16 - Deixá-lo de lado

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Desembarcamos no aeroporto pela manhã. Eu estava feliz por voltar para casa e Derek, curiosíssimo, parecendo uma criança, observando tudo no caminho pela janela do táxi enquanto íamos para o centro de Milão.

Descemos num dos melhores hotéis e logo ele percebeu que iria ficar alí. Tentou me persuadir de todas as maneiras que não queria ficar alí, que queria ficar comigo. Fingi que não falava inglês e comecei a falar em italiano com ele. Ele percebeu isso e ajoelhou-se implorando para ficar comigo, que podia se perder alí. Para ele parar de escândalo eu concordei e num instante ele se levantou e voltou a sorrir, pondo a mão no meu obro e pegando as malas, eu tirei a mão dele dalí.

-Derek, por favor! Comporte-se aqui. Já não chega a vergonha que você me fez passar em frente ao hotel. Agora vamos, meu apartamento é por aqui.

Rapidamente chegamos ao prédio do meu apartamento, era um dos mais modernos de Milão. Pus minhas coisas no meu quarto e o ajeitei no quarto de hóspedes.

-Onde estão seus pais, Luke? -ele me pergunta, pegando um quado com uma foto deles.

-Minha mãe morreu quando eu ainda era criança. Descobriram que ela tinha câncer de pulmão e ela infelizmente não resistiu. Meu pai trabalha junto com o primeiro ministro. Nunca entendi o que ele realmente faz no governo, fica a maior parte do tempo em Roma, quase nunca vem aqui, mas conseguimos ter uma vida boa.

-Sim, muito boa por sinal. E por que foi embora?

-Eu estava enjoado desse lugar. Tudo me lembrava minha mãe e eu queria novos ares -todas as lembranças começas a reaparecer, enchendo meus olhos.

Derek percebe e me envolve com seus braços. Eu retribuo, era um momento de fraqueza. Mas eu não o queria alí.

Lhe entreguei duzentos euros e disse para dar uma volta enquanto arrumava tudo.

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Já havia organizado tudo. Comecei a assistir um filme na televisão quando ele chega. Eu tinha até me esquecido que ele estava comigo.

-Luke, vamos, arrume-se que vamos sair.

-Acho que você deveria ir sozinho. Já que veio para esquecer de tudo.

-Sim, mas eu vim para esquecer dos últimos acontecimentos lá, não para te deixar.

-Pois foi por isso que eu vim. Para te deixar de lado um pouco. Você que fez tudo aquilo comigo.

Ele engole seco e prosegue.

-Vamos, esquece o passado. Viemos nos divertir, então vamos. Comprei dois ingressos para irmos ao cinema. Depois vamos comer pizza e conhecer a cidade.

-Ah, não sei...

-LUKE! -ele diz meio irritado -não me obrigue a tirar a roupa só para fazer você ir, pois se eu tirar, vou te forçar a fazer coisas que você não quer.

Me levanto num pulo e corro pro quarto, troco de roupa e saímos.

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Chegamos no cinema e o filme que iríamos ver era um que eu estava morrendo de vontade de assistir: Deadpool. Foi legal e muito engraçado.

De lá, saímos para uma das melhores pizzarias da cidade. Não estava aguentando comer metade enquanto Derek pedia a segunda. Nunca vi ninguém comer tanto e não passar mal.

Então rumamos para a Galleria Vittorio e depois o Duomo di Milano. Eu morei quase minha vida toda em Milão e nunca havia visto uma igreja tão bela na vida. Não é a toa que levou 400 anos para ser terminada.

Derek me abraça com força. Estava começando a nevar e ventava um pouco. Ele aproxima seu rosto e tenta me beijar, mas eu desvio.

-Luke... -ele sussurra.

-Boca não. Bochecha sim.

Ele concorda e beija minha bochecha, enquanto eu admiro o explendor da igreja uma última vez.

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Chegamos no apartamento e desabamos na cama. Ele na dele e eu na minha. Nem tiramos as pesadas roupas de frio. Foi uma noite muito boa, que me fez perceber que Derek quer meu bem, mesmo com seu jeito meio louco. Ele só quer o bem...

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