amanhã eu voltarei a encontrá-la, não marcamos horário nem local, mas eu vou dar um jeito de chegar aqui, talvez à noite, porque estou gostando dessa coisa de resolver problemas atrasados nas madrugadas  nova-iorquinas. Estou curiosa para descobrir tudo e inclusive sobre meu pai, tive várias oportunidades de falar sobre ele mas em algumas perdi a coragem e em outras ela desviou do assunto, mas com certeza eu iria descobrir, era o mínimo que ela poderia fazer por mim.

Eu sinto que lá no fundo tenho esperança de construir algo junto com ela, uma relação de amizade e cumplicidade quem sabe, pois é muito difícil depois de tantos anos você aceitar uma mulher em sua vida e tratá-la como se sempre tivesse convivido com ela mesmo sendo sua mãe e vice e versa. É complicado e não iria se resolver de uma hora para outra, iríamos precisar de muitas madrugadas ainda se quiséssemos nos conhecer mais que superficialmente. Clare até que demonstrou um pouco de interesse em me conhecer e fez várias perguntas, algumas delas sem significado nenhum, mas que para mim foram importantes, ela pelo menos tentou se mostrar interessada.

Quando a vi pessoalmente pela primeira vez depois de tanto tempo ela mostrava ser uma mulher frágil e inexpressiva vestindo um pijama cor pêssego e sem sapatos ou chinelos, mas ao entrar na casa vi que ela não se vestia assim habitualmente, provavelmente o pijama deveria ser bem caro e de seda fina, no fundo eu achava que ela seria como o Sr. Black, mas me enganei de leve, ela era até mais amigável, menos grosseira e tentou conversar comigo mesmo sem jeito, ela não devia estar acostumada a receber visitas a essa hora dizendo que é sua filha e conversar normalmente, ela estava em choque e admito que eu também fiquei conturbada com toda essa história, e que história. Quando eu via em programas de televisão ou em sites mães e filhos se reencontrando eu me imaginava no lugar deles e até que esse dia chegou e todos os sentimentos estavam à flor da pele, eu não sentia raiva ou nada parecido com isso, sentia curiosidade e até um pouco de frustração, pois eu esperava que ela me contasse tudo e pedisse desculpas, mas eu sabia desde o começo que não ia ser fácil, eu não posso perdoá-la sem antes saber o que ela fez ou crucificá-la sem antes ouvir o que ela tem a dizer.

Eu até tentei intimidá-la e fazê-la falar, fiz perguntas só para provocar mas ela não caiu, se mantinha com um pé atrás e não deixava dúvidas que não estava à vontade para conversar sobre o assunto, principalmente quando ele se tratava do meu pai. Engraçado, eu só o chamo de meu pai, mas nem ao menos sei seu nome, na verdade o meu pai  mesmo se chama Andrew Horan e nada nem ninguém nesse mundo será capaz de mudar isso, nem mesmo o sangue que corre em minhas veias.

Em busca da felicidadeWhere stories live. Discover now