Madrid, semanas antes.
Alfonso estava feliz com a oportunidade que Henrique lhe dera, era um de seus objetivos ter um cargo renomado e ele havia lutado pra isso. Até porque a influência de Anahi não tinha crédito algum, já que desde do ocorrido ninguém se quer tocava no nome dela perto dele e Alfonso sempre estudou e teve competência pra isso.
- Bom dia Poncho - Manuel entrou fechando a porta da direção de projetos.
- Bom dia Manuel! Como está? - Alfonso lhe comprimentou.
- Está tudo bem....e por aqui?
- Tudo certo, você vai estar disponível nas próximas horas?
- Estou sim Alfonso, tenho alguns papéis pra organizar, mas se puder lhe ser útil, é só dizer - sentou-se na cadeira em frente a mesa de Poncho.
- Gostaria que colocasse isso no correio pra mim - lhe estendeu uma carta - é pra Annie!
- Claro que sim - sorriu amarelo - mas por que colocar no correio? Ela se mudou?
- Sim - abaixou a cabeça - ela foi morar em Paris, pensei que soubesse...
- Depois daquele dia, ela nunca mais manteve contato comigo... - disse sem graça.
- Entendo, você não é o único - sorriu lamentando.
- Pois bem, colocarei sua carta no correio então, é só isso?
- Sim, obrigada - coçou a nuca - queria te pedir que isso ficasse entre nós dois...não quero que ninguém mais saiba que estou tentando manter contato com ela.
- Pode confiar em mim amigo.
- Muito obrigada Manuel - Poncho se levantou e o abraçou.
- Não há de quê.
Manuel se retirou da sala de Alfonso e foi até a sala dele, a curiosidade estava lhe consumindo e ele precisava saber o que estava escrito naquela carta.
"Alfonso Herrera, nosso apartamento.
Meu amor, eu até pensei em escrever essa carta formalmente, com data e local correto. Mas preciso expressar tudo o que eu sinto por você. A falta que você me faz e o quão arrependido eu estou.
Eu me esforço pra não ser babaca com você. Mas sou falho, você sempre disse que eu era falho demais, e eu ria disso até acordar uma manhã e você não estar deitada ao meu lado da cama.
Me perdoe!
Me perdoe por ter desconfiado de você, por permitir que o ciúme me consumisse, por te tocar brutalmente e por ter sido mais uma vez babaca... Me perdoe por não ter ido te buscar depois da sua prova final na faculdade, me perdoe por ficar calado quando você queria ouvir um eu te amo, me perdoe por não ter te levado à praia naquele verão após você ter ingressado na faculdade, me perdoe por esquecer de te mandar flores no dia da mulher no ano passado, me perdoe por não falar nada no dia em que minha tia Ana chata (como você mesma diz) te chateou, me perdoe por ter te levado àquele café que tinha um capuccino horrível na manhã do seu aniversário, me perdoe por não ter usado a mesma cor que você no réveillon (você realmente ficou brava comigo), me perdoe por ter trocado o meu perfume Terre d'Hermès pelo Invictus (mas foi só uma vez), me perdoe por insistir tanto em tomar coca-cola com gelo e limão em todos os restaurantes que freqüentamos, me perdoe por nunca querer comer a pipoca doce e só comer a salgada, me perdoe por não escolher a cor do esmalte que você vai usar (eu realmente não faço ideia da diferença dos vermelhos quando você me estende dois vidros iguais), me perdoe por sempre te aborrecer perguntando se o cinto de segurança está confortável, me perdoe por sempre invadir o Box do banheiro quando você está tomando banho, me perdoe por cometer tantos erros pequenos, tantas falhas e por te magoar instantaneamente isso me destrói, não quero que você mude nunca...você é única. Você me disse tantas vezes que falava o que queria, e precisava sempre dizer como as coisas estavam te encomodando, mostrar que você tem uma posição sobre as coisas. Isso me fez enxergar os meus erros agora.
Minha cabeça dói de imaginar as cenas em que você estava chorando, chateada e decepcionada comigo. Me perdoe.
Só não vou te pedir perdão por quase ter te atropelado naquela manhã com a minha bicicleta, porque eu me trairia assim. Não quero pedir perdão por ter conhecido o amor da minha vida.
Preciso de você. Talvez minha carta tenha ficado confusa. Mas eu senti e escrevi. Estou sentado no chão do que seria nosso futuro apartamento, e trabalho na sua antiga mesa, quando olho pra trás da porta e lembro de gritar com você e o quão eu fui burro de colocar tudo a perder, meu coração dói. Você me cerca todos os dias. Tive a sorte ter encontrado uma mulher para amar, e uma sorte maior ainda de ser correspondido. Eu deveria ter feito tudo ao meu alcance para te ver sorrir Anahi. Não há nada pior no mundo do que perder alguém que se ama.
Espero que você me perdoe realmente. Quero ouvir sua voz, tocar teu rosto e sentir seu cheiro. Não quero ter que me desprender de você, não quero te deixar ir embora da minha vida e nem te soltar. Espero que você me responda. Pra que eu saiba que não devo te deixar ir.
Te amo princesa rosa, de seu príncipe azul. Como você mesma diz.
Te amo infinitamente Annie."
- Sinto muito meu querido amigo Alfonso - riu sarcástico - mas a "princesa rosa" jamais vai ler isso aqui - Manuel rasgou o papel em mil pedaços, e enfurecido o enfiou numa gaveta qualquer.
O que estão achando da fanfic? Aguardo vocês! Espero que estejam gostando...muito obrigada pelos views e pelas estrelinhas lindas, fico muito feliz. Beijos Mari! 😘❤️❤️❤️❤️
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Destinados
FanfictionViolento mesmo é o amor, o resto só tem cara de mal. Você acha que o destino trabalha como? Vendado? Não, o destino sabe o que faz, ele não trabalha sozinho, é ele quem dá as cartas nesse jogo, que chamamos de vida. Já ouviu falar do desejo? Ah, ess...