São dez horas da manhã, levanto e vou escovar os dentes. Sei que está muito tarde, porém é domingo e eu não preciso levantar cedo.
Vou para a cozinha e preparo o café da manhã. Meus pais ainda estão dormindo, e hoje quero que acordem de bom humor! Caso o contrário perderei meu dia de descanso para os estudos como ocorreu semana passada.
Faço café, torradas e waffles, coloco em uma bandeja de alumínio juntamente com pratos, xícaras de porcelana e um bilhetinho que diz:
Bom dia! Preparei o café e espero que gostem. Fui visitar Grace e voltarei antes do almoço. Beijos... Amo vocês!
Elouise.
Entro no quarto de meus pais pisando na ponta dos pés para não os acordar, deixo a bandeja no criado-mudo e volto ao meu quarto para me arrumar. Tomo banho e coloco um short jeans e uma blusa amarela pavão. Acrescento uma tiara de testa branca e uma sandália da mesma cor.
Sigo para a casa de Grace, a professora que meus pais contrataram para me dar aulas extras. Não que minhas notas sejam ruins, na verdade as minhas são as melhores de minha escola. Mas preciso treinar muito para passar no E.Q.G.R. ( Exame de qualificação para governanta real), que aliás já é amanhã.
Quando nasci, meus pais ainda eram muito pobres, mesmo assim eles desejavam o melhor para mim. Aos três anos de idade, meus pais me colocaram na escola, mas antes disso eu já estudava e aprendia letras e formas em casa, nessa idade eu já sabia falar sem gaguejar quase todas as palavras mais conhecidas da nossa língua e de mais três. Aos cinco aprendi a escrever. Minhas professoras diziam que eu era uma verdadeira "menina prodígio " .
Então quando tinha sete anos de idade meu pai ficou sabendo do antigo sistema do E.Q.G.R. por um amigo cujo a tia trabalhava como governanta no palácio , ela disse que para entrar no castelo fez uma prova e competiu com milhões de garotas e quando as governantas atuais fossem velhas demais para lecionar, a prova seria o jeito de achar novas governantas.
Ao ouvir isso, meu pai viu uma oportunidade. Eu já era mais avançada, e com um pouco mais de estudo poderia ter um futuro brilhante. Além disso, como o salário seria alto eu poderia enviá-los um pouco para se manterem já que todo essencial seria providenciado pelo palácio.
Chego na casa de Grace e bato na porta. Tudo está muito calmo, o que me faz pensar que não tem ninguém em casa, porém segundos após bater ouço sua voz dizendo:
- Já estou indo!
Espero impaciente ao lado de fora. Hoje é o dia em que ela me ajuda a ter o mínimo de vida social. Grace, além de uma excelente professora, é a minha desculpa para ir visitar meus amigos de infância que fui proibida de ver. Ao contratar Grace, foi como ter contratado um pacote completo : Professora, psicóloga e acima de tudo amiga. Sou grata aos meus pais por isso.
Apesar de ser mais velha, ela também não concorda com a forma de meus pais me educarem. Ela, como eu, entende as razões de eles não me deixarem criar amizades ou quais quer distrações. Mas não concorda. Claro que eu iria me concentrar mais sem amigos, porém não havia necessidade de pagar alguém dentro da escola para me supervisionar.
Desde que a mercearia dos meus pais foi aberta e eles conseguiram aumentar a renda, passaram a concentrar todos os esforços (incluindo as finanças) em prol do sonho que é ter uma governanta real como filha.- Graceee, anda logo!!
- Já vou!
Dois minutos depois vejo o olho mágico ficar mais escuro e logo após ouço o barulho das chaves e a porta se abre. Vejo a figura de uma ruiva com o cabelo preso em um coque, numa tentativa vã de arruma-lo. O robe em seu corpo que escondia seu pijama mostrava que havia acordado a pouco.
- Te acordei?
- É... Não, pode entrar. - disse esfregando os olhos.- Não era pra você estar na casa do Symon ou daquela... Menina que não sei o nome?
- Sim! Mas passei aqui para falar com você primeiro.- disse batendo os dedos no sofá onde estava sentada.
- Pode falar, Loli.
"Loli", Grace sempre me chamou assim, desde a primeira vez, quando ainda não éramos tão próximas.- A prova! É amanhã. E estou cada vez mais nervosa. O que eu faço se me der branco?
- Querida, não vai te dar branco, você estudou muito, você vai passar. E vai ser escolhida, quer apostar quanto?
- Eu aposto um sorvete! - disse sorrindo com a oportunidade de ir a sorveteria com Grace.
- Fechado! - um aperto de mão selou nosso acordo -Dos dois jeitos você ganha mesmo.- Disse ela com um sorriso. - Agora vá, você está perdendo tempo. Se seus pais vierem aqui faço como sempre, digo que acabou de sair e ligo para você pra te avisar. Então você, como sempre, sai correndo para casa. Meu espetáculo de domingo. - diz ela rindo.
- O que eu seria sem você? - Pergunto rindo.
- Nada! Assim como eu sem você... Agora vai. Está perdendo um tempo precioso. - diz ela me empurrando para fora.
- E você também né ? Aposto que só está me mandando embora para poder dormir de novo!
- Também. - Ela diz rindo e beijando minha bochecha. - Até mais flor.
- Até ! -
Me afasto e caminho rumo à casa de Symon, Stacy estaria lá também a minha espera .Nossa amizade começou de uma forma meio estranha. No sétimo ano minha professora de matemática, Ellen, me pediu para ajudar alguns alunos com dificuldades na matéria. Stacy e Symon eram os únicos gêmeos de minha escola e por coincidência foram os que tiveram mais dificuldades.
Então recebi a missão de ajudá-los a conquistar notas melhores. O que fez com que nos aproximássemos.
Eles começaram a descontrair nossas aulas com perguntas do tipo:
Você nunca matou aula?
Nunca deixou de fazer nenhuma tarefa?
Como você vive desse jeito?Começamos a nos divertir desse jeito ... E então nossa amizade nasceu.
Finalmente avisto a casa de Symon.
Porém percebo algo anormal, as portas e janelas trancadas e luzes apagadas. Por pouco não dei meia volta por achar que estavam dormindo mas então ouço a voz dele me chamar do outro lado da rua, desesperado e quase sem fôlego.
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Oiiii... Muito obrigada por ler este capítulo do meu livro, e eu gostaria de pedir para quem gostou votar e comentar! Thanks Loli's (;
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A Governanta e o Príncipe
Adventure. Um príncipe... Uma governanta... Uma morte... Vários segredos... Uma descoberta...