O Palácio

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Trim.... Trim... Trim...

Acordo com o despertador que programei para às seis da manhã devido a reunião com a madame Margareth.

Observo mais uma vez o meu quarto no segundo andar... animada com a vida que levarei aqui à partir de agora. Ontem à noite quando cheguei, explorei mais o palácio do que meu novo aposento.

Mas agora vejo que perdi tempo em minhas reflexões momentâneas em vez de observar mais.

O quarto é enorme, uma cama gigantesca bem no meio, que como nos filmes de princesas tem uma estrutura que vai da cabeceira até um teto feito de madeira ligado com pequenas colunas até os pés da cama, e uma linda cortina transparente que pendia do teto da estrutura e acabava no chão .

Fora isso havia um banheiro enorme com banheira e um closet com os uniformes que deveríamos usar e alguns dos vestidos mais lindos que já vi.

Hoje é o meu primeiro dia oficial como governanta real .

Estou muito animada para começar esse dia, o meu primeiro dia no palácio... Será ótimo, o primeiro dia em que verei mais do que apenas nas fotos e na TV , verei os príncipes, ao vivo, eu terei a honra de falar com eles, e de compartilhar minha sabedoria também. Na verdade não sei bem como as aulas serão organizadas, porém... Seria muito bom se eu conhecesse pelo menos um hoje.

Olho para o relógio e... Nossa! Já são sete horas, é melhor eu me apressar.

Faço um esforço tremendo para pentear meu longo cabelo que bate nos quadris. É liso do meio para cima, mas do meio para baixo é cacheado.

Puxei o meu pai tanto na altura quanto em quase todo o resto. Sou morena, olhos cor de mel como os dele. Já minha mãe é uma loira baixa com cabelos extremamente lisos e olhos azuis.

Termino de pentear meu cabelo e prendo ele em um coque como a madame havia ordenado ontem.

Escolho um Blazer azul-marinho com alguns detalhes e uma saia da mesma cor porém sem detalhes . É isso, este é o uniforme que devemos usar, tem outras cores e confesso que amei, é mil vezes melhor do que os uniformes do colégio. Pelo menos me deixa bonita . Mas a parte de ter que fazer um coque, essa sim foi uma péssima idéia, me deixa horrível.

Retiro o broche do vestido e coloco no blazer. E estou pronta!

Desço às escadas e ando pelos corredores largos e compridos do palácio, com aqueles papéis de parede tão bem feitos.

Um espelho a cada 20 metros.

E de metro em metro um quadro com imagens do príncipe Lian montado em um cavalo, ou da Rainha Rousy segurando um buquê de flores, de Krhistyn com um ursinho na mão, do Rei Jorge no trono, dos outros príncipes, outras da família toda. Algumas porém, éram só arte.

Finalmente chego numa porta dupla e alta. Abro e encontro a madame Margareth sentada em sua cadeira lendo uma série de papéis espalhados em sua mesa.

Me espantei por ela se encontrar sozinha , eu achei que a encontraria cercada de meninas animadas com seu primeiro dia no castelo. Mas ninguém estava lá, então deu uma olhada em meu relógio de bolso para ver que ainda éram seis e meia.

Entrei e comprimentei a madame.

— Bom dia madame Margareth.

— Bom dia - respondeu sem tirar os olhos do papel.

— Cheguei cedo de mais ?

— Sim , mas se quiser pode dar umas voltas pelo palácio até serem sete horas. Porém, um segundo a mais estará encrencada. — respondeu ela ainda sem me olhar no rosto.

No mesmo instante olhei para a brecha da porta e vi uma sombra passar. E eu tinha certeza que era ele. Precisava saber quem ele era! Bom... É claro que não me passou pela cabeça ainda o que faria se conseguisse o fazer parar.

— Está bem, nos vemos sete horas — respondi praticamente correndo para a saída e me esquecendo completamente o desespero e a timidez que senti noite passada.

A Governanta e o PríncipeOnde histórias criam vida. Descubra agora