- Anda logo Poncho!!! O horário de visita vai começar em 20 minutos - o sacudi pra que ele acordasse.
- Você já está pronta? - coçou os olhos, surpreendido.
- Sim, levanta amor, precisamos ir pro hospital. - pedi.
Poncho levantou e se arrumou em 15 minutos, enquanto eu tomava café da manhã. Estávamos a um mês morando no apartamento de Maite, que insistiu pra que não alugássemos outro até Pedro sair do hospital. Nossa rotina, após minha alta hospitalar, se resumia em levantar cedo, ir pro hospital, eu amamentava Pedro no horário de visitas e Poncho entrava comigo entre um horário e outro. Por volta das onze e meia da noite, saíamos do hospital e assim sucessivamente, todo santo dia. A pior hora, era ir embora e deixar Pedro lá, mas era preciso. Me dediquei exclusivamente a isso, não fui a nenhum outro lugar e não fiz absolutamente nada a não ser ir do apartamento de Maite ao Hospital, todos os dias durante esse último mês. Estava esgotada fisicamente e emocionalmente, mas por outro lado, feliz com a recuperação e saúde de Pedro evoluindo. Minhas esperanças aumentaram quando cheguei nessa manhã e ele estava no berçário comum e não na UTI semi intensiva, como antes.
- Amor, olha o Pedro ali! - indiquei pelo vidro.
- Isso é um bom sinal, Annie - apertou minha mão sorridente.
- Bom dia, senhora Anahi, a Dra Patrícia gostaria de conversar com você no consultório dela. - uma enfermeira informou.
- Obrigada moça - agradeci - Ai, Poncho, o que será que é? - a dúvida me consumindo.
- Vamos descobrir! - Poncho me abraçou pela cintura e fomos até o consultório da pediatra.
- Bom dia, nos disseram que a Dra Patricia gostaria de falar conosco... - disse pra secretaria.
- Bom dia, qual seu nome?
- Anahi Portilla - informei, ela anunciou e fomos liberados pra entrar.
- Bom dia! - Dra Patricia se levantou e nos cumprimentou.
- Bom dia!!! - respondemos juntos - E então o que queria falar comigo doutora? - fui direta.
- Tenho uma surpresa pra vocês hoje - sorriu - já viram Pedro?
- Sim, ele estava no berçário... - Poncho respondeu.
- Ele está lá, porque está completamente saudável, vocês o levarão embora hoje! - disse feliz.
Recebemos a notícia da forma mais gentil possível, nos abraçamos emocionados por alguns minutos, ignorando a presença da médica ali, Poncho e eu só queríamos sentir aquela paz interior de finalmente levarmos nosso filho pra casa. Selamos os lábios e nos voltamos a Dra.
- Perdão pela inconveniência Dra Patricia - pedi - Mas ficamos tão agradecidos com a notícia...- disse envergonhada.
- Não precisam me dar explicações, me sinto feliz em poder lhes dar essa notícia, eu sou testemunha da dedicação e amor de vocês pelo Pedro. E estou muito contente que agora ele pode ir para casa, saudável e feliz não é? - sorriu.
- Muito obrigada por tudo que você fez por ele, e automaticamente por nós - limpei as lágrimas - Você é uma excelente profissional!
- Obrigada vocês por me confiarem sempre. Vou assinar a alta dele e deixar os papéis de recomendações e bula de vitaminas tudo certo, na hora de vocês o buscarem estarão prontos - apertamos as mãos.
- Muito obrigado Dra. -Poncho agradeceu.
- Com licença, tenha uma ótima tarde! - nos retiramos da sala.
- Ai que alívio - o abracei forte.
- Agora sim estamos 100% completos - beijou o topo da minha cabeça - Vocês são meu tesouro!
- Obrigada meu Deus! - juntei as mãos em forma de agradecimento - Vamos levá-lo embora hoje...Que maravilhoso.
