Uma chuva fraca cai durante o sepultamento. Caminho ao lado dos meus pais durante o cortejo dentro do cemitério. O corpo de Algenor é enterrado na lápide da sua família.
Cauã e sua mãe estão ao lado da cova. Ele a ampara. Sem nenhum discurso o caixão é abaixado até o seu destino final. Olhar para o Cauã chorando não é confortável. Meu óculos escuros impede com que as outras pessoas notem o meu desconforto.
Porém não impedem com que eu veja dois pares de olhos verdes me fitarem. O cabelo cor de palha dele está totalmente molhando fazendo com que algumas mechas caíam sobre a sua testa. A chuva também faz com que a camisa marque seu abdômen sarado e isso me deixa ainda mais desconfortável.
Ele sorri para mim, porém não retribuo o seu sorriso. Ali não é lugar e nem o momento oportuno para flertes.
Depois de feixarem o túmulo, as pessoas seguem para seus respectivos carros. A chuva aumenta sua intensidade, decido ser molhada já que meus pais trouxeram somente um guarda-chuva.
Sigo em passos rápidos quando sou interceptada por George.
- Aqui em baixo tem lugar sobrando - ele diz ao levantar seu guarda-chuva.
Eu rio. E decido entrar ali para fugir dos fortes pingos.
Ele passa a mão sobre meu ombro e meu rosto ruboriza no mesmo instante. Seu cheiro é bom e seu toque também. Tento vagarosamente me desvencilhar do seu meio abraço, porém ele me traz mais para perto de si quando tento fazer isso.
- Posso te levar pra casa? - ele pergunta.
- Eu vou com meu pais. - digo.
- Eu insisto - ele retruca - Por favor.
- Desculpa, mas tenho que ir com eles - falo indo em direção ao carro do papai.
- Podemos nos ver de novo? - ele diz aumentando o tom de voz.
- Por mim tudo bem - sorrio.
Ao entrar no carro, vejo Cauã parado na porta do cemitério assistindo o que acabou de ocorrer.
¤ ♡ ¤
Tiro a roupa molhada e tomo um bom banho. Visto um moletom grosso para não correr o risco de ficar resfriada. Já são quase 18 horas quando sou surpreendida por um bip no meu celular.
Abro a mensagem.
"Vejo que está tudo indo bem entre você e meu primo".
Não acredito que ele me mandou mensagem. Passo alguns segundos remoendo aquilo e decido responder.
"Igual entre você e a Carla, :) ".
Aperto enviar.
" Não tenho nada com a Carla".
Ele responde quase de imediato. Passo alguns minutos olhando para aquela mensagem. E me assusto quando meu celular começa a vibrar.
Atendo.
- Alô. - digo.
- Chegou bem - George fala.
- Cheguei sim.
- Vai sair hoje a noite? - ele pergunta.
- Não.
- Vamos?
- Garoto seu tio acabou de falecer.
- Eu nunca troquei mais de cinco palavras com ele, não posso sofrer por quem eu mal conhecia.
- Mas diferente de você eu o conhecia! - falo.
- Você está sofrendo por ele ou pelo filho dele? - fico alguns segundos digerindo a pergunta.
- Quer saber? Acho que não devo satisfação a você - digo aumentando o tom de voz - E não estou sofrendo por ninguém.
Desligo.
O celular volta a vibrar, porém dessa vez não atendo.
Um novo Bip. Mais uma mensagem do Cauã.
" Podemos nos ver? "
Sou pega desprevenida com aquela pergunta.
Decido não responder ... pelo menos não antes de ligar para a Ana!
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DEPOIS QUE EU TERMINEI COM VOCÊ
RomanceAurora e Cauã namoraram cinco anos. Mas aquele relacionamento que por sinal foi marcado principalmente por momentos bons, chegou ao fim. Depois de lutar contra si mesma para não ligar para o seu ex namorado, Aurora perde a batalha e descobre que no...