Capítulo 23

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- Sua mãe ligou - me sentei ao lado de Poncho no sofá da sala - Perguntou se você vai querer que sua festa seja organizada pelo Manuel na empresa ou...

- Não preciso te responder isso - disse seco.

- Olha Alfonso, eu não tenho culpa se ele quer lhe pedir desculpas e fazer uma festa pra você no seu aniversário...Tudo isso só diz respeito a você, e se o Manuel é um babaca, o problema é dele! - disse ríspida.

- Acontece Anahi, que você é o motivo da festa, ele quer ver você e não se desculpar e ser um bom amigo...

- Oras, então liga pra ele e fala: "Manuel, não quero nada que venha de você, beso bai", simples assim - cruzei os braços.

- Eu já enviei um email pra ele, dizendo que não precisava.

- Bom, então acho que você deveria mandar outro email pra ele, e nesse outro escreva o seguinte: "Estou sendo um babaca ciumento, descontando minha raiva na Anahi" - me levantei e o deixei com cara de taxo.

Mais tarde, Duda tinha ido levar Pedro ao parque e eu estava arrumando as malas e despachando alguns móveis que queria que fossem pra nossa casa em Madrid.

- Qual é o endereço? - Poncho entrou no quarto, estava ao telefone.

- Peça que entreguem na casa da minha mãe!

- Por que não quer morar no apartamento? Já está praticamente tudo pronto lá... - desligou o telefone.

- Porque eu quero morar em uma casa. Só por isso - disse grossa.

- Me desculpa por hoje cedo - me olhou sincero - Eu realmente estou com ciúmes e você sabe que eu não sei lidar bem com isso...

- Mas é bom aprender né - dobrei uma camisa dele brutalmente, pra ele perceber que eu estava com raiva.

- Prometo que vou melhorar isso em mim, amor - me puxou pela cintura e eu continuei imóvel - Vamos, para com isso...me perdoa?!

- Tá! Você parece uma criança - rolei os olhos - Me dá mais trabalho que o Pedro - nós rimos.

- Eu sei, sou seu bebê - selou nossos lábios - Lembra que você me chamava de "Ponchito, mi amor"?

- Lembro - ri - eu me lembro dos apelidos que eu te dava, não me esqueço das coisas que vivemos juntos - fixei o azul no verde oliva - Eu te amo, bobo!

- Eu também amo você. Sabe estava pensando se não deveríamos mesmo fazer uma festa pra mim..

- Nós vamos fazer uma festa Poncho. O problema é que viajamos na sexta-feira de manhã e seu aniversário é domingo. A casa vai estar uma bagunça só!

- Vamos pra casa de praia dos seus pais? - me olhou entusiasmado - A gente fica o final de semana lá e pede pra uma equipe de mudança cuidar da casa...O que acha?

- Até que não é uma má ideia - concordei - Agora me deixa terminar essas malas e vai separar seus sapatos logo...ou vou largar todos eles aqui!




O resto da semana foi dedicado a mudança, praticamente não saímos de casa, a rotina era arrumar malas, despachar móveis, ouvir a Maite chorar e cuidar do meu bebê, que era a melhor parte de tudo. Estávamos ansiosos, felizes e receosos, pura bobagem. Eduarda decidira vir conosco e isso também era reconfortante pra mim, já ter alguém de confiança pra olhar Pedro quando precisasse.

- Pronto, essa é a última - fechei a mala - Agora só ficamos com essas de mão aqui, com nossas coisas pessoais e depois de amanhã embarcamos, você comprou as passagens?

- Sim, estão no wallet do seu celular. Vamos jantar fora? - perguntou despretensioso.

- Sério? - ele havia me pegado de surpresa - Vamos, vou só mandar a Duda arrumar o Pedro e me arrumo, daí nós - me interrompeu.

- Vamos só eu e você, não preciso te dizer que o Pedro é a pessoa mais importante no mundo pra mim, mas queria que nós dois saíssemos uma última vez enquanto moramos em Paris, como uma despedida da cidade.

- Tudo bem - sorri sem jeito - Fala pra Duda ficar com ele, avisa que vamos sair. Vou me arrumar - selei meus lábios aos dele.

Quanta tolice estar nervosa e surpreendida com o convite do Poncho, nós sempre saíamos antes, na adolescência e durante a faculdade, mas depois que eu assumi a empresa, maneiramos um pouco e principalmente depois que "viemos a Paris", sempre estávamos recebendo as pessoas em casa. Quase não nos sobrava tempo, sabe como é, criança em casa, eu como mãe preferia passar a noite em claro com o Pedro do que assistir filmes com o Poncho ou qualquer outro programa a dois. Hoje pude ver como essas situações rotineiras podem mudar as coisas.

-  Estou pronta! - apareci na sala usando um salto altíssimo preto, um vestido preto justo que deixava minhas curvas evidentes e as costas completamente nua, com acessórios dourado e o cabelo solto com cachos. Pela cara de Poncho, acho que estava realmente linda, como me sentira.

- Uau! - me olhou de cima abaixo (lê-se me comendo com os olhos) - Como você consegue?

- Consigo o que? - franzi o cenho sem graça.

- Ficar cada dia mais linda - enlaçou minha cintura e me puxou pra perto do seu corpo - Você e esse seu perfume irresistível! - mordeu meu lábio inferior.

- O que acontece com você? - perguntei com nossos lábios ainda próximos.

- Por que? - riu entre os beijos que me dava.

- No restaurante falamos sobre isso! - fomos nos despedir de Pedro, o que quase me fez querer ficar em casa com aquela pessoa gostosa de olhos verdes, mas Poncho me arrastou e descemos pro carro.

- Linda! - ele me elogiou após um silêncio no carro - Não é à toa que querem te roubar de mim - pousou a mão sobre a minha coxa - Você fica cada dia mais linda...

- Obrigada garanhão! Você não fica pra trás, sabe disso - descontrai - Você estava tão distante ultimamente...

- Por isso perguntou o que tinha dado em mim? - riu - Você deveria me perguntar isso quando eu me "afastei" e não quando eu estou sendo eu mesmo - sorriu, com aqueles dentes alinhados que arrancam suspiros.

- Pensei que não me amasse mais - disse manhosa.

- Se você fizer essa cara de novo, eu vou dar meia volta e arrancar esse vestido nos dentes - arqueou a sobrancelha malicioso.

- É que eu estava insegura Ponchito - passei a mão sobre meu colo insinuando meus seios pra ele, que adentrou a mão debaixo do meu vestido, alcançando meu clitoris com a ponta do dedo indicador - Pensei que não quisesse mais explorar meu corpo - o seduzi.

- Fui o melhor escoteiro da turma por três anos consecutivos amor - continuava me fazendo suspirar com a massagem íntima que me fazia - Nunca vou deixar de te explorar! Vamos pro motel?

- Não Poncho! - ri da cara dele - Essa sedução foi um erro - tirei a mão dele do meu corpo e sorri - Queria comer comida japonesa hoje - tentei mudar de assunto.

- Eu queria comer você! - disse sério com as duas mãos no volante.

- Quem sabe eu não possa ser sua sobremesa? - ele sorriu - agora vamos, me leve pra jantar que eu penso qual vai ser o sabor da sua sobremesa!

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