12 de Junho, 2013

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Baile de formatura. Finalmente a sonhada formatura de Hanna. Ela queria tanto poder esfregar no rosto bonito de Emma que ela não precisava de um namorado rico para ser feliz. Tinha passado na Universidade da Califórnia, um desejo para a maioria dos alunos de Berkeley.

- Você está tão crescida – sussurrou Eva, tirando um cacho sedoso que estava nos olhos da filha. - E já vai para a faculdade!

- Mãe - gemeu Hanna, rolando os olhos. - Isso é normal.

- Hanna Watt, minha filhinha está virando mulher, deixe-me apreciar isso.

A morena deu de ombros, suspirando enquanto terminava de colocar as sandálias prateadas.

- Josh virá buscá-la, certo?

Josh era um garoto certinho demais que havia convidado Hanna para o baile. Ela não queria ir com ele, pensava até em ir com Tess, sendo uma dupla diferente. De última hora o namorado da amiga chegou de viagem e os dois iriam juntos. Então Hanna teve que aceitar o pedido de Josh, o aluno exemplar de literatura inglesa.

- Infelizmente.

- Querida, ele é um ótimo garoto, tente sorrir ou ele correrá de você.

Hanna riu, imaginando mil e uma caretas que poderia fazer para que Josh a deixasse em paz quando chegassem ao baile.

Bateram na porta do quarto de Hanna e ela apenas passou um brilho labial sabor cereja antes de abrir a porta. Era o pai dela, dizendo que tinha um garoto sentado no sofá com um buquê de flores.

- Ele não fez isso! - rosnou descendo as escadas, deparando-se com Josh escondido por um buquê enorme de margaridas.

Ela odiava margaridas.

- Josh! Não precisava – disse, quando o garoto lhe entregou as flores. - Mas obrigada.

- Que bom que gostou, eram as mais bonitas na floricultura.

- Imagino - forçou um sorriso. - Mamãe, coloque-as naquele vaso bonito lilás que tem lá no meu quarto...

Eva franziu o cenho, mas pegou as flores. Não havia nenhum vaso lilás no quarto de Hanna, então entendeu que provavelmente a filha queria que ela sumisse com as belas flores. Com pena de jogá-las fora, colocou-as em seu próprio quarto, no criado mudo.

Na sala, o pai de Hanna fazia o seu melhor em fitar o garoto com bochechas rosadas e cabelo bem penteado.

- Cuide bem da minha filha – estreitou os olhos. - E nada de mãos bobas!

- Pai! - a morena grunhiu, arrastando o garoto que suava frio pela porta. - Meu pai só estava brincando, não leve a sério.

- Ele é bem realista, sim? - engoliu em seco. - E forte.

Novamente Hanna revirou os olhos, entrando no carro de Josh.

Quando chegaram ao baile, Hanna disse que precisava ir ao banheiro e não voltou mais. Ela tinha um encontro com um motoqueiro que conheceu em San Francisco. Ela tinha ido tatuar uma frase na perna, quando viu aquele homem jovem, alto e barbudo. Instantaneamente sentiu-se atraída. Ele era um homem, com todo o sentido da palavra. Tinha os braços tatuados e estava ali para aumentar a coleção.

- O que uma menina faz aqui? - indagou naquele tom rude que a fez ficar sem ar.

Nunca tinha se sentido tão atraída por alguém. Nem o professor de espanhol a deixou assim.

-Fazer uma tatuagem e não sou uma menina! – respondeu num fio de voz, se batendo por dentro por não ter tanto controle.

Ele levantou as sobrancelhas grossas e riu.

Então ela foi chamada para a sessão e quando voltou, tinha apenas um número em um papel amassado que o homem entregou ao tatuador.

- Você sabe o nome dele? - Hanna questionou ao tatuador.

- Hector, mas cuidado... Hector não é... como posso dizer? Responsável. Ele não vive no mundo, ele é do mundo. Cada dia está em um lugar.

- Adoro uma aventura – retrucou ela, deixando o tatuador com os lábios crispados.

Agora, ela deixava um bom garoto perdido na formatura enquanto subia em uma moto, sentindo a adrenalina em seus poros. A noite seria boa... Pena que seria só o começo do fim.

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