15 de Março, 2014

40 8 3
                                    

Hanna havia conseguido convencer a mãe a fazer um ano de curso sobre História da Arte na Itália. Ela iria ingressar na Universidade da Califórnia para estudar Arquitetura e de alguma forma, Eva entendeu que Arte está ligada a Arquitetura... Bem, era preciso que ela entendesse.

Então, no tempo que estava fora, Hanna - com ajuda da tia - estudou e cuidou da gravidez. Ela ainda não sabia o que faria quando o bebê nascesse. Mas, em uma bela tarde do dia 15 de março, as dores ficaram mais fortes e veio ao mundo um menino; o pequeno David.

Kara, que estava passando a semana com a sobrinha, não teve como manter as lágrimas para si mesma. Os meses estavam desgastando-a, principalmente a relação matrimonial, pois não sabia o que fazer para trazer o marido de volta ao seio familiar.

Quando Kara fitou o rostinho rechonchudo e rosado do pequeno David, soube que havia encontrado as respostas de suas preces. Ela não queria ter ido tão longe com Hanna, sem contar à irmã, porém, sentiu que seria o certo ajudar a sobrinha. Agora ela entendia o motivo.

Estava em seu destino encontrar David.

Hanna chorava emocionada de ver o filho nos braços, todavia, sentia-se pressionada a aceitá-lo, sendo que em seu futuro não havia espaços para um bebê. Seu coração expandiu-se de tal maneira, que foi quase sufocante. Talvez ali, naquele quarto de hospital, Hanna tenha entendido o sentido da vida.

- Ele é tão pequeno - murmurou, traçando com delicadeza as bochechas do bebê que dormia enquanto mamava. - Eu o amo, mas não posso ficar com ele - ergueu os olhos para a tia, a voz trêmula. - O que eu faço, tia?

- Você realmente o ama? - questionou a tia, curiosa.

A morena aconchegou o filho mais próximo de si, aproveitando para cheirar-lhe os cabelos ralos. Ele era pequeno e enrugado, mas rosinha. Não era feio; melhoraria com os dias.

- É difícil dizer isso, porque até ontem, ele era só o bebê que eu iria doar - disse baixinho. - Só que agora... Agora eu o vejo, o sinto... Meu coração parece que vai explodir com tanto amor.

Kara aproximou-se da sobrinha e rodeou os braços sobre os ombros curvos de Hanna. Apesar de todos os erros e problemas em que tinha se metido, Kara sabia que Hanna era uma boa garota. Ela apenas havia se perdido dentro de si.

- Conte à Eva - pediu Kara. - Eu ajudo.

As lágrimas rolaram pelo rosto macio de Hanna, que se encolhia nos braços da tia. A morena sabia muito bem que a mãe nunca a perdoaria. Quando Hanna havia decidido a manter o bebê, muitos caminhos foram dados a ela, mas poucos tinham um lado bom.

- Eu não posso, tia - sussurrou em meio às lágrimas. - Mas não quero perdê-lo... David é tão frágil - beijou o topo da cabeça do filho. - Doá-lo será a coisa mais dolorosa que farei na minha vida.

A tia, triste pelo sofrimento de uma mãe que não queria separar-se do filho, mas que era a única opção, não sabia o que fazer. David realmente havia mexido com ela, aqueles dedinhos faziam dela uma massinha de modelar. Foi então, que em um átimo, Kara propôs à sobrinha, algo que mudaria o rumo da vida da família Walker e Watt.

- Eu posso adotá-lo. Será como se ele fosse meu filho, seu primo. Poderá vê-lo e tê-lo por perto... E ele será amado.

Hanna quis gritar com a tia por ter pensado em algo tão maluco, contudo, ela não queria ficar sem David, e com ele sendo criado pela tia, poderia vê-lo crescer. Poderia até ser madrinha dele! Céus! Ela o mimaria demais e, com esse pensamento, Hanna teve o primeiro sorriso do dia.

- Tio John?

Kara crispou os lábios, mas respirou fundo e ergueu o queixo, mostrando que John não seria empecilho naquela aventura.

- John aceitará - respondeu firme. - Ele me deve isso.

EMMAOnde histórias criam vida. Descubra agora