- Vou ligar para os meus pais. Liga pros seus e pra Mai. Eles vão amar a notícia! - pegou o celular.
- Vou ligar - disquei os números ainda extasiada.
Caminhamos até o berçário e estávamos transbordando felicidade. Das inúmeras vezes que ficamos ali na frente daquele vidro imenso admirando não só Pedro, mas todos os bebês, aquele vez seria diferente. Sairíamos dali com o nosso filho. Higienizamos as mãos e entramos no berçário. Logo uma enfermeira nos entregou Pedro, junto a diversos papéis, como prometido pela médica, mas um deles me emocionou:
|Nome: Pedro Portilla Herrera
Parto: Cesárea
Sexo: Masculino
Data: 10/08/2015
Hora: 12:50
Peso: 2.305 g
Estatura: 42 cm
Mãe: Anahi G. Puente Portilla|Nao sei como e nem se vou conseguir explicar, mas ao ler aquele pedaço de papel, as coisas ficaram tão mais leves, fizeram tanto sentido. Parece bobo, mas aquelas informações traziam vida. Aquilo era a liberdade. Eu me senti mãe, desde o momento em que descobri a gravidez. Mas ali eu estava liberta pra desenvolver a função, sem uma rotina exaustiva num hospital. Revivi os primeiros contatos com meu anjo, foram maravilhosos e realizadores. E agora que sei que ele está completamente saudável que podemos seguir como nossas vidas felizes, sem limitações ou medos, estou plena. Me sinto renovada, e como ser humano, posso dizer, a maternidade me transformou.
- Aqui temos as receitas das vitaminas - a enfermeira indicou, me tomando a atenção - Todos os papéis que lhe expliquei estão aí. Preciso que voltem dentro de um mês, para o resultado do exame do pezinho ok?
- Claro! - respondi sorridente.
- Está tudo certo, tchau Pedrinho - acariciou a testa de Pedro - vamos sentir sua falta! - disse carinhosa.
- Muito obrigada por tudo o que fez pela nossa família - agradeci.
- Você e toda a equipe, foram ótimos, dignos de muito respeito...- Poncho completou.
Nos despedimos e um segurança nos acompanhou até o carro. Coloquei Pedro sobre o bebê conforto e me sentei no banco de trás junto dele. Me recusaria a ficar longe do meu melhor alicerce.
- Você é tão lindo Pedro! - falei com a voz doce - Te amo tanto.
- Vocês são minha vida - Poncho me despertou do encanto, nos olhando pelo retrovisor - Nunca vou deixar vocês escaparem de novo - sorriu, com os olhos mareados.
- O papai está completamente apaixonado por nós, bebê - falei com a voz infantil - Você é o nosso amparo, amor, vocês são a minha vida também! - o olhei admirada.
- Vamos voltar pra Madrid quando? - desvencilhou nosso momento de ternura.
- Você cortou o clima Alfonso! - o repreendi rindo - Ia conversar com você sobre isso...acho melhor o Pedro completar uns 3 meses - falei fazendo uma careta, com medo da reação dele - O que você acha?
- Você sabe que eu voltaria agora pra lá - riu - Mas...vamos fazer o melhor pra ele! Esperamos os três meses e embarcamos no mesmo dia.
- Está bem - ri - Vamos alugar um apartamento agora não é? - falei empolgada.
- Acho que já passou da hora de deixarmos a Mai em paz - falou prestando atenção no volante.
Obrigada por acompanharem, pelos comentários e estrelinhas! Compartilho tudo com muito amor pra vocês...espero que gostem. Beijos ❤️
Mari'
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Destinados
FanfictionViolento mesmo é o amor, o resto só tem cara de mal. Você acha que o destino trabalha como? Vendado? Não, o destino sabe o que faz, ele não trabalha sozinho, é ele quem dá as cartas nesse jogo, que chamamos de vida. Já ouviu falar do desejo? Ah, ess...